Fundação Tide Setubal lança livro no Congresso GIFE  sobre metodologia de programa com famílias

Por: GIFE| 9º Congresso GIFE| 21/03/2016

Como parte da comemoração pelos seus dez anos, a Fundação Tide Setubal irá lançar durante a programação aberta do Congresso GIFE 2016, a publicação “Famílias e Conexões Territoriais – uma experiência no enfrentamento das desigualdades na zona leste de São Paulo”, que apresenta o percurso e a metodologia do Programa Ação Família São Miguel.

A iniciativa é desenvolvida há nove anos na zona Leste de São Paulo e tem como proposta, por um lado, fortalecer as famílias por meio de encontros que trabalham diversos conteúdos e promovem vivências, visando ao desenvolvimento de novas competências pessoais e relacionais, ampliando seu capital social. Por outro lado, busca promover o acesso aos serviços públicos e estimular a maior participação comunitária e o exercício da cidadania

“Desde o começo do nosso trabalho em São Miguel, ao ouvirmos as moradoras, principalmente, vimos que muitas vezes essas famílias estavam imersas em uma série de vulnerabilidades que sozinhas não conseguiram superar. Iniciamos então o programa visando ajudar esse núcleo familiar a caminhar na direção de um projeto de vida mais estruturado”, comenta Paula Galeano, superintendente da Fundação.

O trabalho é desenvolvido em grupos no CDC Tide Setubal, Galpão de Cultura e Cidadania e em escolas públicas da região, sendo o eixo central do programa as reuniões socioeducativas, realizadas quinzenalmente. Desde 2011, o programa conta com um banco de dados que cadastra informações e define as metas a serem alcançadas no percurso de participação. Os desafios estão relacionados às vulnerabilidades em relação à: educação, saúde, habitabilidade, solidariedade vicinal e trabalho e renda.

A superintendente destaca que mais do que apenas levar informação e formação para as famílias nestes encontros, trata-se também de um espaço para discutir questões mais subjetivas que impactam em suas vidas, como, por exemplo, os medos, angústias e desafios.

O ponto de partida do programa é uma visita realizada pela equipe técnica às residências locais, a fim de conhecer a realidade e o contexto de vida destas famílias. Em seguida, as que querem aderir às atividades, preenchem um cadastro e passam a frequentar as reuniões quinzenais. O programa acompanha as famílias durante dois anos. Todas são incentivadas a se engajar também em outras atividades oferecidas pela Fundação, como a Oficina Escola de Culinária, por exemplo.

Segundo a superintendente, para que os resultados possam ser mais efetivos, o programa atua também junto à rede de proteção local, ou seja, na qualificação e aproximação das famílias com os equipamentos públicos locais, como postos de saúde, escolas etc, a fim de que estes espaços possam conhecer a realidade das famílias e atuem de forma mais qualificada.

“O que aprendemos nestes anos de trabalho é que, se você acolhe esta família, ela se movimenta para buscar melhoria para a sua saúde, moradia, educação etc. Você consegue estimular que ela crie um plano de vida”, ressalta Paula.

Entre os impactos positivos observados, está a criação da rede de trocas e apoio mútuo entre as famílias e o aumento da participação das mesmas em outros projetos, como iniciativas de incentivo à leitura, por exemplo. Um levantamento realizado apontou que no início das ações 43% das famílias naquele período não participam de projetos educativos e, ao final, esse índice caiu para 29%.

 A publicação

O livro conta com textos para aprofundamento conceitual e reflexão a respeito do trabalho social com as famílias e do desenvolvimento local sustentável em contextos de vulnerabilidade. Além disso, apresenta a metodologia e a operacionalização do programa no território de São Miguel Paulista, assim como o sistema de monitoramento e avaliação utilizado e alguns resultados entre 2011 e 2014.

A publicação traz ainda um Guia para o Desenvolvimento de Reuniões Socioeducativas, intervenção central do programa, com atividades práticas sobre os cinco eixos: educação, saúde, habitabilidade, trabalho e renda e solidariedade vicinal, visando assim sua disseminação em outras comunidades.

Segundo Paula Galeano, ao sistematizar essa prática, a Fundação pretende transferir para outras organizações os conhecimentos adquiridos pelo programa, não apenas com a disseminação da publicação, mas com formação aos educadores interessados.

Lançamento

Para o lançamento da publicação, a Fundação irá promover um debate, com a presença de Paula Galeano; Maria Alice Setubal, presidente do Conselho da Fundação; Maria do Carmo Brant de Carvalho; da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social; e Antônio Gomes Batista, coordenador de pesquisa da organização Cenpec – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária.

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