Instituto Avon amplia investimento em ações de enfrentamento à violência doméstica

Por: GIFE| Notícias| 27/01/2014

Com o objetivo de fortalecer ainda mais sua plataforma de enfrentamento à violência doméstica, o Instituto Avon irá promover novas iniciativas no ano de 2014.

A primeira delas será a realização de fóruns locais, que devem ocorrer nas cidades de Recife (PE), Fortaleza (CE) e Salvador (BA), para discutir os dados da pesquisa inédita “Percepções dos Homens Sobre a Violência Doméstica contra a Mulher”, lançada no final de 2013 pelo Instituto em parceria com a empresa de pesquisas Data Popular e a consultoria do Instituto Noos.

A pesquisa faz parte das ações da campanha global da Avon “Fale sem Medo – não à violência doméstica”, que visa acabar com o ciclo de violência incentivando as mulheres a romperem com o seu silêncio. Este é o terceiro estudo lançado pelo Instituto de uma série que teve início em 2009, com o objetivo de conhecer as percepções da população em relação ao tema.

O levantamento foi feito entre agosto e setembro de 2013, incluindo na etapa quantitativa entrevistas em profundidade 995 homens e 505 mulheres de 16 anos ou mais, em 50 municípios das cinco regiões brasileiras. Na qualitativa, participaram 13 especialistas no assunto e seis homens autores de violência.

Segundo Lírio Cipriani, diretor executivo do Instituto Avon, a proposta dos fóruns será reunir organizações que já trabalham com o tema para gerar um debate intenso sobre os resultados do estudo, que surpreendeu os realizadores.

De acordo com a pesquisa, aproximadamente 52 milhões de brasileiros (41%) conhecem um homem que já foi violento com a parceira. No entanto, apenas 9,4 milhões de homens (16%) admitem terem tido tal atitude. Porém, quando são listadas as atitudes que con­guram violência doméstica, sem que normalmente sejam nomeadas dessa forma – como xingamento, por exemplo –, 56% dos homens admitem ter cometido atitude que caracteriza violência.

Isso mostra que determinados comportamentos ainda não são vistos como violentos. “Há uma naturalização da violência. Os homens são violentos, mas não acham que são. E as mulheres, muitas vezes, por uma série de motivos – por medo, querer manter o casamento, dependência financeira, entre outros –, passam a admitir essas atitudes ou não as identificam como violência, achando realmente que é normal, por exemplo, um xingamento ou o fato do marido não deixá-la sair de casa com determinada roupa. A violência doméstica é uma epidemia muito protegida ainda. Precisamos quebrar muitos mitos”, destaca Lírio.

Segundo o estudo, a maioria dos homens considera inaceitável certas condutas por parte da mulher:
85% condenam que ela fique bêbada; 69% que saia com amigos/as, sem o marido;
46%, que ela use roupa que consideram “inadequada”. Além disso, 37% dos homens acham que, por causa da Lei Maria da Penha, as mulheres os desrespeitam mais.

Apoio a inicitivas

Além da realização dos fóruns, a proposta do Instituto Avon para 2014 é lançar, ainda no primeiro semestre, um edital para apoio a projetos de enfrentamento à violência doméstica. A projeção é um investimento de mais de R$ 3 milhões nestas iniciativas.

Clique aqui para fazer o download da pesquisa completa.

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