Parceria da Fundação Amazonas Sustentável com o Google traz a floresta para perto da população

Por: GIFE| Notícias| 16/03/2015

Que tal conhecer de perto áreas isoladas da Amazônia sem precisar sair de casa? Agora é possível com o lançamento da segunda fase do projeto Amazon Street View, uma parceria da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) com o Google, que visa explorar a Amazônia por meio de fotografias 360°.

A primeira etapa foi ao ar em 2012 e, agora, três anos depois, os internautas têm a oportunidade de explorar digitalmente regiões como as Reservas do Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma e Madeira, localizadas a 228 km da capital Manaus, além dos diversos tipos de vegetação que formam a floresta Amazônica.

Essas áreas somam quase 900 mil hectares de floresta em pé. Além disso, nessas regiões, vivem aproximadamente seis mil famílias que participam do Programa Bolsa Floresta, da FAS, considerado um dos maiores programas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) do mundo em extensão, além de diversos outros projetos desenvolvidos pela Fundação nas reservas.

A ideia de levar essa tecnologia para dentro da floresta surgiu durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, também chamada de Conferência de Copenhague, realizada em 2009, na Dinamarca. Durante o evento, Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS, lançou a ideia à diretoria do Google, que topou o desafio.

Na primeira fase do projeto, as imagens foram coletadas pelo Trike (o triciclo do Street View). Já nesta nova etapa, a equipe da FAS utilizou o Trekker, evolução tecnológica do Google emprestada à organização por meio do programa Trekker Loan, um equipamento que reúne um sistema fotográfico de 15 lentes em um conjunto portátil e que dispara fotos automaticamente, aproximadamente a cada 2,5 segundos, conforme o operador caminha por trilhas.

Assim, com o apoio de moradores das comunidades na Amazônia, que ajudaram a capturar as imagens sem impacto à natureza, em 18 dias de expedição foi possível visitar 18 comunidades interligadas por longas trilha. Pela primeira vez, o Trekker foi também pendurado em uma tirolesa fixada em uma das maiores castanheiras da região – com altura entorno de 60 metros -, remontando uma descida da copa das árvores até o solo – documentando todos os estratos florestais.

A partir deste trabalho, foram registrados mais de 500 km de rios, lagos e córregos, 20 km de trilhas em meio à mata e duas escaladas de árvores. Todo o material será utilizado também para discussão em sala de aula, com os alunos que moram na região.

Para Virgílio Viana, essa iniciativa é extremamente importante para trazer a Amazônia para perto da população e motivar um maior interesse pelos temas desta região, assim como pelas oportunidades de ação nos diversos campos e agendas locais. Há ainda a expectativa em atrair mais pessoas para o turismo de base comunitária, além de criar um estímulo para os próprios moradores, a fim de que se interessem mais pelo local onde vivem por meio das novas tecnologias e, com isso, possam identificar oportunidades para desenvolvimento de novos empreendimentos locais.

Alguns resultados positivos já foram observados frutos da primeira rodada do projeto. Entre eles está o fato do turismo local ter recebido muito mais hóspedes de diversos países. Além disso, estudantes de Arquitetura da Universidade de Pequim fizeram uma maquete do local, a partir das imagens que viram no Amazon Street View, tornando a região mais conhecida em outras partes do mundo.

A ideia da FAS é que novas etapas do projeto sejam desenvolvidas, para que mais áreas possam ser mapeadas e divulgadas digitalmente.

Oportunidades de ação

Segundo o superintendente-geral da FAS, é urgente tornar a Amazônia mais conhecida, a fim de que outras iniciativas, principalmente no campo do investimento social privado, possam ser realizadas na região. “Quando o Brasil passou a ser visto como um país que têm condições de dar conta sozinho de suas demandas, ocorreu uma saída de investimento internacional em várias áreas. Na Amazônia sentimos isso ainda mais forte, pois a filantropia brasileira não tem suprido esta lacuna. Isso acontece porque as pessoas não conhecem a Amazônia ou, se conhecem, acreditam que é uma realidade muito distante e não veem como atuar. A filantropia brasileira ainda está de costas para a Amazônia”, comenta.

Para Virgílio Viana, os investidores sociais devem se engajar na busca de soluções para os problemas da Amazônia, que são complexos e envolvem todos os setores da sociedade. “Não é uma questão somente de meio ambiente. Há muitos problemas na área da educação, saúde pública e, muitos deles, ainda mais graves do que no resto do Brasil, pois há regiões muito isoladas”, destaca.

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