Algodão agroecológico é aposta de sustentabilidade e geração de renda para agricultores familiares

Por: Fundação Banco do Brasil| Notícias| 16/09/2019

 

Protagonismo e qualidade de vida das famílias são alguns dos objetivos das finalistas do Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social 2019

Presente pela primeira vez no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, a premiação especial Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico busca identificar modelos de gestão e governança de organizações e comunidades na produção do algodão agroecológico. Neste ano, as três finalistas desta modalidade são dos estados do Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba, e compartilham objetivos comuns como a forma sustentável de produzir o algodão sem degradar o meio ambiente e preservando os recursos naturais; o plantio consorciado com outras produções, e a preocupação com a melhoria da renda e qualidade de vida de seus associados e cooperados.

A Associação de Desenvolvimento Educacional e Cultural – Adec, da cidade Tauá (CE), concorre à premiação final com a tecnologia social Algodão Agroecológico no Fortalecimento da Agricultura Familiar e Associativismo. O algodão produzido pelos 123 associados é ecologicamente correto, com certificação orgânica concedida pelo Instituto Biodinâmico Brasileiro – IBD. Nas comunidades pertencentes aos municípios cearenses de Tauá, Parambu, Independência e Boa Viagem, o plantio é feito em bases agroecológicas, sem a utilização de queimadas e agrotóxicos, alternando com o cultivo de milho, feijão e gergelim.

A Adec também utiliza técnicas de conservação do solo (plantio em nível, valetas de retenção de água e adubação orgânica), faz plantios de árvores nativas ao longo das cercas, nas margens dos riachos e açudes para recompor as matas ciliares e reflorestar a área. Há ainda a preocupação com a disposição do lixo doméstico, cuidados com as margens e nascentes dos rios e utilização de sementes adequadas. “Vamos usar o reconhecimento do Prêmio de Tecnologia Social para trazer mais incentivo para a nossa iniciativa, com melhoramento da atividade e da produtividade”, disse José Rogaciano Siqueira de Oliveira, assessor da Adec.

A tecnologia social A trama do algodão que transforma, da Cooperativa Justa Trama, da cidade de Porto Alegre (RS), envolve todos os elos da cadeia produtiva do algodão agroecológico – desde o plantio à comercialização das roupas e acessórios. A entidade faz o tingimento das peças, por meio de pigmentos naturais e vegetais. A cooperativa foi criada em 2005, motivada pela produção de bolsas para o Fórum Social Mundial, que aconteceu em Porto Alegre, dentre 44 empreendimentos da Economia Solidária. Naquele ano foi pensado e colocado em prática o plantio do algodão orgânico e a produção das primeiras peças de roupas. “Ser finalista do Prêmio de Tecnologia Social nos deixa muito felizes e orgulhosos do trabalho desenvolvido por nossos 500 cooperados”, declarou Nelsa Inês Nespolo, responsável pela iniciativa.

O Algodão Agroecológico Gerando Renda e Conhecimento no Curimataú Paraibano, da Associação de Apoio a Políticas de Melhoria da Qualidade de Vida, Meio Ambiente e Verticalização da Produção Familiar é a finalista do município de Remígio (PB). Seus associados iniciaram o manejo do algodão agroecológico em 2006 e hoje possuem certificação como produtores orgânicos. Em 2013 criaram o Organismo Participativo de Aceitação e Conformidade (Opac), denominado Rede Borborema de Agroecologia, entidade responsável por certificar a produção dos 34 agricultores familiares e a comercialização. Atualmente a rede possui cinco grupos de produção em assentamentos dos municípios paraibanos – Remígio, Prata e Amparo-. “Estamos na expectativa pelo prêmio. A nossa ideia é investir na rede e dar a ela condições de fazer o acompanhamento e assessoria com material adequado e oferecer capacitação às famílias” declarou a técnica de campo, Robevânia da Silva Almeida.

Para o instituto C&A, esta parceria com a Fundação Banco do Brasil reforça a importância do reconhecimento de iniciativas de bases comunitárias vinculadas ao fortalecimento da agricultura familiar. Além de fomentar a produção do algodão agroecológico consorciado com outras culturas, esta categoria mapeia boas práticas baseadas no protagonismo local. O olhar integrado da cadeia produtiva, que começa com a produção sustentável do algodão, permite que a moda seja, cada dia mais, uma força para bem”, reforça Luciana Pereira, gerente do programa Algodão Sustentável liderado pelo Instituto C&A.

As tecnologias vencedoras em todas as categorias e premiações especiais serão conhecidas no dia 23 de outubro. Além da premiação especial destinada para iniciativas de Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico, outras quatro categorias nacionais também concorrem nesta edição: Cidades Sustentáveis e/ou Inovação Digital; Educação”; “Geração de Renda e Meio Ambiente, e outras duas categorias especiais: Mulheres na Agroecologia e Primeira Infância. As vencedoras irão dividir R$ 700 mil reais em premiações. Além disso, há também a categoria Internacional, destinada a iniciativas da América Latina e do Caribe. Todas as instituições finalistas receberão um troféu e um vídeo retratando sua iniciativa.

Realizado a cada dois anos, o Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social reconhece e certifica soluções como boas práticas que podem ser reaplicadas em todas as localidades do país. Os parceiros da Fundação BB no Prêmio de 2019 são: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto C&A, Ativos S/A e BB Tecnologia e Serviços, com a cooperação da Unesco no Brasil e apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ministério da Cidadania e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC)


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