Bank of America Merrill Lynch é o mais novo associado ao GIFE

Por: GIFE| Notícias| 05/02/2018

 

O Bank of America Merrill Lynch, instituição para clientes corporativos e institucionais, é o mais novo associado ao GIFE. A marca pertence ao Bank of America, uma das principais instituições financeiras do mundo, com sede nos Estados Unidos e operações em mais de 35 países.

Há mais de 60 anos no Brasil, o BofA Merrill Lynch possui escritórios em São Paulo e no Rio Janeiro, e trata de operações de banco de atacado, investimentos e corretora, como mercado de ações, pesquisas e transações globais. A trajetória da marca no Brasil começa com as primeiras ações de filantropia sendo desenvolvidas pela área de Recursos Humanos. Com o aumento ao longo dos anos da atuação social e dos projetos desenvolvidos, foi criada a área de ESG, sigla em inglês para Environmental, Social & Governance (Meio ambiente, social e governança, em tradução livre).  

Segundo Thiago Fernandes, responsável pela área de Meio Ambiente, Social e de Governança do BofA Merrill Lynch na América Latina, o ESG está embutido em toda a estratégia de negócio institucional global do banco. “A começar pelo nosso propósito, de ajudar a tornar a vida financeira melhor. É um objetivo que se preocupa com terceiros, com todos os nossos stakeholders. Essa é uma mudança que tem acontecido na indústria financeira como um todo, em especial na americana, depois de 2008. E uma derivação dessa missão é o crescimento responsável (responsible growth). Trata-se da busca de um crescimento real em mercado e não em ganhos pontuais ou fictícios”.

Além disso, o especialista destaca que, depois da crise financeira internacional de 2007-2008, houve uma mudança geral de posicionamento. Hoje, os interesses do cliente são um dos pilares do banco, assim como o crescimento sustentável. “Combinar a geração de valor com os interesses do cliente de uma maneira sustentável mostra que o ESG está de fato dentro da nossa estratégia, tanto de negócio quanto institucional”.

Em termos gerais, a estratégia de ESG se divide em: Meio Ambiente (Environmental), que traz tanto oportunidades de negócio quanto redução da pegada ambiental; Social, que inclui projetos mas também o cuidado com os funcionários da empresa; e Governança (Governance), que abrange monitoramento e redução de risco e acompanhamento de legislações e compromissos assumidos pelo banco.

Atuação do BofA Merrill Lynch na América Latina

Thiago explica que a atuação do BofA Merrill Lynch na América Latina baseia-se em uma estratégia de quatro pilares. O primeiro deles é a educação financeira. Segundo o especialista, trata-se de uma demanda forte na América Latina e no Brasil, o que acaba por fazer desse pilar uma união da demanda social à expertise e identidade do banco.

O principal projeto desse segmento são os jogos de educação financeira para crianças de 6 a 14 anos. Ambos têm a missão de introduzir conceitos básicos de finanças. O jogo “Piquenique”, de tabuleiro, tem como objetivo familiarizar os alunos com o conceito e a prática de poupar, enquanto que o “Bons Negócios”, jogo de cartas para alunos mais velhos, visa conscientizá-los sobre a prática de investir e multiplicar o dinheiro poupado.

Com uma versão piloto do projeto desenvolvida em escolas públicas do Ceará em 2017 e 2018 para 20 mil alunos, a ideia é expandir a ação para São Paulo ainda neste ano e também para outros países latino-americanos onde o banco atua. “A partir do momento que a pessoa tem a noção de poupança, de separar um pouco do dinheiro para o futuro, e depois, com a noção de investimento, de fazer esse dinheiro separado se multiplicar, surgem várias perguntas e questionamentos, e é isso que vai fazer com que os alunos busquem informações relacionadas a educação financeira”, argumenta Thiago.

O segundo pilar de atuação envolve empreendedorismo de impacto, área representada pelo projeto Yunus Corporate Action Tank que, basicamente, é uma aceleradora para grandes empresas criarem negócios de impacto social com base em suas inteligências de mercado. Esse processo de formação consiste em encontros com especialistas nacionais e internacionais durante seis módulos, que tratam de temas variados, desde problemáticas sociais até culturas geracionais e novas soluções tecnológicas.

“Os especialistas dão dicas sobre como podem apresentar um projeto inovador dentro de uma empresa. É um grande brainstorming, de altíssima qualidade, para que depois desses módulos os empreendedores consigam elaborar um plano para desenvolver e implementar suas ideias”.

Grandes empresas como Natura, Ambev, Caixa e Nestlé já participaram da formação. Um case de sucesso é a Água AMA, da Ambev: 100% do lucro obtido com sua venda é revertido para projetos de acesso à água potável no semiárido brasileiro. “O projeto funciona igualzinho a um negócio: tem marketing, tem lucro, mas 100% desse lucro é reinvestido para resolver um problema”, explica Thiago.

O terceiro pilar, por sua vez, tem como objetivo o desenvolvimento econômico em regiões ou setores. A área escolhida foi o Pantanal, com o projeto Onçafari, que protege as onças e faz com que elas se habituem à presença de veículos para aumentar o ecoturismo da região. “O Pantanal é uma das regiões mais ricas em biodiversidade do mundo, pouquíssimo conhecida e explorada em termos de ecoturismo frente a seu potencial. A onça é um animal que não é visto, pois como foi caçada durante 200 anos, ao primeiro sinal de gente ela foge. Então os turistas não conseguem vê-la e, com isso, perdem o principal atrativo de ir ao pantanal”.

Thiago argumenta que essa estratégia de proteção foi baseada nas ações da África do Sul, onde houve uma pressão social para proteção da natureza e dos animais, de forma que o país lucrasse com o ecoturismo. “Não se trata de domesticar as onças, mas habituá-las à presença de turistas e veículos principalmente, para que elas não tenham medo. Nós apoiamos o projeto há cinco anos em uma fazenda e conseguimos subir o avistamento de onças de 5% para 98% em alta temporada. Com isso, cresce a procura dos turistas pela região”.

O quarto pilar, “Arte e Cultura”, divide-se em dois projetos. O primeiro deles dedica-se a restaurar obras nacionais, usando recursos direto do banco. Peças de Candido Portinari e Tarsila do Amaral já passaram pelo programa. O segundo projeto, intitulado “Arte em nossas comunidades”, promove exposições itinerantes de arte de forma gratuita. Realizado pela primeira vez no ano passado, o banco promoveu a exposição “Conversas” no Instituto Tomie Ohtake, e teve uma visitação superior a 96 mil pessoas.

“O que nós buscamos de acordo com a nossa identidade institucional é conectar pessoas e culturas por meio da arte. Enquanto que os outros três pilares são mais técnicos, a arte é mais introspectiva e conceitual. É um importantíssimo instrumento de diálogo entre as nações. Com isso, nós também queremos mostrar o respeito do banco americano com a cultura local nos países onde estamos presentes”.

Atuação em 2018 e associação ao GIFE

Segundo Thiago, a atuação do BofA Merrill Lynch em 2018 permanecerá a mesma. O especialista defende que, pelo fato do banco possuir uma visão sólida, com projetos fortes e uma estratégia consolidada, acredita na manutenção, aprimoramento e expansão das ações que estão sendo desenvolvidas.

Além disso, destaca a importância dos parceiros na realização de projetos. “Apesar de termos um conhecimento interno sobre investimento social, nós sabemos que na ponta essa não é nossa especialidade. Então nós estabelecemos parcerias para desenvolver projetos. No caso dos jogos de educação financeira, por exemplo, nós percebemos um gap, uma coisa que não existia no mercado e, portanto, resolvemos utilizar o conhecimento do banco, junto com uma série de especialistas, para elaborar jogos que conseguissem endereçar essa demanda não atendida no mercado”.

Nesse sentido, Thiago destaca que a associação ao GIFE vem da vontade de compartilhar o conhecimento adquirido pelo banco e receber a expertise de outros associados. “O GIFE é referência em investimento social, é quem reúne mais organizações. Então, nós poderemos ter uma visão mais clara que do que está acontecendo hoje em dia, quais ações já estão sendo desenvolvidas e, com isso, dar e obter a ajuda necessária”.


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