Guia apresenta práticas de combate à corrupção no patrocínio esportivo

Por: GIFE| Notícias| 30/06/2014

Em duas edições especiais, o redeGIFE destacou uma série de matérias sobre como o esporte pode ser elemento condutor de transformações sociais e como grandes eventos esportivos podem promover o desenvolvimento de um país. Ainda no embalo da Copa do Mundo de Futebol e da organização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016, é preciso refletir sobre como promover a ética e a transparência nas relações entre entidades da área do esporte, empresas e organizações sociais. É nesse sentido que entra em campo uma recém-lançada publicação voltada ao combate à corrupção no patrocínio esportivo.

A realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil foi o gancho utilizado pelo Instituto Ethos e pela Rede Brasileira do Pacto Global para lançarem a versão em português da publicação Combatendo a corrupção no patrocínio esportivo e nas ações de hospitalidade – Um guia prático. O material apresenta uma série de orientações e boas práticas para empresas que investem em eventos esportivos. O objetivo do documento é contribuir com a prevenção da corrupção nesse tipo de ação de marketing.

O guia foi oficialmente lançado em março deste ano na língua inglesa. O documento reflete discussões e consultas públicas com empresas, sociedade civil e especialistas, lideradas pelo Pacto Global da ONU. No Brasil, foram organizadas duas rodadas de debates sobre o conteúdo da publicação pelo Comitê de Empresas e Investidores do projeto Jogos Limpos, o Grupo de Trabalho de Empresas pela Integridade e contra à Corrupção do Instituto Ethos e a Força Tarefa da Rede Brasileira do Pacto Global para o 10º princípio. O resultado foi a versão apresentada neste mês, por conta da abertura da Copa do Mundo.

De acordo com Aline Figueiredo, responsável pelas relações institucionais do Instituto Ethos e coordenadora do Grupo Temático Anticorrupção da Rede Brasileira do Pacto Global, o próximo passo será cobrar de grandes empresas patrocinadoras um compromisso público com as diretrizes apontadas pelo guia. “Também queremos facilitar o acesso dessas informações às pequenas e médias empresas, uma vez que as orientações gerais sobre compliance servem para outros contextos de patrocínios”, destaca Aline.

Ética e transparência

O material, composto por 52 páginas, coloca como ponto central de reflexão os princípios éticos e de transparência recomendados para contratos e parcerias ligados à área esportiva. O guia aborda ainda uma prática recorrente nesse setor: as “ações de hospitalidade” ou as famosas “trocas de favores”, muito comuns entre patrocinadores e entidades desportivas.

Uma das principais recomendações do material se volta para o tratamento dirigido a instituições da área do esporte. Basicamente, a orientação é aplicar o mesmo rigor adotado com qualquer fornecedor de serviço já existente na companhia. Questões como medidas progressivas de compliance e due diligence, avaliações de riscos, auditoria e programas anticorrupção para aprovação do patrocínio são boas práticas que valem também para o setor.

A promoção da transparência, de acordo com o guia, é ponto fundamental para garantir credibilidade a esse tipo de relação. Nesse sentido, ganham relevância canais de denúncias e a divulgação em site dos contratos de patrocínios. A comunicação se apresenta como área central para garantir confiabilidade às parcerias.

O material ainda traz um estudo de caso sobre a experiência do Instituto Ethos com o projeto Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estádios, que integra ações para a prevenção da corrupção junto aos governos, empresas e sociedade aproveitando a grande atenção que recebe a Copa do Mundo nos países sede.

Georg Kell, diretor executivo do Pacto Global das Nações Unidas abre o guia reforçando a importância da ética e da transparência nas parcerias. “Para preservar o espírito positivo do esporte em todo o mundo, as empresas e as entidades desportivas têm a responsabilidade de tomar medidas para garantir que os princípios de integridade, responsabilidade e transparência sejam refletidos na forma como o esporte é conduzido e gerido. Este guia – uma das primeiras orientações nessa área liderada pelas empresas – é uma grande promessa para contribuir com a prevenção da corrupção no patrocínio esportivo e nas ações de hospitalidade.”

O material está disponível para download no site do Instituto Ethos.

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