Instituto Camargo Corrêa comenta métricas avaliativas

Por: GIFE| Notícias| 11/08/2014

Aproveitando o debate dessa edição especial do redeGIFE sobre avaliação, convidamos um associado para um rápido bate-papo sobre o tema. Francisco Azevedo é diretor-executivo do Instituto Camargo Corrêa (ICC), organização responsável pelo investimento social corporativo do Grupo Camargo Corrêa.

Com atuação focada em quatro áreas – primeira infância, educação básica, juventude e voluntariado – o ICC lança mão regularmente de métricas de avaliação para medir alcance de seus projetos e sistematizar resultados. Confira o bate-papo:

redeGIFE – Avaliar o investimento social é um dos maiores desafios para institutos e fundações. Como o Instituto Camargo Corrêa monitora e avalia os resultados de seus programas e projetos?

Francisco Azevedo – O Instituto possui uma ferramenta de monitoramento e avaliação que é utilizada, em média, a cada seis meses. Esta ferramenta possui indicadores quantitativos e indicadores de profundidade. Seu objetivo é acompanhar os resultados dos projetos ao longo de sua execução e corrigir rumos, quando necessário.

redeGIFE – O tema avaliação tem ganhado atenção entre investidores sociais. Muito se avançou nos últimos anos, mas empresas, institutos e fundações brasileiras continuam buscando novas metodologias e boas práticas. Ainda temos muito o que avançar nesse área?

Francisco Azevedo – Sim, temos muito que avançar, porém trata-se de uma difícil tarefa. Se por um lado há uma demanda por métricas na área social, por outro, a construção dessas métricas são complexas uma vez que na área social os resultados nem sempre são evidentes e mensuráveis.

redeGIFE – Que aprendizados o ICC colecionou nos últimos tempos nesse sentido?

Francisco Azevedo – Aprendemos que métricas são mandatórias no ambiente empresarial e no momento em que o investimento social se aproxima mais das empresas, aumenta a pressão para que os resultados dos projetos sociais sejam medidos. Realmente é importante o desenvolvimento de metodologias e formas de mensuração que tornem o investimento social mais efetivo e com resultados quantitativos e qualitativos, porém é impossível que tudo seja medido.

Outra questão a ser considerada é o custo da avaliação, pois em geral, quando se trata de avaliação por consultoria externa, os custos são altos e nem sempre se justificam pelo porte dos projetos. Em se tratando de investimento social, se por um lado não se mede resultados corre-se o risco de ser entendido como uma simples doação, “a fundo perdido”. Por outro lado, se houver uma busca incessante de métricas corre-se o risco de frustação, pois na área social muitos resultados são de longo prazo, outros intangíveis e alguns imensuráveis. As empresas devem ter um conjunto de crenças e valores que deem suporte ao investimento social, assim a questão de métricas pode ser melhor entendida.

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