Nessa terça-feira (28/11), o país todo vai se mobilizar mais uma vez em prol da cultura de doação, como tem feito desde 2013, quando ocorreu a primeira edição brasileira do evento global Dia de Doar (conheça o cenário de doações no Brasil e no mundo na pesquisa World Giving Index, ao final do texto). E, embora não seja uma exclusividade de Campinas, o município tem se tornado uma referência. Além de números expressivos de doações, esse ano existe um impulso a mais: desde março o Dia de Doar faz parte do calendário oficial da cidade.

• Oficialização do Dia de Doar em Campinas fortalece a cultura de doação

No ano passado, a mobilização do Dia de Doar apoiada pela FEAC, em Campinas, impactou mais de 1.400 crianças, jovens, adultos e idosos de 11 Organizações da Sociedade Civil (OSC), com cerca de 1.800 itens de necessidades básicas doados, além das doações em dinheiro realizadas diretamente às organizações participantes.

A data tem um papel importante não só para o fortalecimento da cultura de doação, mas para o impulsionamento de causas e das próprias organizações. Um dos objetivos estratégicos da FEAC é que o ato de doar deixe de ser uma ação pontual para se tornar um hábito.

Para quem quiser participar da campanha e fazer uma doação, basta acessar o site www.diadedoarcampinas.org.br onde estão disponíveis os contatos de 12 organizações que estão prontas para receberem doações.

Ação solidária tem apoio de empresas, prefeitura e organizações

Este ano, a principal estratégia da campanha é tornar a data mais conhecida no município. Fortalecer o Dia de Doar para que ele se torne orgânico em Campinas e rotineiro todos os anos. Para isso, foi fundamental o apoio de empresas, organizações e, principalmente, da Prefeitura. Quanto maior o alcance da campanha, mais fortalecida a cultura de doação é.

O lançamento da iniciativa no início do mês em coletiva na Prefeitura de Campinas, contou com a presença de autoridades municipais, representantes do terceiro setor e de inúmeros veículos de comunicação. No evento, o superintendente socioeducativo da Fundação FEAC, Jair Resende, reforçou: “Nossa prioridade é tornar o Dia de Doar uma referência em Campinas, que é uma das poucas cidades onde a data já se tornou uma lei”.

A campanha de solidariedade tem o apoio de sete instituições. São elas: Diário Campineiro, Hora Campinas; Grupo Thathi e suas empresas TV Thathi Campinas, Rádio Nova Brasil FM, Rádio Central e o site Thmais; Câmara Municipal de Campinas e TV Câmara; Eletromidia; Diário Campineiro; Recap (Sindicato do comércio varejista de derivados) e o Voluntariado Sanasa. Acesse o site www.diadedoarcampinas.org.br

Dia de Doar amplia visibilidade de causas e organizações

A movimentação gerada pelo evento impacta as organizações de diferentes formas, inclusive fazendo com que elas passem a estar sob os olhares de diferentes públicos. Quem não conhecia passa a conhecer, se interessar e, na melhor das hipóteses, a contribuir financeiramente pela causa.

“Se cada um dos nossos seguidores nas redes sociais doasse 5, 10 reais mensalmente traria um impacto muito significativo para a existência da nossa instituição”, diz Rosana, coordenadora da Fundação Síndrome de Down.

A organização tem como objetivo arrecadar dinheiro para o ateliê de arte Thomaz Perina. Criado para que os frequentadores possam se expressar livremente de forma artística, o espaço precisa de incentivo financeiro para se manter e impulsionar suas atividades.

A meta é alcançar até R$ 30 mil em doações, que serão revertidas na ampliação da carga horária do ateliê, com a contratação de um quarto artista e aquisição de novos materiais.

Rosana reforça que o papel da Fundação Síndrome de Down na campanha é justamente aproximar essas necessidades do tema das doações recorrentes às instituições. “Eu espero que esse movimento continue em Campinas, uma vez que eu acredito que construir uma cidade melhor é uma tarefa de todos”, diz.

A instituição tem como foco auxiliar pessoas com deficiência e suas famílias no que diz respeito a uma vida digna, com bem-estar e garantia de direitos. Somada a isso, sua participação no Dia de Doar tem a expectativa de mobilizar mais pessoas para atuarem em prol desse público.

Inclusão no calendário ajuda a perpetuar ação

Desde março deste ano a data integra oficialmente o calendário de Campinas, que estimula toda a sociedade a se engajar nas ações e participar ativamente do Dia de Doar.

No Brasil, o movimento é organizado pela ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, em parceria com o Instituto Mol e o Movimento por uma Cultura de Doação.

Em Campinas, a FEAC lidera a ação pelo quarto ano e o evento também conta com a correalização da Prefeitura de Campinas por meio da Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos.

Para a secretária Vandecleya Moro, além da maior visibilidade, a incorporação da data ao calendário oficial é uma forma de garantir que a cultura de doação se perpetue na sociedade campineira, com menores riscos de ser descontinuada em próximas gestões.

“Fazer doação ajuda quem precisa e faz bem para quem doa”, incentiva Vandecleya. Ela reforça que a data vem coroar toda a cultura de solidariedade que sempre fez parte da história da população campineira.

Ranking mundial de solidariedade

Após figurar entre as 20 nações mais generosas do mundo em 2022, segundo o World Giving Index (WSI), o Brasil caiu para a 89ª posição no ranking da publicação de 2023. O WSI realiza a pesquisa desde 2009 e, no ano passado, aplicou a metodologia em 142 países.

O resultado da média global, calculado a partir de um conjunto de indicadores, registrou ligeira queda em comparação a 2021. Obteve 39%, apenas um ponto percentual menor do que no ano anterior, que alcançou 40%.

Já no Brasil, a diminuição mais acentuada nos indicadores é atribuída ao abrandamento da pandemia e aos seus desdobramentos. O agravamento da crise econômica no país gerou um cenário de empobrecimento e incertezas.

O levantamento é feito por meio de entrevistas e questionários em que as pessoas respondem se, no último mês, realizaram três tipos de ações: ajuda a um desconhecido, doação em dinheiro ou trabalho voluntário.

• Doações para ONGs: passaram de 41%, em 2021, para 26%, em 2022.
• Ajuda a estranhos: foi praticada por 64% dos entrevistados, em 2022, ante 76% no ano anterior.
• Voluntariado: caiu de 25%, em 2021, para 21%.

A iniciativa é da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis).

Top 10 países no World Giving Index 2023

1. Indonésia
2.Ucrânia
3. Quênia
4. Libéria
5. Estados Unidos
6. Myanmar
7. Kuwait
8. Canadá
9. Nigéria
10. Nova Zelândia 

A origem do Dia de Doar

O Dia de Doar surgiu nos Estados Unidos em 2012 com o nome de #GivingTuesday (terça-feira da doação, em português), justamente como um contraponto solidário à Black Friday, também criada naquele país. Por isso, o Dia de Doar acontece sempre na terça seguinte à sexta-feira do consumo. 

O Dia de Doar chegou ao Brasil em 2013 pelas mãos do Movimento por uma Cultura de Doação, coalizão da sociedade civil que tem como objetivo promover a solidariedade. Desde o início, a data é organizada por um dos membros do grupo, a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR). No mundo todo, 85 países participam do #GivingTuesday.