Quinta-feira, 18 de abril de 2002
Por: GIFE| Notícias| 18/04/2002Empresa & Comunidade
O jornal Valor Econômico publicou hoje o caderno especial Empresa & Comunidade. Leia abaixo o resumo das matérias.
Jovens cidadãos
Com programas que estimulam a participação social de adolescentes e jovens, valorizam seu potencial transformador e os capacitam para assumir o papel principal nessas ações, um grupo de empresas, fundações e ONGs começa a substituir a crença de que o jovem é problema pela percepção de que ele pode, e deve, ser parte da solução. Os resultados preliminares de um censo que está sendo realizado pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Cidadania (IIDAC) revelam que existem no país cerca de 570 projetos voltados aos jovens. Quando o assunto é protagonismo juvenil, ainda são poucas as iniciativas desenvolvidas por empresas privadas e organizações do Terceiro Setor. Levantamento realizado pelo GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) entre os seus associados revelou que o tema não aparece na pauta de ações daquelas instituições. “”Entre reconhecer que o jovem pode ser agente de transformação social e dar esse passo, há uma distância a ser percorrida””, analisa Rebecca Raposo, diretora-executiva do GIFE.
Estímulo – Organizações como a Fundação Odebrecht e o Instituto Ayrton Senna (IAS) há vários anos adotaram o protagonismo como foco principal dos seus programas para adolescentes. Na Fundação, 45 projetos são dessa natureza, envolvendo ceca de 450 mil jovens de 12 a 19 anos e 11 mil educadores. Em um deles, a Aliança com o Adolescente pelo Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, uma parceria com o IAS, Fundação Kellogg e BNDES, a instituição investiu R$ 3,8 milhões nos últimos três anos. Fiat, Fundação Educar DPaschoal, Instituto C&A e Instituto Pão de Açúcar são outros exemplos de organizações que investem em ações de protagonismo juvenil. (Valor Econômico, p. F1, 18/4 – Fanny Zygband)
GIFE debate terceiro setor em Fortaleza
Multiplicar os projetos sociais com uma participação ainda maior do setor privado, oferecendo aos que apóiam essas iniciativas a orientação necessária para que elas dêem resultados. Aproximar pessoas, empresas, corporações e levar os programas voltados ao Terceiro Setor a todo o país. Com esses objetivos, o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) realiza, de 24 a 26 deste mês, em Fortaleza, o II Congresso Nacional sobre Investimento Social Privado. Em outubro de 2000 houve o primeiro evento, em Vitória, fora do eixo Rio-São Paulo, mas ainda no Sudeste. “”Por isso vamos para o Nordeste, onde há núcleos de geração de riqueza e até tecnológico ao lado dos maiores índices de concentração de renda e desigualdade””, explica Judi Cavalcante, coordenador do congresso e gerente de comunicação do GIFE. O evento envolve a Fundação Demócrito Rocha e irá incentivar parcerias. “”Se há tantas fusões e alianças entre empresas, pode-se fazer o mesmo nas ações””, diz Cavalcante. (Valor Econômico, p. F2, 18/4 – Mauro Cezar Pereira)
Quem primeiro tem de se apropriar do investimento social é a comunidade
Em artigo, Léo Voigt, presidente do GIFE, e Rebecca Raposo, diretora-executiva do GIFE, dizem que originariamente assistencialista, a ação social das organizações empresariais brasileiras observa uma substancial mudança no final da década de 80 e, com maior ênfase, início dos anos 90. É nesse período que o envolvimento das empresas com a área social começa a ser feito de maneira estratégica e a ganhar a dimensão que tem hoje. Dentro desse contexto de mudança, diversos termos têm sido utilizados para definir essa maneira de o setor privado se envolver com a área social. O GIFE optou pela utilização de dois conceitos: responsabilidade social empresarial e investimento social privado.
Diferença – A responsabilidade social diz respeito ao processo de gestão empresarial propriamente dito. É uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social, na clara conceituação desenvolvida pelo Instituto Ethos e adotada pelo GIFE. Já o investimento social privado é o uso planejado, monitorado e voluntário de recursos privados em projetos de interesse público. “”Aqui, temos o uso de recursos privados para fins públicos””, lembram os articulistas. Voigt e Rebecca finalizam afirmando que para que a sociedade possa reconhecer plenamente o caráter público das ações sociais das empresas é fundamental que elas estejam em consonância com as políticas públicas adotadas no País e que tenhamos clareza dos conceitos e das práticas adotadas. Essas são condições necessárias para se obter esse reconhecimento também por parte do Estado, de quem reivindicamos a concessão de incentivos fiscais, não como privilégio a um setor, mas como parte de uma política pública de desenvolvimento social. (Valor Econômicop. F2, 18/4)
O caminho é a união com as organizações locais
Em entrevista, Ladislau Dowbor, formado em economia política e doutor em ciências econômicas, diz que hoje importa tudo o que a empresa faz. Dowbor cita uma pesquisa realizada nos Estados Unidos que mostrou que 95% das pessoas esperam, além de lucros, empresas preocupadas com o social. Sobre como a empresa deve apoiar ações sociais, o especialista diz que encarregar alguém de marketing do desenvolvimento de algo para as crianças pobres, por exemplo, não dá resultado. “”Criar uma fundação independente e contratar quem sabe como isso funciona já é melhor. Mas ainda mais eficiente é se articular com dinâmicas já existentes por intermédio de parcerias””, diz. Ao ser questionado sobre quais as alternativas de investimento privado no social, Dowbor afirma que não devemos pensar só nas grandes empresas, mas também nas médias e nas não tão grandes. A questão é com quem se articular e não onde investir. Se uma companhia quer ajudar sua região, deve se unir às organizações locais, esse é o caminho indicado. (Valor Econômico, p. F2, 18/4 – Mauro Cezar Pereira)
Inscrições para o prêmio Valor Social estão abertas
Estão abertas as inscrições para a segunda edição do Prêmio Valor Social, promovido pelo Valor Econômico e que conta com o apoio do Instituto Ethos e do Instituto Akatu. O objetivo do prêmio é homenagear as empresas que melhor se relacionam com a sociedade em cinco categorias: relações com a comunidade, respeito ao meio ambiente, respeito ao consumidor, qualidade do ambiente de trabalho e especial para micro empresas. Mais informações pelos sites www.ethos.org.br ou www.valoronline.com.br. (Valor Econômico, p. F2, 18/4)
Ethos-Valor vai anunciar vencedores dia 7 de maio
A entrega do Prêmio Ethos-Valor será no dia 7 de maio, em São Paulo. A segunda edição do Concurso Nacional para Estudantes Universitários sobre Responsabilidade Social das Empresas teve 185 trabalhos inscritos, de 215 universidades brasileiras, um aumento de 72% comparado a 2001. Outras informações pelo telefone (11) 3068-8539. (Valor Econômico, p. F2, 18/4)
Ex-participante do Faz Tudo desenvolve projeto
Aluno que conclui o Capacitação ou o Faz Tudo nunca se desliga da BM&F. Os dois projetos trabalham as competências dos jovens por meio de módulos que proporcionam o desenvolvimento de múltiplas funções. O resultado é o reforço da auto-estima, a promoção da dignidade e da cidadania, elementos básicos para enfrentar a vida, segundo Juliana Pagano, que implantou o curso e faz a supervisão geral da associação. Janio Carvalho, 23, é um dos participantes que retornou. Ele foi buscar orientação para poder multiplicar, em sua comunidade, a mesma oportunidade que teve na associação. O cenário de sua ação social é a Mancha Verde, associação que reúne uma ala da torcida do Palmeiras, em São Paulo. Ali são assistidas cerca de 200 crianças e adolescentes com idades entre seis e 16 anos que recebem alimentação e freqüentam aulas de futebol. (Valor Econômico, p. F3, 18/4 – Silvia Torikachvilli)
Capacitação atrai interesse de companhias
Capacitar jovens e adolescentes para criar, planejar, captar recursos, executar e avaliar projetos sociais que ajudem a solucionar questões da escola ou da comunidade é uma vertente do protagonismo juvenil que começa a interessar empresas e organizações de portes variados. O Programa Aprendiz Comgás atua há dois anos com esse foco. Durante oito meses, estudantes de três bairros de São Paulo participam de oficinas, discussões e grupos de apoio, onde desenvolvem habilidades, aprendem a conviver em grupo, escolhem o projeto que desejam realizar, definem o público-alvo, os parceiros e a forma como vão implementá-lo. No ano passado, o programa, resultado de uma parceria entre a Comgás e a Cidade Escola Aprendiz, capacitou 200 jovens. Outras organizações, como o Aché Laboratórios e o Programa Sigma de Investimento Sócio Cultural, também desenvolvem programas semelhantes. (Valor Econômico, p. F3, 18/4 – Fanny Zygband)
Seminário discute perfil da pobreza e parcerias sociais
A pobreza no Brasil tem cara: é mulher, negra e nordestina, disse ontem, no Rio de Janeiro, Wanda Engel, secretária de Assistência Social do Governo Federal, durante o seminário Ação Social – Responsabilidade de Quem?, promovido pela Federação das Fundações Privadas do Estado do Rio de Janeiro (Funperj). A secretária traçou um perfil dos programas sociais desenvolvidos pelo Governo. muitos dessas iniciativas têm investimentos de empresas privadas, tendência que vem crescendo no Brasil. “”As parcerias são fundamentais no campo social, disse Wanda.
Seminário incentiva investimentos no terceiro setor
Exemplos de projetos de responsabilidade social bem sucedidos e que podem servir de modelo para outras instituições estão sendo mostrados, desde ontem, no Mobiliza – Seminário Internacional de Mobilização de Recursos para Organizações da Sociedade Civil, que acontece no Centro de Convenções de Pernambuco, em Recife. O encontro, promovido pelo Interage e a Ashoka – Empreendimentos Sociais, também pretende estimular empresários e executivos a investirem no Terceiro Setor. (Diário de Pernambuco, Vida Urbana, p. 4, 17/4)
Soluções para questões sociais
A revista Seleções lançou o projeto Líderes do Amanhã, que busca estimular a conscientização a respeito das questões sociais do Brasil e suas possíveis soluções. O projeto conta com apoio da ONU e do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Terão preferência idéias de fácil implementação na realidade brasileira. Qualquer pessoa com mais de 15 anos pode se inscrever. O prazo para o envio de programas é até o dia 30 de junho. A melhor proposta receberá R$ 10 mil; a segunda, R$ 5 mil; e a terceira, R$ 3 mil. O regulamento do concurso e outras informações podem ser obtidas em www.lideresdoamanha.com.br ou pelo endereço eletrônico [email protected]. (Rits, 9/4)
Empresas, fundações e institutos citados nas matérias publicadas hoje:
- Aché Laboratórios
- Ashoka – Empreendimentos Sociais
- BM&F
- Comgás
- Federação das Fundações Privadas do Estado do Rio de Janeiro (Funperj)
- Fiat
- Fundação Demócrito Rocha
- Fundação Educar DPaschoal
- Fundação Kellogg
- Fundação Odebrecht
- Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE)
- Instituto Akatu
- Instituto Ayrton Senna
- Instituto C&A
- Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
- Instituto Pão de Açúcar
- nterage
- Programa Sigma de Investimento Sócio Cultural
- Revista Seleções
- Valor Econômico