Valorizar o potencial da juventude por meio de arte, cultura e educação ao invés de criminalizar suas atitudes. Essa é a aposta do documentário “É disso que eu tô falando”, que acaba de ser lançado pelo Observatório da Sociedade Civil e pela Abong, com apoio do Instituto C&A.

O filme visa discutir a respeito da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/1993, que reduz a maioridade penal em caso de crimes hediondos. Ela foi aprovada na Câmara dos Deputados em agosto de 2015 e aguarda agora votação no Senado, onde terá que ser aprovada em dois turnos.

A fim de demonstrar que a proposta de encaminhar adolescentes de 16 e 17 anos para o sistema penitenciário não resolve os reais problemas da violência brasileira, o documentário retrata as ações desenvolvidas por seis Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que atuam com jovens em conflito com a lei.

As organizações Casa do Zezinho, Coletivo Pombas Urbanas, Instituto Daniel Comboni, Projeto Memórias Construídas e Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca) de Sapopemba e Anistia Internacional mostram projetos que já estão em prática, com resultados positivos, e que poderiam ser reproduzidos em escala pelo poder público.

Segundo os idealizadores do filme, a proposta do documentário é mostrar algo propositivo e a importância de se estabelecer espaços e oportunidades para a juventude, sensibilizando as pessoas para o tema.

“Quando começamos a pensar esse projeto, percebemos que existia bastante gente com materiais e vídeos denunciando os problemas da redução da maioridade penal. Então, decidimos mostrar o outro lado disso. Além de repudiar a redução, mostrar o que a gente queria que acontecesse. Estamos falando de coisas que funcionam, práticas que não têm a ver com punição, mas com uma forma mais humana de tratar a questão”, disse Nicolau Soares, coordenador do Observatório, durante o lançamento da iniciativa realizado no Fórum Social Temático 2016: FSM 15 Anos Porto Alegre.

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