Fundação Itaú Social e Ministério da Educação lançam 5ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro

Por: GIFE| Notícias| 14/03/2016

“Lá vem o rio, força total! Arrasta cerca, folha e pau. Lá vem o rio, que belezura! Vida seguindo, poder, natureza. Lá vem o rio, abrindo caminho. Leva pra longe povo ribeirinho…”.

O pequeno trecho da poesia “Lá vem…Lá vem…” representa o olhar do jovem Jullyo Cesar Ferreira da Silva, morador de Petrolina, em Pernambuco, sobre o Velho Chico, o Rio São Francisco. O despertar dessa visão sobre o seu território, de uma maneira livre, leve e poética, veio pelo incentivo da sua professora Edelmize de Brito, que participou ativamente da última edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.

O poema, cheio de encanto, foi um dos vencedores da última edição. A partir de agora, estudantes e professores de todo o Brasil tem mais uma vez a chance de se aventurarem no mundo da leitura e da escrita com o lançamento da 5ª edição da Olimpíada. A iniciativa é da Fundação Itaú Social e do Ministério da Educação (MEC), com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

Até o dia 30 de abril, os professores das redes públicas estaduais e municipais podem se inscrever na iniciativa, que visa aprimorar a didática dos docentes de Língua Portuguesa para desenvolver competências de escrita em seus alunos e contribuir com a melhoria da educação pública no país.

Angela Dannemann, superintendente da Fundação Itaú Social, destaca que a Olimpíada – que surgiu em 2008 do Programa Escrevendo o Futuro, já desenvolvido até então pela Fundação – é uma ação estratégica para a formação qualificada e contínua dos professores, assim como  promover o ensino e a escrita como parte essencial do desenvolvimento integral das crianças e adolescentes, tendo em vista que a língua é utilizada em todos os momentos da vida.

Funcionamento

Para que os professores e alunos interessados possam participar, as secretarias de educação devem fazer a adesão. Na última edição da Olimpíada, que teve início em 2014, participaram mais de cinco milhões de alunos, de 5.015 cidades – mais de 90% dos municípios brasileiros.

Segundo Angela, a meta para este ano é envolver mais de 140 mil professores e chegar a 98% das cidades do país. Para a mobilização nacional, a Fundação e o MEC contam com a parceria da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e do Canal Futura, além do engajamento dos funcionários das agências do Banco Itaú nas localidades.

A Olimpíada tem ciclo de dois anos e conta com diversas atividades. No primeiro ano, acontece o concurso de produção de textos com os alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Já no ano seguinte, é promovida a formação de docentes, por meio de cursos presenciais e a distância, além da realização de estudos e pesquisas, elaboração e produção de recursos e materiais educativos.

O tema central da Olimpíada é “O lugar onde vivo”, a fim de incentivar a aproximação dos estudantes com suas comunidades. São trabalhados quatro gêneros literários: Poemas (para alunos de 5º e 6º anos do Ensino Fundamental); Memórias Literárias (para 7º e 8º anos); Crônica (para 9º e 1º do Ensino Médio); e Artigo de Opinião (para os estudantes de 2º e 3º anos do Ensino Médio).

Para desenvolver as atividades, os professores têm à disposição materiais formativos criados para serem incorporados ao planejamento do ano escolar, assim como cursos online, espaços de discussão e recursos interativos (clique aqui).

A premiação conta com várias etapas, iniciando na comissão escolar, que faz a seleção das melhores produções. Depois, acontecem as etapas municipal e estadual. Deste processo, são escolhidos os 500 trabalhos que seguirão para a semifinal, 125 de cada gênero. As comissões julgadoras são compostas por representantes de pais e alunos, membros da comunidade, especialistas de universidades, representantes das instituições parceiras, do MEC e da Fundação Itaú Social.

Nessa etapa, o grupo é dividido por gênero para a realização dos encontros regionais, que este ano devem ocorrer em Fortaleza (CE), Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). Na ocasião, professores e alunos semifinalistas recebem medalhas de bronze, livros e participam de atividades de formação, com oficinas de leitura e escrita e visitas culturais.

Para a final da Olimpíada, programada para dezembro, em Brasília (DF), serão selecionados 152 textos, 38 de cada gênero. Os finalistas receberão medalha de prata, tablet e R$ 350,00 em vale para a compra de livros. No dia 02 de dezembro, acontece a cerimônia de premiação, na qual serão revelados os 20 ganhadores, cinco de cada categoria, que, além da medalha de ouro, receberão um notebook e uma impressora. Suas escolas serão contempladas com laboratórios de informática (compostos por dez computadores e uma impressora), projetor, telão e livros para a biblioteca.

A superintendente da Fundação Itaú Social ressalta que, ao longo destes anos, a partir de uma observação qualitativa dos participantes da Olimpíada, é possível perceber alguns resultados, como o fato dos estudantes valorizarem mais o seu território, assim como a possibilidade de se expressarem melhor.

Já em relação aos professores, um impacto positivo percebido é a participação ativa nas comunidades de aprendizagem geradas a partir do espaço online da Olimpíada, o que tem permitido muita troca de experiência entre os educadores, além de se tornarem também autores de novas propostas didáticas a partir dos materiais da Olimpíada, demonstrando apropriação de conhecimentos gerados na iniciativa.

Segundo Angela, a equipe está, inclusive, trabalhando para a elaboração de uma avaliação de impacto da Olimpíada, a partir da metodologia já utilizada pela Fundação Itaú Social.

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