Para diretores da Duratex, Formare é um programa que transforma a empresa e a comunidade.
Por: Fundação Iochpe| Notícias| 25/05/2016Formare – O Formare está atualmente em cinco unidades da Deca/Duratex. Você percebe a diferença no envolvimento dos colaboradores entre as unidades com o programa e aquelas que não o possuem?
Paulo Cesar Maróstica – A meu ver, o Formare não transforma somente os jovens que dele participam. De certa forma todos os colaboradores das unidades onde o instalamos são afetados positivamente por ele. Esta foi, inclusive, uma das razões que nos inspirou a expandir o Programa para as demais plantas. Das cinco unidades do segmento Madeira, quatro já têm Formare e é possível que mais adiante levemos para a quinta.
A Duratex é reconhecida nacionalmente como uma empresa que preza pela responsabilidade social e o Formare é uma forma concreta e bonita de mostrar aos colaboradores que a empresa na qual eles trabalham faz coisas sérias em relação a esse importante valor.
Formare – Podemos dizer que o Formare colabora para desenvolver habilidades nos colaboradores que atuam como voluntários?
Marco Antonio Milleo – Os educadores voluntários tiveram desenvolvimento diferente, são outras pessoas. Primeiro, pela proximidade com outros educadores, o que gera uma troca. Outro ponto é que ele começa a se organizar para as aulas e quer passar uma imagem diferente da empresa. Todos nós gostamos muito de trabalhar aqui e queremos mostrar isso para as pessoas. Percebemos muitas consequências com a implantação do programa.Internamente, houve mudança de atitude e comportamento e a equipe está fortalecida.
Formare – Qual a importância do Formare para a planta/fábrica? Ele modifica o clima organizacional?
Milleo – Os colaboradores da planta da Deca de João Pessoa estão trabalhando num projeto interno que eu tenho dúvidas se antes do Formare eu teria tido tamanha adesão. O coleguismo que demonstraram; é uma equipe completamente diferente de antes. É muito interessante observar do ponto de vista de administrador a real mudança que tive – claro que não tenho como mensurar, mas se eu não posso imputar isso 100% ao Formare, posso dizer que tive uma mudança importante no comportamento. O Formare é um integrador.
Maróstica – Fazemos pesquisa de clima organizacional de tempos em tempos e alguns temas avaliados referem-se ao sentimento de orgulho e de pertencimento. Certamente o Formare reforça muito esses sentimentos em todos os nossos colaboradores.
Formare – Hoje, o Formare é considerado um programa de referência na Duratex. Para você, como é ter a divisão de Madeira, que foi a primeira a possuir o programa, como responsável por alavancar o Formare nas demais unidades Madeira e também para Louças e Metais?
Maróstica – Tudo isso me deixa muito contente. Tive a grata surpresa de encontrar o Formare já instalado em duas plantas (Taquari e Uberaba) e expandi-lo foi muito gratificante. Eu vejo o Formare como algo que verdadeiramente agrega valor às pessoas, às empresas, à comunidade e à família dos participantes. Contribuo na manutenção do programa e me sinto muito orgulhoso. Em nossa empresa, dentre muitas outras, duas pessoas em especial consideram muito o Formare. São elas Saulo Seibel (presidente do Conselho de Administração) e Antonio Joaquim de Oliveira (presidente da Duratex). Eu diria, inclusive, que Saulo é o patrono do programa na Duratex.
Formare – O Formare é um programa que leva jovens da comunidade local para dentro da empresa aumentando e fortalecendo a relação com o entorno, pois ao desenvolver estes jovens, transforma também suas famílias e impacta na comunidade como um todo. Você poderia falar um pouco mais sobre isso?
Milleo – O jovem que está no Formare passa por uma formação diferente de um curso regular ao estar integrado ao mercado de trabalho. Na empresa, possuímos programas de conscientização ambiental e organização do trabalho, o que com certeza esses alunos levam para suas casas. Não é apenas aprender uma profissão, conviver numa grande empresa é maior do que isso, ele acaba levando valores e boas práticas, que se estendem à família e à comunidade. Um ponto interessante é que desde o princípio tivemos apoio da comunidade. Todos os alunos, de alguma forma, foram trazidos pelos líderes comunitários. Acredito que esses jovens estão levando um pouco da visão do mundo empresarial para o lugar onde vivem.
Maróstica – Com certeza impacta a comunidade porque o Formare não é somente uma escola, seu objetivo mais nobre é formar cidadãos.
Formare – Observamos em muitos parceiros que possuem o Formare que estes jovens demonstram um sentimento de pertencimento à empresa. Você observa isso na Duratex também?
Maróstica – Esse é um efeito verdadeiro que observamos com relação à empresa. Mas o que é importante é o fato de estarmos preparando gente para o mundo e não apenas para o mercado de trabalho.
Milleo – Sim. É impressionante como a contaminação ocorre. Eles abraçaram o projeto como uma possibilidade de se desenvolver pessoal e profissionalmente. Acredito que o próprio contato com os educadores e o dia a dia da empresa leva a isso.
Formare – Em sua opinião, quais são os diferenciais competitivos deste jovem que se formou em um de nossos cursos daquele que não teve a mesma oportunidade?
Maróstica – Eles, além do conhecimento técnico, levam do Formare também ensinamentos de caráter pessoal e comportamental. Senso de equipe é um dos estímulos que recebem, por exemplo. Em resumo, além do conteúdo técnico, a formação humana também oferece uma base sólida para o encaminhamento pessoal e profissional. Temos ex-alunos que estão conosco desde 2003 e, se estão na Duratex há tanto tempo, isso prova o sucesso do programa, pois a empresa é rigorosa com as competências profissionais. Estes jovens estão em diferentes áreas: TI, produção, manutenção, administração.
Milleo – Em relação a um curso da educação básica regular, posso dizer que eles terão uma vantagem frente àqueles que desconhecem completamente qualquer processo produtivo, nunca entraram numa fábrica, nunca tiveram a oportunidade de se relacionar com profissionais. O jovem do Formare está acostumado a tratar com profissionais produtivos e lideranças e conhece sobre o dia a dia de uma fábrica. Sem dúvida a prática é o diferencial, porque o nosso aluno vai saber fazer. Além disso, os educadores voluntários não transmitem apenas o conhecimento técnico, mas sua experiência. Ele mostra o que ele faz, no lugar em que faz. Isso também faz a diferença.
Formare – O Formare gera benefícios evidentes para diversos públicos: aos jovens, colaboradores, comunidade e à própria empresa, que prepara sua mão de obra do futuro. Para você, todos eles têm a mesma importância?
Milleo – Eu acho que o maior beneficiado e aquele que temos foco é o aluno; é a razão de existir o Formare. Todos os outros são consequências. É claro que um aluno bem preparado leva para a comunidade alguma coisa e pode trazer também para a empresa. Da mesma forma que o colaborador, ao atuar como voluntário, se desenvolve. Mas, a razão de ser é o aluno da comunidade, ele é a nossa maior preocupação e aposta, seja para melhorar o país, a empresa ou o lugar no qual ele vive.
Maróstica – Esses quatro enfoques são importantes, mas de maneiras diferentes. Para o jovem, que tem expectativa mas que não sabe o que virá depois, é uma excelente possibilidade de começo. O colaborador se sente importante como educador, pois além da satisfação pessoal, está se desdobrando em outra tarefa e recebe o reconhecimento da empresa por isso. Para a empresa, o Formare é uma forma concreta de ação social, que todos podem sentir e participar. É uma forma efetiva de praticar a responsabilidade social. A visibilidade que a empresa ganha na comunidade é importante, mas o principal é a transformação dos educandos. A cada ano, formamos aproximadamente 70 jovens e sabemos que estamos transformando suas vidas para melhor. Como disse, o Formare toca cada um desses públicos de várias maneiras; sendo que todas são positivas.
Formare – Sabemos que há a intenção de levar o programa Formare para outras unidades Deca. Por que deste movimento?
Milleo – A ideia é que todas nossas unidades tenham o programa, já temos inclusive mapeado qual será a próxima. Pretendemos expandir, pois o Formare transforma a vida desses jovens e contribuiu para a mudança de comportamento dos colaboradores, que passam a trabalhar melhor em equipe.
Formare – Imagine a seguinte situação: você está em uma reunião com representantes de várias empresas potencialmente interessadas em implantar o programa. Como você definiria e indicaria o Formare em poucas palavras?
Maróstica – Eu indicaria porque, como já disse, é uma das formas mais verdadeiras de se realizar a responsabilidade social, pois é visível e você pode participar. Ele envolve muita gente, gente jovem, envolve educação, inclusão social e cidadania. É uma forma estruturada de fazer o bem e contribuir para a transformação da nossa sociedade. Eu recomendo. Se não fosse bom, não estaria entre nós por tantos anos. É um programa inexorável dentro da nossa empresa. Estamos muito satisfeitos e contentes em sermos parceiros do Formare.
Milleo – O Formare é um programa que transforma. Tanto a empresa, com relação aos seus colaboradores, quanto a comunidade. Ele aproxima a empresa da comunidade, por meio de seu principal ativo que é o jovem, que após ter a vivência na empresa e o contato com os colaboradores leva pra comunidade uma visão positiva. A comunidade passa a conhecer a empresa pela visão do jovem.
(Por Juliana Mantovani e Cris Meinberg, de São Paulo)