Brasileiros são reconhecidos como pioneiros pela ONU por demonstrar como os ODS podem ativar negócios para alavancar ganhos econômicos, sociais e ambientais
Por: GIFE| Notícias| 11/07/2016Duas lideranças de organizações associadas ao GIFE acabam de ser reconhecidas pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) como “2016 Local SDG Pioneers (Sustainable Development Goals ou, em português, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS).
Os pioneiros são compostos por líderes empresariais e agentes de transformação engajados em estimular ações e negócios alinhados aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, demonstrando como os ODS podem ativar negócios para alavancar ganhos econômicos, sociais e ambientais para o mundo.
Os ODS foram lançados pelas Nações Unidas e irão encaminhar as iniciativas em todos os 193 países que aderiram à Agenda 2030 nos próximos 15 anos. Trata-se de uma verdadeira agenda global que busca direcionar as nações para a promoção e o equilíbrio entre as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.
Mais de 600 indicações foram recebidas pela ONU de 100 países, sendo 47 indicações de brasileiros. O país foi o único a ter dois empreendedores reconhecidos como pioneiros: Sonia Consiglio Favaretto, diretora de Imprensa e Sustentabilidade da BM&FBOVESPA, e Ulisses Sabará, presidente da Beraca, uma das unidades de negócios do Grupo Sabará, e fundador da Fundação Lamb Watchers.
Sonia Favaretto foi reconhecida por seus esforços relacionados ao trabalho para implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentavel nos projetos da bolsa: Bolsa de Valores Socioambientais (BVSA) e Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).
Desde sua criação, a BVSA adotou como base conceitual – e desde 2012 de forma estruturada – os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) como critério de seleção. Em 2016, migrou para os ODS. Assim, hoje, a organização social que se candidata, ao se inscrever na BVSA, deve indicar em qual (ou quais) ODS impacta e demonstrar esse impacto por meio de métricas que possam, posteriormente, ser relatadas ao mercado e aos investidores socioambientais.
Já o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) promove a inserção dos ODS de duas formas: pela inclusão dos ODS e da Agenda 2030 na Dimensão Geral do questionário nos itens: “Compromissos Voluntários e “Estratégia e Posicionamento”. Nas respostas, as empresas que pleiteiam fazer parte do índice devem informar em que medida e de que forma têm considerado os ODS em suas estratégias e práticas de sustentabilidade, e também pela menção, quando cabível, dos ODS em protocolos ou referências do ISE.
“Ter sido escolhida para o primeiro grupo de SDG Pioneers representa o reconhecimento por anos de trabalho lutando para construir um mundo verdadeiramente sustentável, que reavalia os seus padrões de produção, consumo e comportamento, mas, acima de tudo, que reavalia a sua própria mentalidade. Ele comprova que este mundo é um sonho alcançável e realista e que está próximo de se tornar realidade. Como uma SDG Pioneer, com o importante apoio e a credibilidade do Pacto Global da ONU, espero ter ainda mais visibilidade, redes e contatos que me permitam intensificar as ações da BM&FBOVESPA e do mercado de capitais brasileiro pelo avanço dos SDGs. Esta é uma jornada estratégica e irrevogável”, comenta Sonia Favaretto.
Biodiversidade
Já Ulisses Sabará foi selecionado pela ONU devido aos seus esforços alinhados ao Objetivo número 15 – Vida Terrestre (Life on Land) -, dedicado a proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda da biodiversidade.
Na opinião do diretor presidente do conselho da Fundação Lamb Watchers, o reconhecimento da ONU veio ao encontro de sua história e das ações empreendedoras que desenvolve desde quando adquiriu, no ano 2000, uma start up na Universidade Federal do Pará que tinha como sonho o uso sustentável de produtos não madeireiros para o mercado cosmético. “Essa ação evoluiu com a posterior inclusão das cadeias produtivas da floresta amazônica no mercado de cosmético atendendo aos mais elevados standards de qualidade com vendas para mais de 40 países”, comenta.
Isso ocorre por meio do Programa de Valorização da Sociobiodiversidade®, criado no ano 2000 e que está baseado no tripé da sustentabilidade – “Rentabilidade Adequada”, “Preservação da Água e Biodiversidade” e “Desenvolvimento Humano de Forma Equilibrada” – e envolve, atualmente, 105 comunidades agroextrativistas, mais de 2.500 famílias em 12 Estados do Brasil trazendo ganhos e impactos expressivos e mensuráveis em geração de renda e preservação florestal, além do estímulo e capacitação de liderança e empreendedorismo nas populações de menor IDHM do Brasil. Hoje, o programa já está sendo replicado em outros Biomas (Cerrado e Caatinga).
“Estou honrado por ser reconhecido como um Local SDG Pioneer e certo de que isso resultará em um importante impulso aos nossos negócios. Certamente promoverá os nossos projetos sociais e ambientais já em andamento e também os que ainda estão por vir. A grande demanda e urgência no manejo sustentável dos ecossistemas e florestas, bem como o combate a desertificação dos solos e degradação da biodiversidade trazem grandes responsabilidades e oportunidades de novas maneiras de negócios sustentáveis. Além disso, a agenda 2030 implica em imensos desafios e aponta o ‘agora’ como o momento para ações que demandarão nossos melhores talentos, habilidades e redes de contato para revertermos a crítica situação socioambiental em que nos encontramos”, disse Ulisses.