Quinta-feira, 8 de novembro de 2001
Por: GIFE| Notícias| 08/11/2001Empresa & Comunidade
O jornal Valor Econômico publicou na edição de hoje (8/11) o caderno especial Empresa & Comunidade. Veja abaixo um resumo das principais matérias.
Cidadania em várias frentes
Embora o tema cidadania tenha uma definição complexa, várias iniciativas desenvolvidas por empresas, fundações e ONGs de diferentes pontos do país procuram assegurar direitos. Um exemplo é a Fundação Orsa que atende 2 mil crianças em dez cidades brasileiras e oferece atividades variadas. O diretor da instituição, Roberto Rivetti, acredita que colocar em prática a teoria significa garantir a crianças e adolescentes o direito à saúde, educação, família e principalmente apresentar a esse público um novo modelo de vida. Quando o vice-presidente do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), Leo Voigt, deparou-se pela primeira vez com o conceito de cidadão ele o encontrou condensado na frase cidadão é aquele que vota. Contudo, alguns anos depois, Leo Voigt aprendeu que o conceito é muito mais amplo. cidadão não é apenas a pessoa que vota. Ele é a pessoa que come, que é educada, que se preocupa com o meio ambiente e que interage, afirma.
Cidadania e assistencialismo – Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos, alerta para o perigo de se confundir cidadania com assistencialismo. Promover ações filantrópicas pode ser fácil. O difícil é agir sobre as causas dos problemas e promover transformações, diz. Ele sustenta que a responsabilidade social e a cidadania andam juntas. Não adianta uma empresa apoiar um projeto social se, ao mesmo tempo, engana o fornecedor, destrata o funcionário e joga lixo no rio.
Responsabilidade Social – Outro exemplo de instituição que tem buscado promover a cidadania é o Instituto Telemig Celular. A instituição financia a doação do funcionário, que será descontada em seis parcelas depois da restituição do imposto de renda no ano seguinte. A própria empresa, como prevê a lei, destina 1% do seu imposto de renda para esse fim. Os recursos são dirigidos a projetos como o bolsa-escola que objetivam a inclusão social. Assim, a empresa acha que promove responsabilidade social e, por conseqüência, cidadania. (Valor Econômico, p. F1, 8/11 – Helô Reinert)
Contra as drogas, muita diversão e arte
A Escola Paulista de Medicina presta um serviço de recuperação de dependentes. Por meio do Projeto Quixote, a instituição oferece uma estrutura de oficinas capaz de atrair crianças e adolescentes nômades, que fazem da rua sua casa e procuram na droga o resgate dos sonhos perdidos na infância. Nas oficinas, os meninos participam de atividades que envolvem música, artes plásticas, teatro, capoeira e brincadeiras. Já a Telemig Celular aposta em outro tipo de ação. Ela vai criar condições para que os conselhos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sejam implantados em Minas Gerais. Segundo pesquisa realizada, apenas 276 dos 853 municípios do estado possuem conselhos tutelares. O projeto prevê que até o final de 2003 a cobertura seja total. (Valor Econômico, p. F3, 8/11 – Helô Reinert)
Crianças e jovens aprendem a ler em novos programas
Duas empresas, dois projetos diferentes e um objetivo comum: por meio da leitura, mostrar um novo mundo para crianças e adolescentes e fazer com que passem a gostar de livros. O primeiro projeto, chamado Círculo da Leitura, é desenvolvido em conjunto pela Fundação GE e pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial. Para a Fundação GE, o projeto preenche uma lacuna. As escolas não ensinam o jovem a ler, constata Lucimar Viel, coordenadora de comunicação para a América Latina da GE. Nos dois últimos anos, a instituição investiu US$ 300 mil em projetos sociais.
Contadores de história – O segundo projeto envolvendo leitura foi criado pelo banco J. P. Morgan, com um diferencial: foram os jovens que ensinaram os executivos da instituição a conduzir a leitura de livros. Agora, os executivos vão começar a ler histórias para crianças do Lar Carolina, em São Paulo. Os professores fazem parte do projeto Mudando a História, da Fundação Abrinq, que forma jovens de 15 a 25 anos como mediadores de leituras. (Valor Econômico, p. F5, 8/11 – Rose Guirro)
Parceria quer promover porto cidadão na Baixada Santista
Um porto humanizado, so lidário e cidadão, atento a carências sociais e levando arte à comunidade. Esse é o lado pouco conhecido do porto de Santos. O projeto PortoSer, dirigido a pessoas com deficiências, e o Canta Porto compõem um elenco de atividades tocadas pela Companhia Docas do Estado de S. Paulo (Codesp), em conjunto com empresas e entidades oficiais e privadas. As parcerias empresariais dos programas resultam em um investimento de cerca de R$ 300 mil por ano. (Valor Econômico, p. F6, 8/11 – José Rodrigues)
São João de Meriti leva o Prêmio Itaú-Unicef
O Clube da Cidadania Infanto-Juvenil e Direito à Educação, de São João do Meriti-RJ, foi o grande vencedor do Prêmio Itaú-Unicef – Educação & Participação 2001. O programa, que atende a 1.600 crianças e adolescentes, de três a 17 anos, promove atos cívidos, atividades esportivas e culturais, reforço escolar e recreação infantil. Criado em 1995, o prêmio é realizado de dois em dois anos pela Fundação Itaú Social e pelo Unicef. O Clube da Cidadania receberá R$ 60 mil. (Valor Econômico, p. F6, 8/11)
Entidades debatem papel de fábricas de cigarro e bebida
Alguns aspectos delicados da responsabilidade social só agora começam a ser debatidos. Entre eles, o caso de empresas cujas atividades envolvem produtos considerados potencialmente nocivos, como fabricantes de bebidas alcoólicas e cigarros. Se o produto é bom para a sociedade, mas o fabricante tem condutas não muito éticas, a situação pode ser corrigida. Se a empresa não aperfeiçoa seus processos de produção e a maneira como atua, pode ser punida pelo consumidor, diz Rebecca Raposo, diretora-executiva do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE). A entidade tem 61 associados, cinco deles empresas e o restante fundações ou institutos. Rebecca diz que até o momento, nenhuma empresa fabricante de produtos considerados nocivos participa da entidade. Mas quando uma delas pleitear o ingresso, forçará a discussão. Afinal, a Souza Cruz, por exemplo, fabrica cigarros, mas o Instituto Souza Cruz pode ter ações sociais maravilhosas, completa.
Associados – A Souza Cruz e a Kaiser são empresas associadas ao Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. A Ambev acabou de associar-se. Ricardo Young, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos lembra que o Ethos não oferece certificação ou legitimação às ações sociais das empresas. O fato de uma empresa associar-se não significa que é socialmente responsável, mas que busca ferramentas, que o Ethos fornece, para tornar-se, explica. (Valor Econômico, p. F7, 8/11 – Sandra Seabra)
Uso da Lei Rouanet em projetos sociais conquista adeptos
Embora concebida para incentivar investimentos culturais, a Lei Rouanet é utilizada, cada vez mais, como uma alternativa atraente por empresas que desejam financiar projetos sociais. O interesse do empresariado em casar essa legislação com sua atuação social vem sendo estimulado pelo próprio Ministério da Cultura e deriva, em parte, de uma lacuna fiscal: a ausência de incentivos mais substanciais na área social. Segundo Eduardo Szazi, consultor jurídico do GIFE, o limite de renúncia fiscal para pessoas jurídicas previsto na legislação que regulamenta investimentos sociais é de no máximo 2%, com dedução de até 34% do valor investido. No caso da Lei Rouanet, a escala é bem mais elástica: limite da renúncia fiscal se eleva a 4% e o abatimento pode chegar a 100% do total investido, dependendo da atividade cultural financiada. O empresário que utiliza a Lei Rouanet pode obter benefícios fiscais e ganhos para sua imagem institucional sem fazer qualquer desemboldo, diz Szazi. (Valor Econômico, p. F8, 8/11 – Fanny Zybband)
Empresas, fundações e institutos citados nas matérias publicadas hoje: