ICE e BID promovem chamada de financiamento para negócios de impacto e aporte a incubadoras e aceleradoras

Por: GIFE| Editais| 08/05/2017

Com a proposta de fortalecer o campo de Negócios de Impacto e Finanças Sociais no Brasil, o ICE – Instituto de Cidadania Empresarial e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento estabeleceram uma parceria que contempla uma série de ações no país. Entre elas está a Chamada ICE-BID de Financiamento Semente para Negócios de Impacto e Aporte a Incubadoras e Aceleradoras, que está com inscrições abertas até o dia 31 de maio.

O objetivo da iniciativa é ampliar o número de negócios de impacto social e ambiental qualificados e escaláveis prontos para receberem investimentos e consolidar a atuação de incubadoras e aceleradoras de negócios que os apoiam ou apoiaram há no máximo três anos estes empreendimentos.

“As aceleradoras e incubadoras têm desempenhado um papel fundamental no fomento aos negócios de impacto social no Brasil. Além disso, globalmente, elas enfrentam uma série de dificuldades de captação de recursos para garantir a sua sustentabilidade financeira. Por isso, decidimos, mais uma vez, apoiar esse segmento”, comenta Fernanda Bombardi, gerente executiva do ICE.

Tanto é que o processo de seleção da Chamada ICE-BID se inicia pelas aceleradoras e/ou incubadoras. Para participar, estas organizações deverão começar a inscrição com seus dados e indicar até sete negócios de impacto de seu portfólio. Cada negócio indicado receberá um e-mail com instruções para concluir sua inscrição.

As organizações interessadas em concorrer ao edital devem ter uma trajetória de apoio a negócios de impacto; operar há pelo menos dois anos; ter em seu portfólio pelo menos quatro negócios de impacto; e acompanhar os indicadores econômicos-financeiros e resultados socioambientais dos negócios apoiados.

Já os negócios de impacto socioambiental concorrentes precisam ter finalizado o processo de incubação ou aceleração, junto a uma aceleradora/incubadora elegível, a partir de abril de 2014; ter uma atividade principal (produto ou serviço desenvolvido) que contribui para a solução de um problema social ou ambiental; ter pelo menos um dos sócios dedicado integralmente ao negócio; e monitorar os indicadores de resultados sociais, ambientais e financeiros de suas atividades.

 

Recursos

O edital irá direcionar R$ 1.5 milhão, dos quais até R$ 1.275 milhão serão distribuídos entre até oito negócios de impacto selecionados. Os R$ 225 mil restantes serão divididos entre as incubadoras e aceleradoras que apoiam esses empreendimentos selecionados.

Cada negócio de impacto receberá um recurso entre R$150 mil e R$250 mil no formato de empréstimo. O montante para as aceleradoras e incubadoras será alocado em formato não reembolsável, como remuneração pela preparação e apresentação dos negócios de impacto. Como contrapartida, cada empreendimento selecionado se compromete a levantar recursos adicionais em valor equivalente ou superior ao aportado pelo edital.

A Chamada ICE-BID contemplará quatro etapas. A primeira será a “Avaliação de elegibilidade”, em que os realizadores analisarão a aderência das inscrições das aceleradoras/incubadoras (A&I) e dos negócios de impacto aos critérios iniciais. Avançarão para a fase seguinte todos os pares A&I+Negócio de Impacto. Em seguida, haverá uma pré-seleção, a fim de escolher, dentre os pares A&I+Negócio de Impacto elegíveis, aqueles que passarão à etapa final. O anúncio dos finalistas deve ocorrer até o dia 31 de julho.

A seleção de até oito pares A&I+Negócio de Impacto vencedores será feita por um Comitê de seleção. Neste momento, os empreendedores participarão de um pitch em evento específico em São Paulo, em data a ser definida no mês de agosto. O desembolso dos recursos aos pares A&I+Negócio de Impacto vencedores deve ocorrer a partir do mês de setembro e dependerá de contrato de empréstimo.

 

Inscrições

As incubadoras e/ou aceleradoras interessadas em participar podem acessar o site e baixar o regulamento. Para esclarecimento de dúvidas, será promovida uma videoconferência no dia 11 de maio, das 17h às 18h30 (clique para acessar).

 

Outras iniciativas

Fernanda Bombardi destaca que a parceria com o BID envolve um aporte de R$9,3 milhões (50% de cada organização) em várias ações, além do edital, e vem fortalecer e potencializar as diversas iniciativas que o ICE desenvolve neste campo nos últimos anos.

A organização já vem apoiando as aceleradoras e incubadoras, por exemplo, por meio do Programa de Incubação e Aceleração de Impacto, realizado em parceria com a Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas). Nesta iniciativa, elas passam por um processo de capacitação de seis meses e concorrem também a um prêmio. A turma que participa das atividades em 2017 reúne 29 organizações de 17 estados.

Outra iniciativa do ICE neste campo é o Projeto Academia, realizado desde 2012, com o objetivo de disseminar o tema de Finanças Sociais no universo acadêmico. Para isso, o projeto estimula, por exemplo, a produção científica sobre o tema por meio do Prêmio ICE, além de desenvolver ações para fortalecer uma rede de professores que apostam no campo. Hoje são mais de 50 educadores espalhados pelo Brasil com esse olhar e, a partir da parceria com o BID, a intenção é expandir o projeto para todo o país.

A parceria contempla ainda um suporte na implementação das recomendações estratégicas da Força Tarefa de Finanças Sociais.

Segundo a gerente executiva do ICE, a organização tem apostado fortemente neste campo, pois acredita que o capital filantrópico pode estar a serviço de novos modelos de negócio que resolvam problemas sociais com escala e mais impacto social. “O setor precisa inovar. Claro que existe sim um risco alto. Mas, a nossa prioridade é gerar impacto social e estamos disposto a testar modelos para que no futuro possam promover ainda mais impacto. O nosso recurso está a serviço disso”, ressalta.

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