Entre os dias 13 e 31 de março, a capital do Paraná vai estar no centro das atenções de todas as pessoas envolvidas com questões ambientais no mundo. Tratam-se da 3ª Reunião dos Países Membros do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP3) e da 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8), dois dos mais importantes eventos da área.

A MOP3 é a primeira reunião a acontecer, de 13 a 17 de março. O tema – produtos geneticamente modificados – é polêmico, e o Brasil ainda não tem um consenso oficial sobre o assunto. Enquanto o Ministério do Meio Ambiente defende a adoção de regras rígidas sobre o comércio dos transgênicos, setores ligados à exportação afirmam que uma legislação simplificada vai facilitar e baratear a venda de produtos brasileiros no exterior. Uma posição oficial deverá ser tomada antes das negociações em Curitiba começarem.

Ao encerramento da Reunião, será dado início à COP8, de 20 a 31 de março. Na Conferência, são esperadas mais de cinco mil pessoas de 187 países, dentre organizações não-governamentais, agências internacionais, órgãos acadêmicos, empresas, comunidades e pelo menos 100 ministros de meio ambiente.

Para o Brasil, a oportunidade é única. Afinal, será o momento mais adequado para apresentar os resultados de suas pesquisas e para finalizar acordos ambientais importantes em esfera internacional. Antes de as reuniões começarem, no entanto, o governo pretende estabelecer consenso sobre diversos temas. Há projetos de lei, por exemplo, que o governo pressiona para serem aprovados antes das conferências, como o de gestão de florestas públicas, o que trata da regulação dos recursos genéticos e o projeto sobre gestão da Mata Atlântica.

O ministério do Meio Ambiente já começou um trabalho para conseguir aproveitar a oportunidade. A primeira providência foi a divulgação de uma cartilha sobre a MOP3 e a COP8, voltada para todos os interessados nos eventos que não saibam a fundo a que eles se propõem. A publicação está começou a ser distribuída principalmente para comunidades, organizações não-governamentais e instituições acadêmica. Outra iniciativa foi a criação de um site brasileiro da convenção: www.cdb.gov.br. O secretariado da própria COP8 também tem seu site internacional, disponível nos seis idiomas oficiais da ONU (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo), www.biodiv.org, além de uma outra página, lançada em janeiro, cujo objetivo é abrir espaço para discussões virtuais que podem ajudar a Conferência antes de ela começar, www.2010.biodiv.org

Além das negociações que acontecerão nessas duas semanas, estão previstos dezenas de eventos paralelos. Os ministros participantes, por exemplo, se reunirão de 26 a 29 de março. Outro encontro será o dos países megadiversos – grupo composto pelo Brasil e 16 nações que têm grande diversidade biológica. Outras reuniões importantes são a dos países do Mercosul e a das nações que formam a Amazônia. E enquanto tudo isso acontece, uma feira apresenta os produtos da biodiversidade brasileira e estandes mostram o trabalho de organizações de todo o mundo.