Fundação Itaú Social ensina sua metodologia de avaliação de projetos sociais

Por: GIFE| Notícias| 05/09/2005

MÔNICA HERCULANO
Repórter do redeGIFE

Termina nesta quinta-feira (8/9) o prazo para inscrições para o Curso de Avaliação Econômica de Projetos Sociais, promovido pela Fundação Itaú Social. O objetivo é oferecer aos gestores de projetos sociais instrumentos para a elaboração de processos avaliativos em seus projetos.

Para isso, há 52 horas de aula, envolvendo a importância da avaliação, desde a elaboração do projeto até a verificação do impacto e do retorno econômico das ações sociais nas comunidades afetadas. Além disso, são apresentados diversos instrumentos de avaliação, dos pontos de vista conceitual e prático.

Podem participar gestores ou técnicos de fundações ou institutos empresariais, coordenadores de ONGs e secretários ou técnicos de secretarias municipais ou estaduais. Clique aqui para se inscrever.

Em entrevista ao redeGIFE, Ana Beatriz Patrício, superintendente da Fundação Itaú Social, fala sobre o curso e a metodologia de avaliação de impacto e retorno econômico de projetos sociais desenvolvido pela organização.

redeGIFE – As variáveis a serem observadas na avaliação de projetos sociais são diversas e, muitas vezes, subjetivas. Quando se fala em retorno econômico, não se corre o risco de colocar sobre a avaliação de projetos sociais uma visão “”mercadológica”” sobre a área social? Como trabalhar isso?
Ana Beatriz Patrício – Em qualquer pressuposto que se trabalha, há sempre o risco de se limitar a visão da realidade, se olhamos os dados sob um único aspecto. Por isso, na Fundação Itaú Social, estamos introduzindo a avaliação econômica como um dado a mais para análise e verificação da efetividade dos projetos. Não entendemos o aspecto econômico como o único fator a se considerar, mas entendemos como um importante fator a ser considerado. Quando lidamos com uma realidade social em que os recursos financeiros são limitados e as demandas sociais são enormes e diversificadas, é necessário avaliar bem o uso dos recursos, verificando-se a efetividade dos projetos para se fazer escolhas mais acertadas nas diretrizes da ação.

redeGIFE – A Fundação Itaú Social lançou uma metodologia que analisa o impacto e mede, em termos quantitativos, o retorno econômico de programas sociais em qualquer área de atuação. Seguindo a mesma linha, é possível medir os resultados das ações sociais também qualitativamente?
Ana Beatriz – Entendemos que as avaliações quantitativa e qualitativa são complementares: a quantitativa nos diz o que acontece, e a qualitativa nos diz o por quê. Vários métodos já estão desenvolvidos propiciando a avaliação qualitativa, e ela, ainda que muito complexa já é mais utilizada nos projetos sociais.

redeGIFE – Esta é a metodologia apresentada no Curso Avaliação Econômica de Projetos Sociais?
Ana Beatriz – Sim. O objetivo principal do curso é oferecer aos gestores de projetos sociais instrumentos para elaboração de avaliação econômica de seus projetos. São tratados temas como: importância da avaliação, elaboração e avaliação de projetos sociais; construção de base de dados para avaliação; análise de indicadores; análise de impacto e retorno econômico de projetos sociais e exemplos de avaliação de retorno de projetos sociais. É realizada uma avaliação de projeto, como trabalho de curso, sendo incentivada a avaliação de algum projeto das próprias organizações participantes do curso.

redeGIFE – Qualquer organização social pode fazer uso desta metodologia, ou ela se aplica a apenas alguns tipos de projetos?
Ana Beatriz – Estamos oferecendo o Curso de Avaliação Econômica de Projetos Sociais para aproximar as ONGs dessa metodologia que pode ajudar a dar luz em informações que contribuem para o aprimoramento das ações. Algumas adaptações são necessárias de acordo com o contexto do projeto, mas é possível realizar o trabalho em todas as áreas. Um grande ganho para as organizações está na coleta e organização de dados.

redeGIFE – Como surgiu a idéia de criação do curso?
Ana Beatriz – O curso surge a partir de uma reflexão acerca da contribuição da empresa para os projetos sociais. Na Fundação Itaú Social buscamos realizar nossas atividades em sintonia com os valores e competências do Banco Itaú, envolvendo todos os colaboradores e colocando a expertise da empresa nas ações sociais. É neste contexto que iniciamos o investimento em avaliação econômica de projetos sociais, alinhando assim, cada vez mais, as ações da fundação com a expertise do Itaú em análise e avaliação de projetos. A primeira turma do curso foi um projeto piloto, no qual convidamos organizações que já eram parceiras da fundação. A partir desta segunda turma, as inscrições estão abertas aos interessados que preencham os requisitos necessários.

redeGIFE – Quais foram os principais desafios encontrados na primeira edição do curso e o que foi feito superá-los a partir de agora?
Ana Beatriz – Sendo uma primeira turma, tivemos muitos desafios e aprendizagens. Destacamos a importância de se trabalhar os conteúdos numa linguagem acessível aos que não vêm da área de economia. O encontro entre pessoas de áreas diferentes, com experiências diferentes, é muito rico, mas demanda adequações na terminologia, abertura para compreensão de novos pressupostos. Também há o desafio de adaptação da proposta de acordo com a realidade das ONGs e do nível de sistematização dos projetos. Enfim, fizemos ajustes para que os alunos tenham mais condições de se apropriar da proposta e realizar a avaliação em seus projetos.

Leia mais:

  • “”A avaliação econômica de projetos sociais””, por Sérgio Werlang, diretor executivo do Banco Itaú
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