O Oi Futuro expandiu seus projetos educativos para além das fronteiras do Brasil, por meio de um convênio com a empresa de comunicação Soico TV, de Moçambique. O documento, que será assinado em parceria com o Centro Integrado de Estudos e Pesquisas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds), prevê que sejam instalados projetos-pilotos do Tonomundo em duas escolas localizadas em regiões de baixo IDH de Maputo, capital moçambicana.

A idéia do projeto surgiu a partir de lei sancionada pelo Governo Federal em 2003, que torna obrigatório nas escolas de ensino fundamental e médio, públicas e particulares, o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História. A partir daí, o Oi Futuro decidiu levar sua comunidade virtual de aprendizagem e prática, o Tonomundo, para uma escola africana de língua portuguesa.

A Soico TV, por sua vez, através do Cieds, entrou em contato com as práticas pedagógicas do Tonomundo e assim foi dado o primeiro passo para a criação de um projeto de inclusão em Moçambique.

A estrela do programa educativo de estréia já foi escolhida: a língua portuguesa, que será estudada a partir das obras do escritor moçambicano Mia Couto e do brasileiro Guimarães Rosa. Samara Werner, diretora de projetos do Oi Futuro, está em Moçambique escolhendo as escolas que serão beneficiadas.

A metodologia de ensino que será utilizada em Moçambique será a mesma do Tonomundo no Brasil e pretende transformar a escola e seus alunos em pólos irradiadores de projetos sociais que tenham impacto na comunidade. O Tonomundo é desenvolvido em parceria com a Escola do Futuro da USP – que irá formar os professores africanos – e desde 2000 vem transformando as escolas beneficiadas.

Através da implantação de laboratórios de informática com acesso à internet na rede pública de ensino fundamental, o projeto dá prioridade às iniciativas que integram a comunidade à escola e promovam a renovação dos valores da cidadania. Em 2001, o programa ganhou a chancela da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 2004 virou política pública em Pernambuco e, em 2006, nos municípios de Fortaleza (CE), Itaituba (PA), Natal (RN) e Aracaju (SE).

O Tonomundo beneficia 515 mil alunos e 7.276 mil professores, ao longo de seus seis anos de existência, em 463 escolas localizadas em regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).