Norine MacDonald: “ A filantropia não é só para os ricos, é para todos”
Por: GIFE| Notícias| 15/04/2010Em visita ao Brasil, onde lançou seu mais recente livro “Global Philanthropy” (MF Publishing, 402 pág), a presidente da Mercator Fund, Norine MacDonald, mostrou-se fervorosa na busca de soluções para os desafios sociais globais.
Norine MacDonald: A ideia principal é de que a filantropia não é uma coisa única, e sim um mosaico. Nem todas as ações geram a mesma reação. Veja bem, em cada país ou fundação filantrópica é diferente. Mas quando você junta todos, vê uma bela imagem. Essa é a descoberta mais importante quando se lê o livro.
Norine: Pode-se dizer que, no Oriente Médio e países árabes em geral, houve mudanças grandes do que era o tradicional focado na religião. Atualmente, se discutem muitos problemas ambientais, sociais, dentre outros.
GIFE: Qual a sua posição sobre a filantropia no Brasil?
Norine: Uma das coisas importantes é que a situação no Brasil não se repete muito em outros lugares e isso é muito marcante. Embora a responsabilidade social e corporativa seja algo diferente, já há um caminho traçado no Brasil, e, ouso dizer, que o país é um líder global nesse mérito.
GIFE: O que o Brasil pode aprender com os exemplos ao redor do mundo?
Norine: Fundações Comunitárias. O mais importante não é apenas o estímulo às grandes fundações, mas ao desenvolvimento de fundações comunitárias no Brasil. A questão é que investimentos de pequeno e médio porte não têm grande apelo ainda no país. Um trabalho dirigido a esse público pode ajudar aos que não são grandes filantropos e fazer a diferença em determinada comunidade.
GIFE: Quais são os maiores desafios de se promover o investimento social privado?
Norine: Em outras partes do mundo você vê um envolvimento grande da comunidade que tradicionalmente valoriza suas religiões e tem um sistema de valores prescritos. Nessas sociedades, mesmo as pessoas mais humildes participam de alguma forma.
Certamente nós temos fundações comunitárias, como já citei, na América do Norte. Eu sou canadense, lá muitas pessoas não vêem a filantropia só como um privilégio dos ricos, mas como algo que todo mundo pode ajudar, mesmo que de forma modesta.
GIFE: Como ser cidadão em um mundo globalizado?
Norine: A ideia de cidadania é não só você participar como pode, é dar algo a mais, contribuir com alguma quantia a alguma instituição filantrópica. Até mesmo em seu próprio bairro é possível colaborar, até porque muitas instituições precisam de pessoas para atuar com tempo, bons sentimentos etc.