Mobiliza Campinas beneficia 665 famílias com cartões alimentação e conta com maior mobilização da sociedade para combate à fome
Por: Fundação FEAC| Notícias| 06/06/2022A terceira edição da campanha emergencial Mobiliza Campinas, uma parceria da Fundação FEAC com mais de 100 organizações da sociedade civil, entregou na última semana uma nova remessa de cartões alimentação a famílias em situação de vulnerabilidade social, em Campinas.
O principal foco da ação é amenizar a fome, que se agravou com a pandemia e segue em alta nestes primeiros meses de 2022, como atestam dados recentes divulgados pela prefeitura. “A insegurança alimentar é uma severa violação da dignidade humana e necessita esforços coletivos para ser superada”, afirma Sílnia Prado, coordenadora do Mobiliza Campinas.
Ela ressalta a importância de uma mobilização ainda maior. “Os efeitos econômicos da pandemia e da crise econômica na população mais pobre, com perda de emprego e alta na inflação, seguem alarmantes. A falta de itens básicos da alimentação do dia a dia ainda é grande nos territórios mais vulneráveis do município. O frio agrava este cenário. A sua doação é muito importante e qualquer valor pode fazer a diferença”, alerta Sílnia.
A cada R$ 1 doado, a FEAC acrescenta mais R$ 1
Outras OSC do município também estão organizando as entregas do cartão. Ao todo, são 665 cartões que totalizam um benefício de R$ 450 para cada família, com 3 parcelas de R$ 150,00 por mês, atendendo a cerca de 2.660 pessoas. Nesta edição, a cada R$ 1 doado a Fundação FEAC acrescenta mais um real. O total arrecadado até o momento é de R$ 307 mil.
Dos 40 beneficiados pela primeira entrega, no Instituto Padre Haroldo, 38 eram mulheres, que utilizam o auxílio como forma de garantir a alimentação do dia a dia da família, aliviando a renda curta que ainda precisa arcar com as contas de água e luz, botijão de gás e aluguel, necessidades básicas à sobrevivência.
“É uma comunidade violentada em seus direitos básicos. A campanha do Mobiliza Campinas, com a Fundação FEAC, é emergencial. Para atender a essa demanda que é urgente, que é não ter comida para comer e alimentar os filhos”, afirma Vanessa Aguiar, que é pedagoga e coordenadora técnica dos serviços com crianças e adolescentes do Instituto Padre Haroldo.
A diarista Solange Maria da Silva, 39 anos, tem uma filha de 8 anos, que ela cria sozinha desde os dois anos de idade. Para poder trabalhar e sustentar a família ela tem o suporte do Instituto Padre Haroldo, que é onde sua filha passa as manhãs, antes de ir para a escola.
“Isso fortalece a gente”
Ela foi uma das primeiras a chegar à instituição para retirar o cartão antes de ir para o trabalho. “Esse auxílio alimentação é muito útil para mim, que crio sozinha minha filha. Eu espero que outras pessoas, ONG e empresas que têm condições possam continuar ajudando porque isso fortalece a gente”, afirma.
Assim como Solange, a dona de casa Rozeani Costa Braga, 33 anos, esteve lá para retirar o seu benefício. Mãe de Ângelo Gabriel, de 10 anos, ela está sem trabalho e o benefício vai aliviar o aperto de meses sem renda fixa. “Ajuda nas despesas básicas de mercado, para comprar alimento, principalmente”, diz ela.
Mulheres chefes de família
Como nas outras duas edições da campanha, a maioria das beneficiárias do auxílio é de mulheres que perderam emprego durante a pandemia e passaram a ter dificuldades em garantir a própria alimentação e a dos filhos.
A escolha do cartão alimentação foi pensada para permitir que as famílias tenham autonomia na aquisição de produtos conforme suas necessidades. Além disso, a injeção de recursos financeiros na comunidade ajuda a incentivar a economia local, já que os gastos podem ser feitos nos pequenos comércios do entorno das residências beneficiadas.
Sobre o Mobiliza Campinas
Criado em 2020, o Mobiliza Campinas surgiu como uma medida emergencial. A pandemia da Covid-19 agravou a situação de vulnerabilidades de muitas famílias, com a perda de emprego e renda, e era preciso dar uma resposta imediata para amenizar a situação.
A opção pelo cartão alimentação, além de dar autonomia para que as famílias empregassem os recursos nos produtos que mais necessitavam, também tinha como objetivo promover a economia local, movimentando os pequenos comércios no entorno dos beneficiados.
Nas duas primeiras edições foram contempladas 13.201 famílias, com 93% dos cartões emitidos em nome de mulheres, representando um total de R$ 9,5 milhões. Ao todo, 84 empresas e mais de 3 mil pessoas físicas contribuíram para ajudar 53,7 mil pessoas.
Por Natália Rangel