Não é apenas o que você sabe, é como você o utiliza

Por: GIFE| Notícias| 24/09/2012

Andrew Milner*

Como parte da edição especial sobre dados, a Alliance convocou uma mesa redonda virtual de associações filantrópicas e de grupos de apoio de arredor do mundo a fim de ter uma idéia das informações coletadas sobre eles mesmos nos diferentes lugares. O que sabemos e o que não sabemos? Que mais poderíamos fazer com mais ou melhores informações? E, se não estamos levantando e compartilhando os dados que precisamos, o que está nos detendo?

Quem coleta o quê e por quê?

Em face disso, as organizações representadas por vários respondentes já estão levantando uma grande quantidade de informações. A WINGS, de acordo com Helena Monteiro, coleta dados sobre as organizações de apoio aos doadores de fundações comunitárias pelo mundo. A Africa Grantmakers Affinity Group (AGAG), afirma Niamani Mutima, “coleta informações básicas sobre a carteira de financiamento de nossos associados e de outros financiadores da África”. As informações são utilizadas “de diversas maneiras para erguer o perfil africano dentro da comunidade filantrópica.”. De uma forma mais ampla, são utilizados para mostrar uma imagem do panorama da filantropia de fundações privadas.

O Conselho de Fundações nos EUA, afirma Mark Bolgiano, “coleta dados sobre o que liga as pessoas e as organizações nas redes de tópicos, locais, regionais, nacionais e globais de modo a ter condições de juntá-las para fazer coletivamente grandes ações que seriam difíceis ou impossíveis de serem feitas individualmente.”. Isto já nos dá uma idéia do benefício que a maioria de nossos respondentes cita: são utilizados para facilitar a colaboração, isto sem mencionarmos a continuação.

Gerry Salole no European Foundation Centre (EFC) comenta sobre as mudanças dos últimos anos no tipo de informação que a EFC coleta. “No passado, nosso foco era colocar os números no tamanho, escopo e trilha financeira do setor na Europa e, ao mesmo tempo, coletar também exemplos de casos e de tipos de projetos e programas que os nossos membros apoiavam.”. Naquele tempo, por causa das condições dos dados no local, ele disse, era totalmente apropriado fazê-lo. Agora ele vê duas mudanças no setor europeu de fundações que, para ele, está atingindo a maioridade. Uma, é a tendência em direção a um “entendimento mais profundo das contribuições das fundações em áreas temáticas específicas.”. Em relação a isto, ele menciona estudos recentes sobre o apoio a temas como os direitos das mulheres comissionados pela Mama Cash e do meio ambiente comissionado pela European Environmental Funder’s Group. O segundo, sinal de maturidade, é “o crescente interesse em dados qualitativos e num melhor entendimento das práticas subjacentes ao trabalho da nossa comunidade.”.

Em contraste, Noshir Dadrawala comenta que muitos poucos dados são coletados na Índia, o que significa que a maioria dos números gerados sobre o setor é especulativa e, com frequência, não confiável. “As ONGs, na Índia, acredita-se (meu itálico) que levantam R$ 40.000 crores (US$7 bilhões – US$ 14 bilhões) por ano”, ele afirma. Menciona também os dados gerados pelo Central Statistical Institute of India sugerindo que o país tem “3,3 milhões ONGs, isto significa mais ou menos uma ONG para cada 400 indianos.”. Logicamente, disse ele, “este dado é bastante falho””.

O Ministério de Assuntos Domésticos coleta dados sobre as contribuições externas, o Banco Mundial tem dados sobre as remessas enviadas para a Índia a partir da diáspora e a Bain & Co. tem coletado e publicado alguns dados sobre doações individuais feitas nos últimos dois anos; no entanto não existe nenhuma fonte de informações sobre as entradas e saídas de dinheiro para o setor dos sem fins lucrativos.

O que está faltando?

Na maioria dos casos, não está claro de onde vem o dinheiro das fundações sem fins lucrativos e aonde vai. Para Dadrawala, o que está faltando na Índia tanto para os indianos mais ricos como para o indiano comum, são informações sobre quem faz doações, os valores e a quem se direcionam. Niamani Mutima aponta para o mesmo: “Enquanto o foco é quase sempre no valor sendo gasto”, ela disse, “Eu não estou tão certa de que o volume é tão importante quanto.”. Por exemplo, “Quando uma fundação ou um grupo de fundações investe significativamente em organizações de um país e é parte da construção de uma área e depois decide parar, eu quero saber detalhes sobre o porquê dessa decisão.”. A justificativa dessa mudança, ela acredita, está sempre restrita às “conversas dos corredores ou telefonemas informais” e raramente é divulgada ao público.

Nicanor Sabula da East African Association of Grantmakers (EAAG), também gostaria de saber sobre as quantias anuais de dinheiro comprometidas com a filantropia na sua região e a contribuição da filantropia para o PIB de vários países do leste da África. Fernando Rosseti, do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), falando sobre o Brasil, afirma que “a informação financeira (de onde vem o dinheiro e aonde vai) oferecida pelas fundações e pelo governo ainda são “vagas” e “sombrias”.”.

Em geral, os valores das contribuições feitas pela filantropia representam problemas menores para a Europa e os EUA. Para eles, possivelmente, a questão mais significativa é saber qual é o efeito que os recursos do setor está tendo. Niamani Mutima comenta que “gostaria de saber o que a filantropia está aprendendo.”. Existem muitas fontes de informação sobre organizações individuais, afirma Mark Bolgiano, e isso é bom para analisá-las individualmente; porém para ele o que está faltando são dados “no setor filantrópico como conjunto, o que dificulta para aqueles do setor a obtenção de dados sobre a abrangência e o impacto.”.

Gary Salole não acredita que precisamos de mais informação. Em vez disso, ele argumenta que precisamos afiar os nossos raciocínios sobre “como podemos juntar toda esta informação para relatar o nosso trabalho e oferecer um entendimento mais esclarecedor sobre o setor.”.

Para que se precisa de dados?

E não apenas para aqueles do setor. “Dados de boa qualidade e confiáveis na filantropia”, disse Noshir Dadrawala, “poderia ajudar os governos a estabelecer melhores políticas e as doações poderiam ser melhor informadas.”. “A nossa capacidade para advogar e oferecer ferramentas e serviços para o crescimento e o desenvolvimento da filantropia no mundo está prejudicada devido à falta de dados”, afirma Helena Monteiro.

O planejamento estratégico poderia ser reforçado com mais e melhores dados, concorda Fernando Rossetti: “as parcerias seriam facilitadas e os que procuram fundos teriam mais facilidades”. “Melhores informações poderiam permitir que os doadores do leste da África evitassem duplicidades mobilizando os seus recursos de forma mais eficiente”, disse Nicanor Sabula.
“Seria ótimo ter informações em “tempo real” sobre as organizações que atualmente recebem apoio, assim como também informações sobre doações individuais”, disse Niamani Mutima; ela admite ser uma otimista. Então, com os pés no chão, ela afirma que melhores informações “poderia lograr que a filantropia dos EUA fosse a melhor parceira no desenvolvimento africano.”. Mais informações “poderiam ajudar a ter uma melhor visão de como a filantropia está tentando se encaixar na paisagem de desenvolvimento da África. Desta forma, a história da filantropia e o desenvolvimento da África não seriam tão episódicos e individualistas.”. Por último, por causa de os membros do AGAG frequentemente trabalharem à distância (muitos deles estão baseados nos EUA), querem informação sobre “o trabalho sendo feito pelas organizações da sociedade civil porque elas são as que realmente estão fazendo o seu próprio trabalho.”.

Melhorando a transparência, facilitando a colaboração

Outra grande virtude dos dados, acredita Mark Bolgiano, é que tornam transparentes as organizações. Fernando Rossetti concorda que com o tipo de dados que, por exemplo, o setor dos sem fins lucrativos dos EUA tem em mãos, afirma que aumentarão “a relevância e a legitimidade social” do setor filantrópico no Brasil, que tem sido propenso a escândalos de corrupção. Reciprocamente, disse Bolgiano, “a falta de informações se traduz numa falta de visibilidade do setor. Esta cegueira resulta em perdas de oportunidades para fazer parcerias com outras pessoas ou organizações com afinidades naturais.”.

A maioria dos outros participantes se pôs de acordo. Niamani Mutima falou sobre “as oportunidades perdidas dos filantropos para se complementarem entre si na filantropia e na possibilidade de criar um grande impacto no setor comunitário.”. Da mesma forma, Rossetti acredita que “algumas parcerias em territórios ou campos temáticos não acontecem devido à falta de informações.”.

Barreiras no compartilhamento de informações

O argumento a favor de melhores dados parece óbvio demais. Parece igualmente óbvio que uma maneira de ter um panorama claro do setor como um todo – seja global, regional ou nacional, seria por meio de um maior intercâmbio de informações entre fundações. No entanto, como Niamani Mutima comenta, “as fundações parecem não saber muito sobre o que cada um está fazendo fora de sua área.”. Porque não?

Noshir Dadrawala conta a inspiradora história: “Mais ou menos há um ano foi feita uma tentativa para estabelecer uma rede de filantropia Indiana… A primeira reunião aconteceu no escritório da Tata Trusts. A segunda reunião, na Edel Give Foundation, poucas pessoas assistiram. Foi decidido fazer teleconferências, mas não foram muitos que aderiram. Ultimamente, depois do primeiro ano, as coisas simplesmente fracassaram. E isto foi por uma razão. As fundações não encontraram tempo… Porque elas provavelmente não enxergavam muito valor na rede. Todos estavam muito ocupados com o seu próprio trabalho.

Ele sente que as fundações trocam informações parciais. “Muitas, se não todas as fundações, somente reportam histórias de sucesso”; ele sugere que essa falha em admitir fracassos limita as informações que as fundações desejam divulgar. Niamani Mutima concorda. “Penso que existe um medo inacreditável de falar candidamente sobre fracassos e em fazer a coisa certa.”. Ela acrescenta: “O processo de tomar decisões para a instituição e o filantropo individual pode se basear em uma vasta gama de coisas. Às vezes, só fazem sentido no contexto interno.”.
Gerry Salole menciona que as fundações não desejam abrir-se ao escrutínio, principalmente quando ele fala sobre a necessidade “de desmistificar a apreensão sentida por algumas fundações quanto a dar mais informações sobre o seu trabalho e as suas operações.”. “Isto provavelmente tem a ver menos com a relutância em admitir falhas para os seus pares do que com a atitude geral de sentir-se defensivo quando respondem ao que eles vêem como uma espécie de ressentimento público de sua posição – eles quase sempre têm deduções de impostos e não precisam obedecer aos ditames dos acionistas ou eleitores, etc.

Esta atitude defensiva poderia ser mais bem fundamentada em alguns casos do que em outros. Nicanor Sabula observa que entre os doadores do leste da África há “um medo das autoridades, especialmente quando se trata de leis tributárias. Como não se entende a lei tributária, algumas fundações têm medo de se expor.”. “Eles também temem que, ao compartilhar informações, possa desestimular doadores em potencial que poderão recuar do suporte que dão às fundações que já recebem muito dinheiro ou que as idéias ou inovações podem ser roubadas por organizações menos criativas. Mas em alguns casos, ele sugere, simplesmente pode ser que “algumas fundações honestamente não possuam informações documentadas para compartilhar. Seu conhecimento está na cabeça dos seus líderes/fundadores.”.

Fernando Rossetti cita uma razão pela falta de informação compartilhada entre as fundações familiares que pode ser particularmente do Brasil – “o medo que seus membros têm de serem sequestrados.”. No entanto, ele põe em dúvida a sinceridade desse motivo. “Essas pessoas geralmente não se abstêm de aparecer em revistas de celebridades”, ele aponta. O melhor motivo do porquê as fundações brasileiras não compartilham informações, ele pensa, é que a filantropia brasileira tende a ser dominada por fundações corporativas. A utilização da filantropia eleva o perfil de negócios e tende a significar “o exagero de algumas questões e a ausência de informação sobre outras.”.

Gerry Salole vê sinais de mudanças em direção a uma maior abertura e fala da “significativa melhoria no acesso a informações por meio de websites, relatórios anuais e outras mídias. Nós realmente sentimos que existe um maior desejo em compartilhar experiências dentro da comunidade, expandi-las com outros parceiros e com o público em geral.”. Ele também comenta um crescente apetite para dialogar além das fronteiras para ter a oportunidade de aprendizagem sobre essas experiências diversas.

Barreiras para coletar dados

Seria muito proveitoso fazer a distinção entre gerar dados e compartilhar dados. No segundo caso, como temos visto, as barreiras tendem a ser culturais. No primeiro, parecem ser mais técnicas ou financeiras. “Penso que o custo de acessar dados tanto em termos de tempo como em dinheiro”, afirma Niamani Mutima, “é provavelmente, para nós e para a nossa organização, a maior barreira. Num setor onde as coisas mudam rapidamente, ela afirma, manter atualizadas as informações pode ser um exigente exercício. “As fundações podem mudar rapidamente suas prioridades ou enfoque. Depois de alguns anos elas podem mudar sua estratégia, seu enfoque e podem não financiar mais nesse país ou setor ou enfoque. “Assim sendo, os dados podem ficar velhos muito rapidamente.”.

Mark Bolgiano percebe duas barreiras técnicas nos EUA para acessar dados: a falta de “uma real utilidade pública” – um provedor único de dados filantrópicos que coloca à disposição dados com baixo custo ou gratuitamente – e a falta de uma padronização nos dados disponíveis ou de um formato que todo o mundo ligado ou conectado concorde em utilizar. Devido a estas duas barreiras, ele está convencido de “que agora é uma simples questão de quando. O movimento Big Data está tomando conta dos serviços de dados comerciais em todos os setores incluindo aqueles que vendem dados públicos às fundações.”.

A necessidade de padronizar

Em outros artigos desta edição temos visto (veja conversação entre Bradford Smith e Rosa Gallego) que os dados seriam muito fáceis de coletar e interpretar se estivessem num formato padronizado. Helena Monteiro, coloca como um grande desafio a padronização de “informações sobre quem doa dinheiro, quanto, como, para que causa ou tema, quem recebe e/ou se beneficia e quais são os resultados.”. Ela admite que “a padronização é difícil por causa da complexidade e da diversidade da filantropia.”. WINGS está atualmente trabalhando em parceria com o Foundation Center Development para desenvolver uma maneira padronizada de coletar dados dos membros da WINGS (descubra mais sobre o projeto da WINGS).

Gerry Salole acrescenta uma advertência sobre as tentativas de padronizar os dados. A EFC lutou por mais de uma década para desenvolver uma tipologia para classificar fundações européias com base num modelo dos EUA. “Enquanto serviu como um começo adequado para uma taxonomia superficial das fundações”, ele afirma, “a tipologia fracassou ao levar em consideração novas formas, tendências, variações e exceções à regra.”. Na verdade, ele concluiu, “tínhamos embarcado numa tarefa impossível.”. Eles finalmente decidiram abandonar a tentativa, “Retirando-se assim os albatrozes em volta dos nossos pescoços.”. Concluindo, “Penso que é importante para nós abraçarmos e celebrarmos a diversidade do nosso setor. Por isso que nosso foco está em capturar cenas instantâneas situacionais do setor de fundações da Europa, documentando histórias, estudos de caso e de relacionamentos.

Examinando os dados

Ter dados é uma coisa; porém utilizá-los adequadamente é outra coisa. Gerry Salole já sugeriu que o que se precisa não são mais informações, mas uma melhor análise delas. Niamani Mutima, frequentemente, também acredita que “é mais uma questão de análise precisa e útil do uso da informação do que a informação propriamente dita.”.

E não é somente uma questão de analisar os dados. Noshir Dadrawala já mencionou a existência de “dados falhos”. Niamani Mutima também levanta a questão sobre a integridade dos dados: “quem os coletou e com que finalidade?”. Ela menciona um artigo recente no jornal The Guardian sobre o Índice dos Estados Quebrados e o seu impacto. “Levanta a questão de quão útil é o índice anual de estados falhos da revista Foreign Policy e o que significa.”. O artigo ao qual ela se refere descreve o Índice dos Estados Quebrados como “um ataque de alto perfil aos países que aparecem bem perto do topo da lista… podendo até exacerbar a instabilidade que procura descrever, minando a confiança dos cidadãos em seu país na sua habilidade de se transformar.” (1).

Precisamos desenvolver uma visão geral e princípios comuns para as informações globais de filantropia, disse Helena Monteiro. Como serão utilizados os dados coletados? Como podemos garantir a qualidade dos dados? “Estas são importantes questões que precisam ser discutidas e acordadas.”.

Sem dados não há desenvolvimento

Juntando toda a sabedoria dos que estão sentados nesta mesa redonda virtual, a primeira coisa que emerge claramente é que, em termos de informação, mais não é necessariamente melhor. Enquanto a coleta de dados é importante, a análise é crucial. Nos países mais desenvolvidos, aparentemente, a maior parte dos dados básicos que as fundações e as sem fins lucrativos poderão precisar, já existe de uma forma ou outra. O desafio é acessar ou combinar os dados de forma apropriada às necessidades e que sejam de baixo custo para serem exequíveis.

Nos países em desenvolvimento, isto pode não ser assim. Em todas as circunstâncias, no entanto, uma variedade de considerações culturais, técnicas e financeiras, dificultam uma melhor coleta e utilização de dados. Os dados técnicos são os primeiros a serem resolvidos e, muitas vezes, eles já estão em vias de serem solucionados. Em alguns casos, mesmo os culturais, já estão sendo superados.

Não importa como se faz o intercâmbio das informações em seus respectivos mundos; todos os participantes concordam que ter acesso a um conjunto de dados certos melhorará a eficiência do setor, sua percepção perante os governos e o público e, por último, sua influência e o seu impacto. Como Noshir Dadrawala aponta: “todo desenvolvimento depende de medições e, se não tiver dados confiáveis para serem comparados, a medição é difícil se não impossível.”.

A revista Alliance gostaria de agradecer às seguintes pessoas pelas suas contribuições:

Mark Bolgiano, Oficial Chefe de informações, Council Foundations, EUA
Noshir Dadrawala, Presidente Executivo, Centre for Advancement of Philanthropy, India
Helena Monteiro, Diretora Executiva, Worldwide Initiatives for Grantmaker Support (WINGS), Brasil
Niamani Mutima, Diretora Executiva, Africa Grantmakers Affinity Group (AGAG), EUA
Fernando Rossetti Secretario Geral Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), Brasil
Nicanor Sabula, Presidente Executivo East African Association Grantmakers (EAAG), Quênia
Gerry Salole, Diretor Executivo, European Foundation Centre (EFC), Bélgica

(1) The Guardian, 2 de julho 2012, ‘Índice de Países Falidos pertence á lata do lixo da política’,
www.guardian.co.uk/global-development/poverty-matters/2012/jul/02/failed…

*Andre Milner é Editor Associado da Alliance.

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