GIFE apresenta novo posicionamento frente ao cenário atual do investimento social privado

Por: GIFE| Notícias| 21/03/2014

Como resultado de um intenso trabalho de articulação e construção colaborativa, que reuniu institutos, fundações, empresas, assim como organizações sociais e representantes do setor público e pesquisadores, o GIFE apresentou durante o Congresso o seu novo posicionamento estratégico.

O objetivo é definir um caminho para as ações do GIFE que possa estar em acordo com as novas perspectivas e desafios contemporâneos para o investimento social privado (ISP), colocados a partir das várias mudanças pelas quais a sociedade tem passado.

Andre Degenszajn, Secretário-Geral do GIFE, destacou que, para pensar em um novo posicionamento, foi importante resgatar a história e os fatos marcantes das últimas duas décadas essenciais para a consolidação do setor no país.

A década 90, por exemplo, destacou-se pela expansão da sociedade civil, na qual a maior parte das entidades nasceu, sendo também marcada pela organização do setor, com a criação de leis de incentivo e regulações que definiram o contorno do marco regulatório que orienta a área até hoje. Já a década 2000, foi marcada pelo fortalecimento e profissionalização das organizações, além da produção de conhecimento e indicadores, como o lançamento do Congresso e do Censo GIFE.

Para esta década atual, novos desafios foram lançados como a percepção de que a capacidade transformadora do investimento social depende da incorporação da dimensão pública na sua atuação privada, ou seja, é preciso uma articulação constante com o governo e com organizações representativas da sociedade civil. Diante deste cenário, reconheceu-se a abrangência e a diversidade do investimento social, sendo o seu papel o de:

1. Promotor de causas sociais, ambientais e culturais. “Essa característica marcou a forma de atuação do ISP. Porém, agora é necessário superar a lógica de trabalho fundada em projetos. É preciso uma construção estratégica sobre o impacto e transformação social das ações que realizam, com a incorporação dos elementos de inovação e escala e o resgate da dimensão do risco”, enfatizou Andre.

2. Catalizador de recursos filantrópicos. Em 1995, o GIFE sentiu a necessidade de cunhar o conceito do ISP separado do conceito de filantropia. Porém, acredita-se que há um grande potencial de atuação pelo seu fortalecimento, tendo em vista que o ISP pode mobilizar grandes recursos ou angariar pequenas doações que fariam crescer a capacidade de impacto a partir de investimentos privados da sociedade.

3. Vetor de fortalecimento da sociedade civil e institucionalidades políticas. “O desafio está na construção estratégica e colaborativa nestas relações. Precisamos criar novas articulações e reconhecer que os investidores não têm todas as respostas e soluções pelos quais se debruçam. É preciso também fortalecer o sentido político dos investidores sociais”, destacou o Secretário-Geral.

4. Alavanca para o impacto social das empresas. Há dez anos o GIFE investiu na separação entre a dimensão do social e a atuação das empresas, algo que foi importante para construir os limites da atuação social destas instituições. Porém, hoje, se destaca a necessidade de se pensar num novo lugar para as empresas na sociedade e, para isso, encontrar um novo sentido na relação com o ISP.

5. Indutor de negócios de impacto social. “Entendemos esses negócios como um conjunto de práticas para a geração de impacto social. Assim, eles são parte integrante do sistema do ISP”, pontuou Andre.

Segundo o Secretário-Geral do GIFE, esse novo contexto exige um novo modelo de atuação para a organização, que sempre teve como principal missão aperfeiçoar conceitos e práticas do uso de recursos privados para o desenvolvimento do bem comum. Até então, o GIFE atuava em duas frentes: articulação e conhecimento. Porém, em grande parte, este eixos caminhavam de forma separada.

A proposta agora é projetar a atuação do GIFE unindo estes dois elementos, visando gerar conhecimento a fim de trazer condições para uma incidência interna, ou seja, no âmbito do investimento social privado, e externa, para qualificar a atuação dos investidores na sociedade.

Para isso, o GIFE pretende fortalecer a rede de investidores sociais, estimulando que esta seja cada vez mais aberta e articulada com outras organizações e setores que também atuam pela transformação social, unindo práticas e saberes. Associada a esta rede, o GIFE pretende constituir um núcleo de conhecimento, que produz, sistematiza e dissemina conhecimento orientado a incidir sobre o ambiente politico-institucional do investimento social e sobre suas práticas de atuação.

Com isso, será possível, na sua dimensão externa, construir posicionamento, influenciar sobre temas de interesse e promover uma mudança regulatória. E, na dimensão interna, construir indicadores e parâmetros, assim como sistematizar boas práticas.

Portanto, o papel central do GIFE será gerar conhecimento a partir das articulações em rede para aperfeiçoar o ambiente político-institucional do investimento social e ampliar a qualidade, legitimidade e relevância da atuação dos investidores sociais privados. Esse é o GIFE que queremos ser e a participação de todos será fundamental”, finalizou Andre.

Baixe AQUI o folder explicativo do novo posicionamento GIFE

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