GIFE promove o Seminário: Relevância dos Investidores Sociais Independentes

Por: GIFE| Notícias| 11/06/2014

Na ultima terça feira, dia 3, o GIFE realizou o Seminário “A relevância dos investidores sociais independentes na nova arquitetura institucional de apoio às Organizações da Sociedade Civil”. O encontro reuniu associados e parceiros do setor, entre eles a Rede de Fundos Independentes para a Justiça Social.

O objetivo do encontro foi aprofundar a reflexão sobre a relevância dos investidores independentes e identificar convergências possíveis entre diferentes atores no campo do investimento social privado para o seu fortalecimento. O tema ganha importância pois investidores independentes têm ocupado papel fundamental na sustentabilidade das organizações da sociedade civil, garantindo um apoio baseado em autonomia de atuação.

O encontro é a última etapa de um projeto do GIFE financiado pela Fundação Ford, cujo objetivo é promover a diversificação dos investidores sociais, difundindo a importância de fundações e institutos independentes e comunitários no fortalecimento da sociedade civil organizada e do investimento social no Brasil.

Instituto Arredondar, Fundação Tide Setúbal, Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM) e o Fundo Brasil de Direitos Humanos apresentaram suas diferentes experiências de posição e operação, que foram comentadas na sequência em um debate que contou com Paulo Castro, diretor-executivo do Instituto C&A, Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco e Marcelo Furtado, Diretor Executivo do Instituto Arapyaú, trazendo contribuições aos desafios colocados.

O contexto no qual se desenvolve essa iniciativa reflete o momento atual brasileiro em que a democracia precisa ser reforçada e revitalizada. Participação social, políticas públicas e responsabilidade social precisam incorporar novas práticas e arranjos. Setores sociais e instituições, não somente o governo, precisam enfrentar os desafios de melhor compreender anseios e demandas da sociedade e atualizar seu papel e contribuição no processo de construção de um país melhor.

Organizações da sociedade civil (OSCs), nesse sentido, têm tido uma contribuição muito importante na luta contra a pobreza e as desigualdades, ao aprofundamento da democracia e à promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável. No entanto, a sustentabilidade tanto financeira quanto política dessas organizações tem se esgotado. Investidores sociais independentes tornam-se fundamentais nesse arranjo, sendo capazes de desenvolver fundos voltados a causas sociais, com independência, idoneidade e capilaridade. Representam uma nova maneira de fazer grantmaking e precisam ser viabilizados financeira e politicamente.

No encontro, investidores independentes trouxeram a importância de ter experiências consolidadas e legitimidade para auxiliar na captação de recursos. Apontaram, no entanto, que uma vez financiados por diversas fontes, há o desafio de atender às demandas e expectativas de uma multiplicidade de doadores, e de criar processos de diálogo para criar convergências de interesses entre eles.

Para Ricardo Henriques, a força e a legitimidade dos fundos (temáticos e territoriais) estão em três grandes vetores: capacidade de ser um radar e mapear aquilo que é relevante e poder gerar transformação, a capacidade de produzir relações de confiança e capacidade de se associar a resultados.

Focar não apenas no recurso financeiro, segundo Marcelo Furtado, mas no também capital humano, com profissionais bem capacitados e inteligência humana bem aproveitada é muito importante para os investidores independentes. Para ele, colocar apenas o problema do recurso e não das conexões em rede enfraquece o debate.

Paulo Castro acredita que é preciso analisar em que medida é importante apostar em novas institucionalidades e estruturas que apontam caminhos alternativos ao financiamento.

O evento também discutiu a necessidade de maior transparência e apetite ao risco. Para haver transformação é preciso apostar, o que pode trazer riscos, mas o filantropo brasileiro é ainda muito cauteloso.

Institutos e Fundações Independentes são organizações sem fins lucrativos mantidas geralmente por mais de uma organização ou indivíduo. Sua gestão é independente de seus mantenedores.

A Rede de Fundos Independentes para a Justiça Social é composta pelas seguintes organizações: Fundo Social Elas, Fundo Baobá para a equidade racial, Fundo Socioambiental CASA, Fundo Brasil de Direitos Humanos, Instituto Grande Florianópolis (ICom), Instituto Rio, Instituto Baixada Maranhense, Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e Brazil Foundation.

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