Pesquisa defende protagonismo cultural no enfrentamento às mudanças climáticas

Por: GIFE| Notícias| 13/01/2025

Ribeirinho é visto em sua canoa enquanto atravessa área de igapó no município de Careiro da Várzea, Amazonas © Bruno Kelly

A pesquisa ‘Cultura e Clima’ foi realizada pelo C de Cultura em parceria com a Outra Onda Conteúdo e o suporte técnico do Instituto Veredas 

Mobilizar caminhos do protagonismo cultural rumo à redução dos efeitos das mudanças climáticas. Com esse propósito, o projeto C de Cultura, em parceria com a Outra Onda Conteúdo e o suporte técnico do Instituto Veredas, revelou dados essenciais por meio da pesquisa Cultura e Clima. O estudo destaca a cultura como um agente transformador na agenda climática global.

Além disso, o levantamento identifica desafios essenciais e traça caminhos estratégicos para a construção de políticas e programas que integrem cultura e o compromisso ambiental. Para isso, o estudo mergulhou em “documentos e nas iniciativas que apontam caminhos para a efetiva integração das agendas de Cultura e Clima”, revela trecho do relatório.

O Cultura e Clima nasce através de uma pesquisa anterior, a “Cultura em Evidência”, também realizada pelo C de Cultura, como explica Mariana Resegue, diretora executiva da organização. “Eu costumo dizer que a ‘Cultura em Evidência’ é um grande olhar horizontal, pois estamos olhando para o horizonte das evidências de cultura, através de um foco nacional e internacional, trazendo os principais debates, desde cultura e democracia, até financiamento, indicadores. Já a ‘Cultura e Clima’ é um aprofundamento mais vertical”, revela. 

O estudo atual foi feito de abril a outubro de 2024, desenvolvido por meio de uma abordagem participativa, combinando revisão de literatura, consultas a especialistas, mapeamento de iniciativas, sessões de validação, artigos de opinião e entrevistas. 

Dentre as perspectivas defendidas, está o de que a proteção dos saberes tradicionais é um importante caminho de pavimentação da justiça climática. Um dos dados apresentados nesse sentido mostra que “povos indígenas e comunidades locais são responsáveis pela gestão de 42% dos territórios em boas condições ecológicas e 36% das áreas-chave de biodiversidade existentes no mundo”. 

O estudo também revela os impactos das mudanças climáticas no setor cultural, classificados como “profundos e crescentes”. 

“A ideia de produzir o Cultura e Clima a partir do contexto brasileiro, da lógica do Sul Global é fundamental. Nosso objetivo é gerar massa crítica baseada nas nossas realidades, para chegarmos fortalecidos às discussões, especialmente a COP 30 no próximo ano”, comenta Mariana Resegue. 

“É importante evitar que sejamos colonizados por saberes externos, vindos de pesquisadores ou estudos que muitas vezes não consideram as especificidades das nossas vivências e contextos locais”, conclui a diretora.

Confira a pesquisa completa aqui


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