Campinas terá iniciativa pioneira para qualificação de profissionais do Setor Social
Por: Fundação FEAC| Notícias| 20/01/2025Fundação FEAC, PUC-Campinas e GEPPES se uniram para lançar o Projeto-piloto Academia Social e anunciam os dois primeiros cursos gratuitos
Germano Rigacci Júnior, reitor da PUC-Campinas (à esquerda), e Jair Resende, superintendente socioeducativo da Fundação FEAC, em evento de lançamento da Academia Social – Divulgação Fundação FEAC
Uma iniciativa que acaba de nascer em Campinas pretende inspirar outros municípios. A Fundação FEAC, em parceria com a PUC-Campinas e o Grupo de Estudos e Práticas Permanentes em Educação Social (GEPPES), lançou a Academia Social, um projeto-piloto que visa capacitar agentes sociais que já trabalham ou desejam atuar no ecossistema social. Trata-se de uma plataforma cuidadosamente estruturada com cursos que permitirão aos “estudantes” a ampliação de conhecimentos e o fortalecimento de suas práticas profissionais para fomentar a inclusão social, reduzir as vulnerabilidades e promover o bem-estar social de maneira equitativa.
Para um município que tem população de mais de 1.1 milhão de habitantes, cerca de 135 mil famílias vivendo em situação de vulnerabilidade social cadastradas no Cadastro Único em 2023, e aproximadamente 255 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) em atividade, a qualificação de profissionais para trabalhar no chamado ecossistema social é um tema de extrema relevância, uma vez que são essas pessoas que têm papel essencial para que as organizações sejam eficazes em suas missões e sustentáveis em suas operações.
Em cerimônia que aconteceu em dezembro na PUC-Campinas para marcar o lançamento da Academia Social, Rodrigo Correia, coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Organizacional e Impulsionamento de Empreendedores Sociais da Fundação FEAC, explicou que o projeto-piloto terá 18 meses de duração, com a oferta de pelo menos 10 cursos nas áreas de governança, gestão e sustentabilidade, com conteúdos específicos para cada público: desde educadores e técnicos até gestores e diretores de OCSs. “O projeto é sustentado por três pilares fundamentais: a formação acadêmica com certificação pela PUC; a geração de conhecimento, com o objetivo de criar uma plataforma acessível para outros agentes sociais, com a disponibilização de materiais educativos; e a qualificação da experiência profissional dos ‘estudantes’ promovendo uma conexão com as oportunidades de trabalho no Setor Social de Campinas. Assim ajudaremos a solucionar uma ‘dor’ do Setor Social, que tem uma função crucial no desenvolvimento de políticas públicas, na promoção de direitos e na execução de ações de apoio à população vulnerável e, justamente por isso, precisa de profissionais com competências aprimoradas”, esclareceu.
O reitor da PUC-Campinas, Germano Rigacci Júnior, afirmou que docentes e pesquisadores da instituição estão envolvidos no projeto com a missão de ajudar a pensar, a refletir e, sobretudo, compartilhar conhecimento com pessoas que estão realmente engajadas a ajudar pessoas em estado de vulnerabilidade social. “Sabemos que quem está na linha de frente precisa de apoio econômico e de infraestrutura, mas também de formação e capacitação. Esse é o propósito que queremos construir com a FEAC e o GEPPES e certamente isso trará um impacto marcante para a sociedade civil de Campinas e fortalecerá ainda mais os nossos projetos”.
O superintendente socioeducativo da Fundação FEAC, Jair Resende, destaca que a parceria com a PUC-Campinas busca melhorar a qualidade do atendimento já prestado para as comunidades mais vulneráveis da cidade e também a preparar profissionais que desejam trabalhar com o Terceiro Setor. “O projeto terá como resultado um atendimento ainda mais qualificado às crianças, jovens e comunidades vulneráveis de Campinas, uma vez que as organizações contarão com profissionais capazes de ter uma atuação ainda mais impactante”, frisou.
O professor Everton Silveira, responsável pelo Programa de Desenvolvimento Humano Integral (PDHI) “Levanta-te e Anda”, que levou ao desdobramento para o novo projeto, e um dos supervisores da Academia Social, contou que a união da PUC com a FEAC aconteceu a partir de um amadurecimento das duas organizações, e que a PUC-Campinas queria criar novas metodologias ativas junto à comunidade e a FEAC entendeu que precisava de um processo de capacitação para organizações sociais. “A Academia Social nasce desse desejo de criar um espaço de formação permanente. Começaremos oferecendo dois cursos livres de capacitação e pretendemos, em um futuro breve, ter no portfólio até um curso de pós-graduação”, completou.
Para Paulo Silva, coordenador de projetos sociais, culturais e de educação do Grupo de estudos e Práticas Permanentes em Educação Social (GEPPES), o principal ganho deste projeto-piloto é que mais pessoas estarão preparadas para olhar criticamente a sociedade e pensar coletivamente em suas transformações.
O início das atividades da Academia Social
De acordo com a Fundação FEAC, inicialmente serão oferecidos dois cursos de capacitação. O primeiro, batizado de “Educação Social em Movimento – Inclusão e Diversidades” trabalhará no módulo “Identidade” conteúdos sobre a trajetória da Educação Social no Brasil e suas metodologias; inclusão e diversidades; e perspectivas grupais. Já no módulo “Saberes” terá entre os conteúdos a arte educação e suas linguagens; o papel mediador do educador e a educação popular e as relações étnico-raciais. As inscrições ficam abertas até 7 de fevereiro pelo link https://educacional.puc-campinas.edu.br/loja/oferta?id=10301. O início das aulas está previsto para o dia 22 de fevereiro, também aos sábados das 8h30 às 12h30, no CEI Campinas e também na PUC-Campinas.
O segundo “Práticas em Educação Social e SUAS: desenvolvimento e implementação”, terá entre os temas abordados a Educação Social; o Sistema Único de Assistência Social (SUAS); o desenvolvimento de projetos integrados; e participação cidadã e inclusão social. As inscrições podem ser feitas pelo link: https://educacional.puc-campinas.edu.br/loja/oferta?id=10300 até 23 de fevereiro. As aulas, que começam no dia 8 de março, serão aos sábados, das 8h30 às 12h30, no campus I da PUC Campinas.
Ambos, com duração de 40 horas, têm como público-prioritário educadores e agentes sociais que já atuam no ecossistema social do município de Campinas.