Especialistas e beneficiados avaliam programa Bolsa Floresta

Por: GIFE| Notícias| 01/12/2014

O programa Bolsa Floresta, gerenciado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), foi criado em 2007 com a proposta de conscientizar comunidades sobre o valor da floresta e seu uso sustentável. A ideia é que a iniciativa contribua para a melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas e, também, para a redução do desmatamento. Para isso, foi determinado o pagamento de um benefício a famílias que vivem em unidades de conservação ambiental no estado do Amazonas.

Recentemente, representantes da comunidade e instituições da sociedade civil envolvidas com o programa se reuniram em Manaus (AM), em um evento promovido pela FAS, para discutir e avaliar os resultados obtidos com a iniciativa, destacando os avanços conquistados e os desafios enfrentados para dar continuidade às ações. Atualmente o programa beneficia aproximadamente 9,4 mil famílias, 40 mil pessoas em 16 unidades de conservação (UCs) do Estado.

O superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, destaca que o programa é realizado de forma participativa e envolve muitas parcerias. “Um dos alicerces do programa Bolsa Floresta é o processo de planejamento e gestão participativa, com forte envolvimento das comunidades na definição dos investimentos e avaliação dos resultados alcançados. Outra característica do programa é o envolvimento de instituições: atualmente são mais de 50 organizações governamentais e não governamentais envolvidas. Fazer com que isso ocorra de maneira eficiente é um grande desafio.”

Já Therezinha Fraxe, diretora do Centro de Ciências e Ambiente da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), explica que o Bolsa Floresta vem colaborando positivamente com avanços na esfera social e é necessário dar continuidade a esses avanços. “Quem participou do processo de criação do Bolsa Floresta sabe da visão que tivemos naquele período, e do muito que foi feito até hoje. Essa parte feita pela FAS é muito importante, pois vemos o orgulho em ter alunos formados no nível médio na comunidade, trabalhando no manejo do lago perto de casa, sem precisar ir para a cidade. Talvez o próximo desafio seja esse: fazer o ensino superior chegar com qualidade nessas localidades, levando ensino aliado à sustentabilidade com esses jovens.”

No que se refere à adoção de práticas sustentáveis pela comunidade, o coordenador do Ceclima, Hamilton Casara, afirma a importância de potencializar as inciativas difundidas pela FAS, uma vez que elas colaboram para geração de renda e contribuem para a conservação do ambiente. “O trabalho focado no desenvolvimento das cadeias produtivas é muito importante. A geração de renda permitirá consolidar a conservação ambiental. É um modelo único que precisa ser difundido.”

Líderes comunitários e beneficiados pelo programa também aproveitaram a oportunidade para discutir e avaliar a iniciativa. “Esse programa deixou de ser um sonho para ser uma realidade. O que mais mudou foi o envolvimento das comunidades. Com a chegada do programa, passamos a ter a integração de várias reservas do rio Solimões, com o manejo do pirarucu, com o Núcleo construído. A qualidade de vida melhorou muito”, explicou Alcione Meireles, presidente da Associação de Moradores e Usuários da RDS Mamirauá.

Mais informações sobre Programa Bolsa Floresta podem ser acessadas no site da FAS.

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