A crise e a Cúpula de Copenhagen

Por: GIFE| Notícias| 27/11/2009

Alliance Brasil

Com a cúpula de Copenhagen, em dezembro, tão próxima, será que a crise econômica pode oferece novas oportunidades à luta contra o aquecimento global? Entre as fundações que trabalham ativamente com as mudanças climáticas, a Fundação William & Flora Hewlett, nos Estados Unidos, é uma das mais proeminentes.

A Alliance Brasil, fez algumas perguntas à Susan Bell, que dirige os esforços da Hewlett, quanto às mudanças climáticas. Sob seu ponto de vista, é a nova administração americana a que tem aberto novas oportunidades e não a recessão atual.

Com ou sem crise econômica, Bell considera que a mudança climática deve continuar sendo prioridade essencial. “”A ciência segue assinalando a urgência do tema. Estamos colocando mais dinheiro nessa área do que em qualquer outra não só pela urgência do tema, mas também porque pensamos acreditar ter encontrado uma das melhores maneiras de abordar o tema. Se observamos a combinação da cúpula de Copenhagen, em dezembro, e o que está acontecendo no congresso dos Estados Unidos, com o projeto de lei sobre o clima, de certo modo é a oportunidade ideal para focar temas sobre o clima, especialmente porque a nossa abordagem é em nível de políticas.”” E, agrega, “”dada a dimensão do problema e o que o levará a resolvê-lo, realmente deve-se atacá-lo em nível de políticas””.

Convencido de que será necessário um ambiente favorável às políticas para abordar a mudança climática, Hewlett e outros doadores apóiam um estudo chamado Design to Win (Feito para ganhar), que identifica as áreas geográficas (Europa, Estados Unidos, China e Índia e regiões densamente arborizadas do mundo como Brasil e Indonésia) e os setores (transporte, empresas de serviços públicos, códigos para a construção, eficiência energética etc.) onde se fazem mais necessárias as mudanças de políticas.

O estudo também estimou os dólares filantrópicos que se requer para efetuar as ditas mudanças. “”Se é possível fazer mudanças de políticas nas regiões, nesses setores chave, nos países do mundo de mais alta emissão, pode-se alcançar a meta de reduzir as emissões globais totais o suficiente para evitar que o planeta se aqueça mais do que 2° C, uma cifra identificada como crítica pelos cientistas””.

Isto tem levado a criar o ClimateWorks, uma rede mundial de organizações centrada em reduzir as emissões globais totais para que não se chegue ao ponto crítico. “”Em alguns dos casos””, comenta, “”a Fundação ClimateWorks, financia organizações que já existem, como a Fundação Energy, que trabalha na China e nos Estados Unidos e, em outros casos tem começado novas organizações como a Shakti, na Índia, e a European Climate Foundation (Fundação Européia do Clima), na Europa.

Nos Estados Unidos, a Hewlett está trabalhando em nível federal e também estatal em temas como eficiência energética, uso de energias renováveis e plantas de carvão””.

Será que é suficiente? “”É o único recurso que temos para tentar diminuir as emissões: por meio de políticas, regulamentações e legislações que finalmente levem a soluções tecnológicas””.

Como tem mudado a situação da nova administração dos Estados Unidos? Muito, de acordo com sua opinião. Poderiam ser utilizados estímulos para propósitos “”verdes””, mas o principal é a mudança de atitude. “”O fato desta nova administração preocupar-se com temas climáticos, não somente neste país, mas como parte da comunidade global, oferece uma enorme oportunidade à medida que Copenhagen se aproxima. Neste momento, existem interesses que concorrem, tais como atenção à Saúde e, por isso, está para ser visto quanto do capital político pode-se, de fato, atribuir a este tema, mas é muitíssimo maior do que tenho visto em muito tempo””.

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