Ações para jovens exigem esforços multidimensionais

Por: GIFE| Notícias| 24/08/2009

Rodrigo Zavala

A complexidade enfrentada por projetos sociais voltados à juventude passou a demandar de seus gestores uma visão mais sistêmica dos processos que desenvolvem. Passou a ser, com isso, imprescindível trabalhar de forma multidimensional para chegar a resultados satisfatórios no final do investimento.

Um exemplo de como isso tem sido pensado vem do Instituto Unibanco, cujos programas são voltados para estudantes de ensino médio. A organização pensa como manter esses jovens na escola, já que a evasão nas primeiras séries do ensino médio é imensa.

Segundo a superintendente do instituto, Wanda Engel, do total da população entre 15 e 17 anos (cerca de 10 milhões), apenas 48% estão corretamente na sala de aula. Dos 3,6 milhões que se matriculam no ensino médio, apenas 1,8 milhão se formam. “”Isto é, morre na praia””, diz.

A conclusão do Ensino Médio é vital para esses jovens. “”Ou você tem 11 anos de estudo ou não entra no mercado de trabalho””, acredita Wanda. Ela cita, por exemplo, o caso da Índia e sua discrepância com Brasil: o estágio de desenvolvimento do país e o percentual da População Economicamente Ativa (PEA) com escolaridade média no Brasil é de 16,4%; na Índia, em que o índice de analfabetismo é de 40%, esse percentual vai a 28,2.

Em seminário realizado no ano passado, especialistas convidados pelo instituto reforçaram que o ensino médio acaba sendo o elo mais fraco do sistema educacional. “”Uma crise de oportunidades, de resultados educacionais positivos, de qualidade e promoção da aprendizagem, de interesse dos alunos pelo ensino médio, de acesso e de recursos””.

Daí, a necessidade de se investir em várias frentes, apoiadas por secretarias de educação. Articuladamente o instituto desenvolve programas como o “”Entre Jovens””, que oferece atendimento educacional complementar aos alunos da primeira série do ensino médio de escolas públicas, por meio de um programa de tutoria. Tal como o “”Jovem de Futuro””que apoia técnica e financeiramente escolas públicas para a concepção, implantação e avaliação de um plano de melhoria de qualidade.

Com duração de três anos, a ação visa a aumentar o rendimento dos alunos nos testes padronizados de língua portuguesa e matemática e diminuir os índices de evasão escolar. Avaliações de impacto mostraram que o “”Jovem do Futuro”” aumentou a porcentagem de alunos com proficiência em português e matemática com uma rapidez que impressionou o próprio ministro da Educação Fernando Haddad. .

Concomitante a esses trabalhos, o instituto lançou o projeto “”O Valor do Amanhã””, originado a partir do livro de mesmo nome do economista Eduardo Giannetti. A proposta do trabalho é fomentar a capacidade do jovem de refletir sobre sua vida e tomar decisões acerca do presente e do futuro. Dessa forma, ele poderá desenvolver sua capacidade de planejar, ter perspectivas, sonhar com o futuro e entender suas responsabilidades sobre ele.

De maneira geral, os projetos criados de forma complementar mostram que é preciso trabalhar em diferentes dimensões para conseguir ter efetividade em uma área. Aqui, a formação no ensino médio. Afinal, se de um lado o mercado exige cada vez mais qualificação, a juventude parece seguir um caminho contrário. Embora seja corrente que quanto maior a escolaridade, maior a remuneração, existe um grosso de jovens que enfrenta um teto de vidro em sua formação.


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