Ações sociais de empresas crescem 28%

Por: GIFE| Notícias| 15/10/2006

Rodrigo Zavala

Estudo realizado pelo Instituto de Responsabilidade Social da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) aponta para uma maior conscientização do setor privado em suas relações com a comunidade. Segundo a VIII Pesquisa Nacional sobre RSE, os empresários incrementaram em 28% os investimentos sociais em relação ao ano passado.

Entre as 3.110 empresas analisadas, 62% delas declararam que pretendem implementar novos programas ainda em 2006, o que provocará um aumento de 42%, em média, em relação ao que está sendo feito. Em 2005, o aumento dos recursos em novas ações foi de 38%.

De acordo com Livio Giosa, diretor do Instituto e coordenador da pesquisa desde a primeira edição, o conceito já se espalhou por todo o setor, incluindo empresas de pequeno e médio porte. “”Com os resultados desta pesquisa percebemos que as empresas estão, de forma construtiva, passo a passo, fazendo a sua parte””, afirma.

Do total da amostra, 92% das organizações desenvolvem projetos de ações sociais voltadas para a comunidade. Deste número, em 71% delas há um incentivo para a participação ativa de funcionários-voluntários.

As cinco principais áreas focadas como receptadoras das ações são, pela ordem de incidência: educação, meio ambiente, cultura, saúde, desenvolvimento comunitário e mobilização social. Já as categorias beneficiadas são: jovem, criança e comunidade em geral. Internamente, 54% das organizações desenvolvem ações destinadas a seus funcionários e 71% realiza projeto para os parentes dos funcionários.

REDE – Resultados similares foram colhidos por meio do Censo GIFE 2005, realizado com os institutos, fundações e empresas que formam a Rede GIFE de Investimento Social Privado. No ano passado, o grupo atendeu a mais de 5 milhões de pessoas, por meio 2.210 projetos sociais, culturais e ambientais.

Os dados levam em conta apenas 63 associados, sendo 34 fundações de direito privado, 32 associações sem fins lucrativos e 17 empresas. A Rede GIFE conta hoje com 93 associados e, embora nem todos eles tenham respondido o Censo, o total de investimento da rede é aferido em, aproximadamente, um bilhão de reais. Nesse sentido, é possível que a estimativa de pessoas atendidas e o total de projetos realizados possa ser maior.

O levantamento chamou a atenção também para o aumento de projetos voltados para a juventude. Como principal beneficiada, a faixa etária entre 15 e 17 anos aparece em primeiro lugar nas ações realizadas pela Rede GIFE, seguido por jovens de 18 e 24 anos, em segundo lugar. Juntas, as duas faixas etárias representam cerca de um quarto dos projetos apoiados pelos associados.

“”Ao contrário do que acontecia nas décadas de 80 e 90, quando o foco era a infância, o censo mostrou que existe uma preferência pela juventude, pois ela se tornou a caricatura dos males sociais brasileiros. Os jovens concentram os problemas brasileiros em emprego, saúde, educação e violência. Dois terços da população carcerária do país, por exemplo, estão nessa faixa etária””, explica Fernando Rossetti, secretário-geral do GIFE.

Voluntariado – A pesquisa da ADVB mostrou ainda que nas 71% das empresas pesquisadas há um incentivo para a participação ativa de funcionários-voluntários. No entanto, essa prática deve ser vista com rigor no setor privado.

Para Luis Norberto Pascoal, iniciativas de voluntariado corporativo em que empresas incentivam os funcionários a se solidarizarem a causas sociais, se tornaram abundantes no Brasil. Porém, é preciso tomar certos cuidados na construção do trabalho. “”A vontade de ser voluntário deve ser individual. O empresário não deveria criar projetos, mas incentivos aos seus funcionários, como prêmios de reconhecimento para aqueles que realizam uma ação””, argumenta.

Na visão do empresário, projetos criados internamente poderiam pressionar a participação do funcionário, em vez de motivá-lo. “”Nesse caso, não é voluntariado. Eles deveriam estimular que os colaboradores trabalhassem nas escolas de seus filhos e premiá-los quando o fazem. Isso é uma política de voluntariado””.

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