“Artigo: Sobre “”depois do sucesso”””

Por: GIFE| Notícias| 29/06/2009

Geof Mulgan*

O artigo de James Posner é um corretivo útil dos pontos menos discutidos sobre ampliação e replicação. Esta última metáfora vem da indústria manufatureira, onde a mesma coisa pode se duplicar infinitamente sem mudar. Algumas delas são atrativas porque qualquer um, envolvido com mudanças sociais, deseja naturalmente que o seu modelo tenha o máximo impacto possível ao ir ao encontro das necessidades.

Da mesma forma, desejam obter um retorno satisfatório pelo seu trabalho e, em vista disso, está o interesse deles em adaptar os modelos da propriedade intelectual dos negócios, convertendo os riscos sociais em franquias ou licenças. Somando-se a essa mistura, a suposição de muitos do campo da filantropia de risco de que não existe uma diferença fundamental entre ampliar uma empresa de tecnologia e ampliar um programa para os sem teto, e esta linguagem não surpreende, ter-se tornado onipresente.

Existem alguns exemplos de sucesso em ampliação, onde o mesmo modelo tem-se espalhado por muitos países e comunidades sem grandes alterações. Um bom exemplo recente poderia ser a parceria enfermeira /família. Mas existem muito menos exemplos de sucessos do que se poderia imaginar pela retórica em torno da empreitada social e o gerenciamento de ONGs. Na verdade e quase que sem exceção, as ideias realmente transformadoras, como viver com baixo carbono, direitos dos incapacitados, micro-crédito e desperdício zero, espalharam-se de forma muito mais complicada e desorganizada.

Existem muitos motivos para isto. Alguns se referem à falta de capital e habilidades; outros ao fato de que crescimento geralmente requer mudanças de forma: as ONGs dificilmente podem crescer sem mudanças em suas lideranças, aspectos culturais, investidores e sistema interno. Algumas das razões relacionam-se à cultura: uma brilhante ideia em Atlanta pode ser totalmente inadequada em Atenas.

É inerentemente duro ampliar serviços relacionados a cuidados e amor: por natureza são de escala humana e entram em colapso quando organizados em escala industrial. James Posner tem razão quando a linguagem da propagação se encaixa melhor com a mentalidade da maioria dos inovadores sociais e ativistas que estão mais preocupados em ver suas ideias espalharem-se a controlar sua forma exata.

Mas a propagação em si, frequentemente, é uma metáfora curta demais. Alguns padrões de crescimento implicam em montagens: uma idéia nova e montada numa organização já existente. Já outras espalham-se. Também não é suficiente oferecer recursos para a propagação.

Nosso trabalho no crescimento de inovações enfatiza a necessidade de unir com o que nos chamamos de suprimento eficiente (tornando o modelo em algo autenticamente forte) à demanda eficiente (isto é; caso encontre alguém disposto a pagar por isso). Em alguns dos casos a prioridade é intermadiar para promover a demanda, convencer as pessoas de que em primeiro lugar existe uma necessidade para com a ideia e em outras, onde a demanda já está presente, precisa-se apenas de promoção e propagação.

Então, não fiquemos presos aos conceitos inapropriados de ampliação e replicação. Todavia também encontraremos um serie mais ampla de metáforas e conceitos que se encaixam nas complexidades da mudança social.

*Geof Mulgan é Diretor da Young Foundation.
E mail: [email protected].

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