Associados do GIFE estabelecem linhas de atuação conjunta com organizações européias

Por: GIFE| Notícias| 28/02/2005

MÔNICA HERCULANO
Repórter do redeGIFE

Na última segunda-feira (21/2), os membros da rede GIFE tiveram a oportunidade exclusiva de conhecer e trocar experiências com organizações ligadas ao European Foundation Centre (EFC), associação internacional que reúne e apóia fundações européias no desenvolvimento do investimento social privado.

A reunião aconteceu em Brasília (DF), antecedendo o Diálogo de Fundações, Redes Sociais, Governo Brasileiro e Banco Mundial, evento realizado pelo EFC e o Banco Mundial, em parceria com GIFE, Fundação Avina, Fundação Banco do Brasil, Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA).

Estiveram presentes 20 associados do GIFE e representantes de 13 organizações internacionais, além do EFC e do Banco Mundial. O tema do encontro foi Fundações e Investimento Social Privado: Desenvolvimento, Tendências, Necessidades, Oportunidades e Cooperação com Investidores Sociais Internacionais.

Os palestrantes foram Hugo Barreto, presidente do GIFE e secretário geral da Fundação Roberto Marinho, Marcos Kisil, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), John Richardson, executivo-chefe do EFC, Francisco Tancredi, diretor regional para América Latina e Caribe da Fundação Kellogg, e Leonardo Yánez, da Bernard Van Leer Foundation.

Eles abordaram o cenário atual das ações de investimento social privado sobre riqueza e distribuição de renda no Brasil; necessidades e desafios das fundações privadas para investir socialmente; estratégias, modelos e alternativas para a ampliação de seu impacto e oportunidades de parcerias. Após as apresentações e debate entre os participantes, foi sugerida uma série de propostas e recomendações para a continuidade da cooperação entre as fundações brasileiras e os investidores internacionais.

“”A oportunidade de conhecer o trabalho do EFC e a perspectiva de vir a compartilhar experiências com as fundações européias são excelentes resultados deste primeiro contato. Como o desenrolar do Diálogo como um todo mostrou, se não tivesse ocorrido a reunião entre GIFE com o EFC, provavelmente as fundações teriam saído do encontro sem conhecer o que cada grupo faz””, afirma Francisco Tancredi.

Para ele, GIFE e EFC tiraram uma boa agenda de trabalho para o futuro. “”Espero, também, que os nossos associados e os europeus se animem a fazer parcerias para apoiar projetos inovadores no Brasil. Entendo que, para as fundações européias que não mantêm escritório de representação por aqui, o fato de associar-se a uma fundação local para financiar projetos de interesse comum lhes dará uma garantia maior de oportunidade, de monitoramento e de adequação à realidade brasileira. Poderia ser, para elas, uma boa estratégia de entrada no ambiente Brasil.””

Regina Stella Shwandner, diretora superintendente do Instituto Criança é Vida, concorda que os outros dias do Diálogo de Fundações, Redes Sociais, Governo Brasileiro e Banco Mundial valeram mais por causa da reunião do GIFE com o EFC. Agora, indica ela, os interessados devem se reunir e dar, de fato, seqüência aos assuntos tratados.

Encaminhamentos – Algumas das linhas gerais identificadas como formas de cooperação entre os membros do GIFE e do EFC foram marco regulatório do terceiro setor, investimento social com vistas ao cumprimento das metas do milênio, intercâmbio de informações e de pessoas, desenvolvimento conjunto de pesquisas e co-participação em eventos.

“”Abrir um canal de diálogo e de possível colaboração entre fundações empresariais brasileiras e um grupo de fundações européias que tem tido uma atuação relevante na questão do investimento social privado é importante””, afirma o diretor presidente da Fundação Telefônica, Sérgio Mindlin. Para ele, a reunião foi bastante objetiva, onde se colocaram questões da atuação do GIFE e de seus associados e do EFC, estabelecendo uma pauta comum sobre a qual já se pode começar a trabalhar.

As questões do Marco Legal e das Metas do Milênio, de acordo com Mindlin, são os pontos mais importantes. Sobre a segunda, ele lembra que só se conseguirá cumprir e superar os problemas se houver uma efetiva colaboração intersetorial e internacional.

A superação de desafios relacionadas à sustentabilidade dos projetos, relação público-privado, definição de espaços de atuação, avaliação de impacto e estratégias para disseminação de experiências acumuladas também estão nos encaminhamentos estabelecidos pelas organizações presentes.

A superintendente da Fundação Lemann e conselheira do GIFE, Ilona Becskeházy, conta que as entidades européias vieram com uma grande intenção de aprender com as organizações brasileiras e que já houve inclusive a sugestão de começar a replicar projetos realizados aqui em países de língua portuguesa da África. “”Basicamente, era uma reunião para se conhecer mutuamente, o que aconteceu. E uma coisa muito importante foi os representantes dos associados do GIFE estarem se relacionando diretamente com essas instituições européias””, afirma Ilona.

Segundo ela, a primeira coisa a ser feita por quem se interessou em interagir de fato com essas entidades internacionais é ir à reunião anual do EFC, que será realizada em Budapeste (Hungria), no próximo mês de julho. “”Além disso, do ponto de vista político – por ter sido uma reunião convocada pelo Banco Mundial -, é importante analisar um pouco melhor a situação dos projetos do Banco Mundial aqui no Brasil que estão sofrendo um processo de descontinuidade e fazer um posicionamento oficial sobre qual o impacto dessa interrupção no cenário social do país.””

Clique aqui e leia o documento que estabelece as áreas de atuação entre o GIFE e o EFC.

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