Associados do GIFE se mobilizam para a realização da Rio+20

Por: GIFE| Notícias| 07/05/2012

* Daniele Próspero – especial para o redeGIFE

Líderes de todos os países do mundo, empresas, governos e organizações da sociedade civil se reunirão entre os dias 20 a 22 de junho para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a fim de discutir e propor mudanças urgentes e concretas para um mundo mais sustentável. O engajamento e participação das fundações, institutos e empresas se torna parte essencial desta nova construção. Por isto, a agenda da Rio+20 já é destaque na atuação do GIFE e de seus associados nos últimos meses e se fortalecerá ainda mais até junho. Diversas ações foram programadas para ocorrerem durante a Rio+20.

Fernando Rossetti, secretário-geral do GIFE, enfatiza a importância do engajamento do setor empresarial neste movimento. “A Rio+20 tem o potencial de estabelecer uma agenda global para uma nova economia e para o desenvolvimento sustentável, além de recolocar, como 20 anos atrás, a relevância do fortalecimento da sociedade civil, institutos e fundações incluídos nessa construção. Durante a Conferência, haverá agendas específicas, como a questão do meio ambiente, e outras mais transversais, como esta do fortalecimento das organizações da sociedade civil. Praticamente todas impactarão os rumos do investimento social privado, já que lançam agendas coletivas, as quais se deve alinhar para atingir mais impacto em suas ações”, destaca.

Rossetti ressalta ainda que o GIFE tem buscado colaborar com seus associados na gestão de informação e relacionamento, dando visibilidade às iniciativas que as fundações e institutos farão na Rio+20. “Nossa principal agenda é o fortalecimento da sociedade civil como ator importante para uma economia sustentável. Criamos, inclusive, uma Gerência de Advocacy no ano passado para atuar mais fortemente no ambiente regulatório das organizações da sociedade civil. Também nos alinhamos ao posicionamento da Plataforma por uma Economia Inclusiva, Verde e Responsável, em diálogo com o Instituto Ethos e outras organizações deste campo”, afirma.

Uma das agendas de destaque para o investimento social privado durante a Rio+20 e que pretende contar com presença de vários associados do GIFE será o Fórum de Sustentabilidade Corporativa da Rio+20, a ser promovido pelo Pacto Global das Nações Unidas, em parceria com o Secretariado da ONU para a Rio+20, o Sistema ONU e a Rede Brasileira do Pacto Global . O encontro será realizado entre os dias 15 a 18 de junho, com o tema “Inovação e Colaboração para o Futuro que Queremos”. A expectativa é reunir mais de 2.000 participantes em mais de 60 workshops e sessões temáticas relacionados à agenda da Rio+20: Energia e Clima; Água e Ecossistemas; Agricultura e Alimentação; Desenvolvimento Social; Urbanização e Cidades; Economia e Finanças do Desenvolvimento Sustentável.

De acordo com Yolanda Leite, secretária-executiva do Pacto Global das Nações Unidas no Brasil, o Fórum terá como objetivos principais avaliar os progressos realizados até agora pela comunidade empresarial nesta temática, elevar o padrão de qualidade das práticas de sustentabilidade hoje existentes e envolver um número maior de empresas no processo. O encontro buscará ainda estabelecer uma agenda para o desenvolvimento sustentável para a próxima década. “O que se espera das empresas são compromissos efetivos, que possam ser avaliados de forma transparente e um crescimento responsável, que leve em consideração as preocupações das partes interessadas (stakeholders)”, ressalta Yolanda, lembrando que por meio do Pacto Global das Nações Unidas, mais de 6.000 empresas foram comprometidas a conduzir seus negócios em plena sintonia com princípios nas áreas dos Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anti-corrupção.

O Grupo Promon, assim como o Bradesco e o Itaú Unibanco, são alguns dos associados que estarão presentes no Fórum e pretendem colaborar de forma qualificada no debate. Na opinião de Fábio Risério, gerente de Responsabilidade Social da Promon, somente será possível promover transformações com crescimento econômico de qualidade, inclusão social e sustentabilidade ambiental se as empresas tiverem uma participação ativa nas decisões que serão discutidas durante a Conferência. “E este evento abre justamente esta possibilidade às empresas. Agora, depende das empresas, da sua participação, para que possamos avançar com firmeza na mudança que todos nós queremos e precisamos no planeta, de torná-lo melhor para viver e porque não, melhor para fazer negócios”, acredita.

A partir do Fórum, a expectativa é a criação, segundo Yolanda Leite, de uma plataforma sólida que possa guiar o desenvolvimento sustentável, o incentivo às parcerias público-privadas, o fomento da inovação e de novas tecnologias que ampliem a sustentabilidade de produtos e serviços. “A consolidação dos trabalhos do Fórum servirá de base para as recomendações e os compromissos que serão anunciados e encaminhados aos governos para uma atuação que facilite e incentive a sustentabilidade empresarial”, aponta a secretária-executiva.

Participação ativa

O engajamento dos associados do GIFE na Rio+20, em muitos casos, vai além da participação nos encontros e eventos previstos. É o caso da Fundação Ford que, há mais de um ano, tem se envolvido nos preparativos da Conferência a partir de um pedido das Nações Unidas, fortalecendo a participação da sociedade civil e reconhecendo a importância do setor não governamental em relação aos resultados.

A partir da sua missão e valores, a Fundação Ford verificou em quais temáticas poderia dar uma contribuição maior e, a partir daí, passou a articular iniciativas. “A gente considera que este debate é fundamental para uma fundação que se preocupa com direitos humanos, com justiça e meio ambiente. Ou seja, os debates que estão em torno da Rio+20 são os debates que a Fundação Ford está envolvida”, explica Aurélio Vianna, diretor da Fundação.

Por isto, uma das apostas da Fundação é o apoio direto à organização da Cúpula dos Povos, espaço em que sociedade civil de todo a planeta estará envolvida com os grandes debates, entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. A Fundação irá organizar ou colaborar na realização de uma série de eventos e encontros sobre a temática “Cidades Justas e Sustentáveis”, assim como em relação aos povos indígenas e tradicionais e direitos aos recursos naturais.

Além destes encontros, a Fundação contará, do dia 15 a 22 de junho, com o “Espaço Público da Fundação Ford na Cúpula dos Povos”. Será um local reservado para comportar pequenos eventos de até 60 pessoas, com infraestrutura básica de internet, que a Fundação irá oferecer aos parceiros e que também será utilizado para a promoção de debates sobre questões-chave da própria Fundação.

Na opinião de Aurélio Vianna, apesar da conferência concorrer atualmente com outras questões da conjuntura internacional, como a crise econômica, será um momento extremamente importante “justamente para reconstruir esta agenda de desenvolvimento a partir de novas bases”.

Novas iniciativas

A Rio+20 será um espaço também para o lançamento de novos projetos e ações dos associados do GIFE. Em sintonia com os debates da Conferência, o Instituto Ecofuturo irá lançar, no dia 20 de junho, o 3º Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade. A proposta é que educadores de todos os níveis de ensino e educadores sociais enviem projetos criativos de como educar fazendo da sustentabilidade uma ideia executável no cotidiano escolar e da comunidade. A proposta é fazer com que, a partir da leitura, escrita e do diálogo entre alunos e professores, a sustentabilidade seja compreendida em seu sentido mais amplo.

Christine Castilho Fontelles, diretora de Educação e Cultura do Instituto, explica que a 3ª edição do Prêmio Ecofuturo visa convidar educadores a realizar com os seus alunos uma Rio+20 local. “Ou seja, promover o olhar para a realidade da escola e da comunidade e a localização dos desafios que pontuam esse debate planetário desde 1968, com o firme propósito de encontrar caminhos de sensibilização, ganho de competência e capacidade de ação, que contribuam para melhorar o mundo com mais reconhecimento das qualidades excepcionais que se encontram em gente que nos cerca e na qualidade de vida que é possível em qualquer tipo de ambiente”, destaca a diretora.

Os educadores vencedores irão receber R$ 5 mil cada, além de uma coleção de livros e terão seus projetos publicados em livro. Já as instituições receberão uma coleção de livros de literatura para compor a biblioteca e publicações do Instituto Ecofuturo. Em breve, o Instituto divulgará mais informações sobre como os professores poderão participar da premiação, assim como os materiais de auxílio, por meio das suas redes virtuais.

Já o Fundo Vale e a Fundação Roberto Marinho irão lançar em junho o projeto “Florestabilidade: Educação para o Manejo Florestal”. O objetivo da iniciativa é despertar vocações para carreiras ligadas ao manejo florestal, difundir o uso sustentável das florestas e oferecer recursos pedagógicos para professores e técnicos extensionistas da Amazônia. O projeto conta também com o apoio do Serviço Florestal Brasileiro.

“Com a maior floresta tropical do planeta, nós temos a responsabilidade de despertar nossos jovens para a boa gestão desse patrimônio natural e cultural,” diz Andrea Margit, gerente de Meio Ambiente da Fundação Roberto Marinho. “Daí a necessidade de incorporar a discussão sobre o manejo florestal já na educação básica”.

O material pedagógico conterá 15 teleaulas, livro do professor, planos de aula, jogos e um site interativo que vai conectar os participantes do projeto com oportunidades de estudos e de trabalho em manejo florestal. O conteúdo será aplicado em parceria com as secretarias de educação dos estados do Pará, Acre e Amazonas, a partir de oficinas de formação de professores. Nos próximos dois anos, serão envolvidos cerca de 2.500 professores. A metodologia a ser utilizada é a do Telecurso, que se propõe a construir um saber sistematizado e sintonizado com o dia adia do aluno.

A metodologia e os materiais pedagógicos também podem apoiar o trabalho de assistência técnica às comunidades da Amazônia. No estado do Pará, 100 extensionistas serão convidados a aderir ao Florestabilidade, utilizando o conteúdo durante suas interações com as comunidades rurais e extrativistas na região.

Confira o calendário das atividades a serem realizadas pelos associados do GIFE na Rio+20.

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