“Impacto Social: concepções práticas do investimento social brasileiro” será o tema da atividade aberta promovida por diversos associados do GIFE no dia 19 de março, durante o Congresso. A iniciativa será organizada pela Fundação Itaú Social, Fundação Roberto Marinho, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Move Social, que possuem larga experiência na temática.

Isabel Santana, superintendente da Fundação Itaú Social, ressalta a relevância e importância do tema frente à necessidade atual dos investidores sociais apresentarem, cada vez mais, o resultado de suas iniciativas. “Quando falamos de investimento voltado para a transformação social, precisamos ter instrumentos adequados para avaliar e verificar qual foi de verdade ou não a transformação provocada”, destaca.

Diante deste cenário, a proposta do painel será incentivar um debate participativo para explorar as percepções, conceitos e práticas de investidores sociais privados relacionados a avaliação de impacto. Pretende-se observar as divergências e convergências sobre o assunto, sem a intenção de definir um consenso ao redor de uma definição única.

Isso porque, como lembra Eduardo Marino, gerente de avaliação da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, há diferentes perspectivas e abordagens sobre o que seja “impacto” e as avaliações serão elaboradas a partir de diferentes concepções. “A escolha sobre qual caminho seguir deve ser aquela que atenda melhor às especificidades e a natureza do programa que se está avaliando, assim como sobre quais os objetivos se pretende atingir a partir da avaliação”, comenta.

Segundo Marino, durante a mesa de debate, deverão ser abordadas as diferentes perspectivas deste tipo de avaliação. Ele explica que há uma dimensão de impacto, por exemplo, referente à institucionalização. Ou seja, quando um projeto desenvolve uma ação, vislumbra alguns resultados, consegue monitorar o que aconteceu neste período e, após um tempo determinado, essa ação ganha vida própria e não depende mais do projeto para acontecer, como o fato de se tornar uma política pública naquela localidade.

Há ainda as avaliações de impacto que procuram associar uma dimensão econômica, olhando o custo-efetividade ou o retorno de investimento, ou aquelas que vão medir o impacto de uma iniciativa frente a um determinado público-alvo, trazendo dados quantitativos e estatísticos para verificar os avanços alcançados a partir de um ponto inicial verificado logo no começo do projeto.

A partir do entendimento destas diversas perspectivas, o painel pretende também apontar metodologias que vem sendo desenvolvidas e que os investidores podem utilizar para evidenciar os seus resultados de ação. A Fundação Itaú Social, por exemplo, trabalha como uma metodologia econométrica, que olha na perspectiva dos impactos econômicos gerados. “Todos os programas da Fundação passam por avaliação e, a partir dos nossos aprendizados, temos, inclusive, colaborado com a avaliação de outros projetos e políticas públicas, assim como disseminando essa metodologia por meio de cursos, seminários e oficinas por todo o Brasil”, comenta Isabel.

De acordo com os especialistas, as avaliações – construídas a partir de qualquer perspectiva – são imprescindíveis para o aprimoramento dos projetos sociais e para uma gestão eficiente dos recursos investidos. Por isso, elas devem ser parte estratégica de todas as iniciativas elaboradas, ajudando na tomada de decisões.

“O uso das informações geradas a partir das avaliações é essencial. Essa dimensão já tem que estar incorporada no plano. Uma avaliação de impacto não pode ter a finalidade apenas de divulgação interna, para prestar contas ao conselho diretor, por exemplo. Mas ela tem que estar vinculada a uma perspectiva de futuro do programa, prevendo, deste o seu início, como estes dados serão incorporados e disseminados”, destaca Marino.

Serviço
O que: “Impacto Social: concepções práticas do investimento social brasileiro”
Data: 19 de março
Horário: 9h às 12hh30
Inscrições: enviar e-mail para: [email protected]