Bancos devem entender que é um benefício para eles e para os clientes

Por: GIFE| Notícias| 19/06/2006

Rodrigo Zavala

Desde 1989, a organização não-governamental Amigos da Terra – Amazônia Brasileira atua na formulação, acompanhamento e discussão de políticas públicas para tutelar interesses difusos ambientais. Além disso, tenta estimular atividades econômicas sustentáveis dos pontos de vista ambiental e social.

Com esse ideal, já em 2000, a organização começou a desenvolver o projeto Eco-Finanças, que indica à indústria financeira a incorporação do gerenciamento sócio-ambiental em suas práticas. Tudo isso, realizado por meio da produção de materiais e cursos de treinamento, com a colaboração de instituições, como a International Finance Corporation, a Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, e ONGs.

Outros trabalhos na difusão desses conceitos se concentram na pesquisa, redação e circulação de informes e relatórios para administração ambiental. Ao mesmo tempo, desenvolve iniciativas específicas para estabelecer ou aprimorar políticas e práticas sócio-ambientais por parte de diversas instituições financeiras que atuam no Brasil, como, por exemplo, a Rabobank, o HSBC, o Bradesco e o Banco do Brasil. Em entrevista ao redeGIFE, o analista da iniciativa, o engenheiro Cássio Trunkl fala sobre o preconceito das instituições financeiras com o assunto.

redeGIFE – Qual é o objetivo do ECO-Finanças?
Esse projeto tem por principal objetivo incentivar as instituições financeiras a incorporarem critérios sócio-ambientais em seus processos de tomada de decisão de negócios. Isso se dá através da adoção de políticas e salvaguardas (incluindo os Princípios do Equador) para áreas de crédito, project finance, suprimentos, desenvolvimento de novos produtos financeiros e promovendo transparência sobre passivos sócio-ambientais.

redeGIFE – Como se pode analisar hoje a incorporação do gerenciamento socioambiental na indústria financeira no Brasil?
Podemos dizer que ainda estamos no começo, que as instituições financeiras atuantes no Brasil estão começando a estudar como melhor incorporar a gestão do risco sócio-ambiental em suas decisões de crédito. É também uma questão cultural, e por isso, leva algum tempo para ocorrer.

redeGIFE – Quais são os principais desafios ou obstáculos enfrentados para a incorporação dessas preocupações nas instituições financeiras?
O preconceito de que a incorporação desses riscos irá aumentar o custo dos financiamentos e os custos operacionais dos bancos. Entretanto, alguns bancos já entendem que é benefício para eles, e também para seus próprios clientes, se o banco gerenciar melhor todos os riscos envolvidos em suas operações.

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