BNDES se aproxima de investidores sociais privados para potencializar programas sociais

Por: GIFE| Notícias| 19/05/2014

O desenvolvimento de um país, considerando suas demandas mais urgentes e potencialidades eminentes, depende de esforços integrados de diferentes setores da sociedade. Governos, empresas e organizações sociais são corresponsáveis na busca por respostas e promoção de iniciativas que visem o bem estar social.

Pautado por essa premissa, o BNDES, maior banco de investimento de longo prazo do mundo, depois do Banco Mundial, vem buscando costurar parcerias com institutos e fundações empresariais. O objetivo é promover iniciativas em prol do desenvolvimento de territórios vulneráveis Brasil afora – grandes investidores, como Grupo Votorantim e Odebrecht são exemplos de parceiros da instituição em programas sociais.

De acordo com Marcos Cavalcante, técnico do Departamento de Economia Solidária do BNDES, as chamadas parcerias público-privadas (PPPs) têm como princípio a colaboração entre diferentes setores em benefício de programas e projetos voltados para demandas sociais. Nesse sentido, o banco estruturou iniciativas com parceiros privados que acontecem no campo ou centros urbanos, em diversos estados brasileiros.

Para Cavalcante, a aproximação com empresas, institutos e fundações garantiu fôlego de gestão para os programas e capacidade de acompanhamento e avaliação de resultados nos territórios de atuação. Na entrevista abaixo, o especialista comenta o cenário das PPPs e os ganhos que o modelo trouxe para os investimentos do BNDES.

redeGIFE – Temos observado uma aproximação do BNDES, por meio de seu departamento de Economia Solidária, com alguns institutos e fundações empresarias que investem em programas de geração de renda e promoção do desenvolvimento socioeconômico de territórios vulneráveis. É realmente um movimento que vem ganhando força dentro do BNDES?

Marcos Cavalcante – Sim, esta atuação está sendo consolidada no BNDES em função dos resultados alcançados até o momento.

redeGIFE – Muitas parcerias público-privadas (PPPs) têm apontado caminhos interessantes de gestão de programas sociais. Qual o papel de cada agente – governo e organização social – em um modelo de parceria como esse?

Marcos Cavalcante – Nesse tipo de modelo de parceria, entendo que o Governo possui papel de formular a política pública beneficiando a população de baixa renda ou de vulnerabilidade social. No caso das entidades privadas, o papel seria auxiliar os governos na execução das ações das políticas públicas e, também, fornecer subsídios para elaborar ou aprimorar a própria política pública.

redeGIFE – O BNDES consegue impulsionar empreendimentos por meio do investimento em infraestrutura. Alguns institutos e fundações possuem fôlego para gerir ações em diversas localidades. Você acredita que a integração desses saberes e potenciais pode contribuir para chegarmos a modelos de programa e projetos mais inovadores?

Marcos Cavalcante Sim e este é um dos motivos para o Departamento de Economia Solidária atuar de forma conjunta com os institutos e fundações empresariais.

redeGIFE – Quais parceiros o departamento de Economia Solidária do BNDES possui em seu portfólio atualmente, quando consideramos programas de desenvolvimento local?

Marcos Cavalcante – Atualmente, o Departamento de Economia Solidária do BNDES possui atuação conjunta com Estados, Municípios, Institutos e Fundações empresariais e Empresas Públicas.

redeGIFE – Que leitura você faz sobre o cenário de investidores sociais privados hoje no Brasil? Vê novos espaços para parcerias?

Marcos Cavalcante – Na minha opinião, o Brasil tem um potencial para ampliar a quantidade de investidores sociais privados principalmente das empresas multinacionais instaladas no país. Os principais investidores sociais são empresas nacionais e os investimentos estão direcionados para educação ou alguma ação de curto prazo. Percebo que existe poucos investidores privados apoiando projetos de desenvolvimento econômico local em função da complexidade de sua atuação e o tempo de duração destes projetos.

redeGIFE – Quais foram os principais aprendizados já observados depois aproximação do banco com investidores sociais privados?

Marcos Cavalcante – Avaliamos que esta atuação conjunta proporcionou dois aprendizados: (i) a agilidade e a qualidade na execução das ações dos projetos em função da sua presença local; e (ii) o casamento dos investimentos em infraestrutura (obras civis e aquisição de equipamentos) realizados pelo BNDES e em assistência técnica, consultoria e capacitação para os beneficiários finais dos projetos, proporcionados com os recursos do parceiro.

Para conhecer as iniciativas citadas na reportagem, acesse as páginas dos programas em parceria com o Instituto Votorantim e Fundação Odebrecht.

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