Censo GIFE mostra que investimento social cresceu mais qualificado e abrangente

Por: GIFE| Notícias| 30/11/2012

A sexta edição do Censo GIFE, mapeamento bienal que o GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) faz sobre a atuação de seus associados, mostrou que o investimento social da Rede tende a aumentar 8%, em relação ao ano passado, chegando a R$ 2,35 bilhões neste ano. Uma série consecutiva de aumento após o ano 2009, ápice da crise econômica mundial, quando o investimento sofreu uma redução de 5%. Entre 2009 e 2011, o crescimento foi de 14%.
No evento de lançamento, que aconteceu em São Paulo na última quarta-feira (28), estiveram presentes 110 lideranças do Investimento Social, além de representantes do poder público e de organizações da sociedade civil. Os dados foram apresentados pela diretora do Instituto Paulo Montenegro, Ana Lucia Lima, que ressaltou as principais conclusões do levantamento (clique aqui para acessar a apresentação).

Os convidados puderam também construir uma leitura conjunta sobre os dados e se apropriar das informações disponibilizadas, por meio de uma dinâmica de reflexão em grupo. Essas informações geradas serão utilizadas para a publicação do Censo impresso, prevista para o próximo ano, seguindo uma metodologia de co-criação.


Com 100 organizações respondentes (o GIFE possui 143 associados), que incluem empresas, institutos e fundações empresariais, mas também organizações familiares, independentes e comunitárias, o levantamento indica que a relação entre investimento e as oscilações econômicas no período tiveram pouco impacto.

“O pouco impacto da crise econômica de 2008 nos investimentos sociais havia indicado uma consolidação deles, deixando de ser um custo facilmente cortado diante de uma situação de crise. O crescimento regular dos investimentos sociais desde 2009, mesmo diante de um contexto econômico instável, reforça essa tendência”, explica o secretário-geral adjunto do GIFE, Andre Degenszajn, responsável pela pesquisa.

O Censo GIFE, patrocinado pelo Bradesco, está disponível para consulta em plataforma online.

Transparência
Como uma das bandeiras do GIFE, a transparência têm crescido na Rede GIFE, em especial na publicação de relatórios de atividades e demonstrações financeiras. No último Censo (2009-2010) 50% dos investidores declaravam publicar relatórios de atividade e 48% declaravam publicar suas demonstrações financeiras.

Já nesta edição, 77% declara que publica relatórios de atividades e 51% publica suas demonstrações financeiras. Os dados indicam uma melhora, porém o discurso sobre transparência ainda está muito a frente da prática efetivamente verificada, como afirmou o consultor Armando Matiolli, presente no evento de lançamento. “A questão de accountability ainda tem muito que avançar no Brasil, ser incorporado na cultura das organizações”, orienta Matiolli.

Avaliação
Os resultados do Censo nos últimos anos demonstram que a avaliação tem sido muito valorizada pelos investidores sociais, percepção confirmada pelos resultados obtidos nesse ano. Quase todos os associados declaram realizar avaliação de resultado e metade afirma realizar avaliação de impacto.

“Apesar de termos avançado na compreensão das diversas estratégias de avaliação, ainda há certa indistinção entre essas abordagens, o que talvez explique o percentual alto de organizações que declaram realizar avaliação de impacto – via de regra mais custosa, complexa e que deve ser medida no longo prazo”, pondera o coordenador da pesquisa.

Diversidade
Embora mantenha a tendência apresentada nas edições anteriores, em que a maior parte dos investidores tem origem corporativa, o Censo GIFE aponta para mais diversidade na base de associados, tendo dobrado o número de organizações independentes e familiares. É importante ressaltar que os números indicam os respondentes da pesquisa e não o total de associados do GIFE.

Foco
Os associados passaram a se concentrar mais em poucas causas, rompendo a lógica “multiprojeto”. A mediana do número de áreas de atuação por associado neste ano é de 5, enquanto em 2009 foi 6. “Os resultados indicam uma menor dispersão do investimento por área de atuação. Apesar do conjunto de investidores abarcarem de forma mais equilibrada o leque de temas, notamos individualmente um foco maior. Isso pode ser interpretado como um indicador de segmentação e qualificação do investimento – compatível com o cenário positivo verificado, por exemplo, no campo da avaliação“, afirma Degenszajn.

Destaca-se ainda a queda no número de organizações que investem em meio ambiente, área que apontava o maior crescimento nos últimos anos.
EDUCAÇÃO

A educação historicamente prevalece como a principal área de atuação dos investidores sociais. Neste ano, 86% dos associados afirmam possuir ações voltadas para esse fim.

ESPECIAL MEIO AMBIENTE
O volume de investimento na área de meio ambiente corresponde a 7% do investimento social da Rede. Volume de investimento: R$ 158.992.668. “Apesar de quase metade dos associados investirem em meio ambiente, o campo concentra apenas 7% do valor investido. Isso indica que o investimento nessa área é, em geral, secundário em relação a outras áreas (apenas 4% declaram ser essa a principal área de atuação). Além disso, muitas das ações nesse campo relevam-se pontuais e com baixo nível de investimento”, esclarece Degenszajn.
• É a principal área de atuação do associado: 4%
• É uma das áreas em que o associado atua: 29%
• É uma área em que o associado atua apenas esporadicamente: 28%
• O associado não atua: 37%
Educação ambiental é a principal temática o que reforça o protagonismo da área de educação.
QUALIFICAÇÃO
O levantamento aponta também uma série de fatores que comprovam uma maior qualificação do investimento, com base na estratégia e na qualidade da ação social.
Mais do que a apresentação dos dados, o CENSO possibilita construir uma leitura conjunta, como um grande instrumento de acompanhamento do cenário e tendências do investimento social privado.

“Em 2010, o GIFE construiu com seus associados uma visão de 10 anos para o setor de investimento social (Visão ISP 2020). Nela, apontamos para a ampliação da diversidade de investidores, particularmente pelo aumento de organizações de origem familiar e independentes, e no que toca a abrangência do investimento, tanto geográfica, como de sua capacidade de cobrir um amplo conjunto de áreas temáticas de atuação. Das informações que reforçam o que projetamos para 10 anos, os dados apresentados neste CENSO apontam avanços significativos”, conclui Andre Degenszajn.

Acesse o material utilizado no evento.

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