Coalizão pelo Impacto: articulação nacional chega a Campinas em agosto

Por: Fundação FEAC| Notícias| 08/08/2022
Encontro da Coalizão pelo Impacto na cidade de Porto Alegre

Iniciativa aposta em negócios de impacto para solucionar problemas sociais e ambientais.

Para encontrar novos caminhos de atuação e cooperação e avançar na solução de problemas socioambientais do Brasil, o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) lançou neste ano, ao lado de parceiros, a Coalizão pelo Impacto. A ação articula empresas e organizações da sociedade civil de forma a fortalecer o empreendedorismo e a inovação por meio do apoio a negócios de impacto nas cinco regiões do país.   

A Fundação FEAC é um dos parceiros da iniciativa, que é uma correalização do ICE, Instituto Helda Gerdau, Instituto humanize e a Somos Um. Outros parceiros estratégicos são Cosan, Fundação Educar, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Instituto Sabin e Raia Drogasil.

Até 2026, a iniciativa prevê aportar R$ 29 milhões para potencializar simultaneamente ecossistemas de negócios de impacto em seis cidades: Campinas (SP), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Paranaguá (PR). O polo de Campinas será oficialmente lançado nos dias 16 e 17 de agosto. Assista ao vídeo e conheça mais sobre a Coalizão.

Negócios de impacto

E o que são, afinal, negócios de impacto? Assim são chamados os modelos de negócios que podem ajudar a resolver problemas sociais e ambientais com produtos e serviços que complementares a políticas públicas e ações do terceiro setor.

Diferem do trabalho assistencial, pois têm fins lucrativos e operam segundo a lógica de mercado. Muitos estão alinhados aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, que integram a Agenda 2030.

Os empreendedores de negócios de impacto em geral atuam em áreas de vulnerabilidade social e precisam de suporte técnico e financeiro até que alcancem um modelo economicamente sustentável. Por isso, contar com um ecossistema estruturado com assessoria adequada, pesquisas, dados e recursos eleva as chances de sucesso e amplia as conexões com investidores e clientes nos setores público e privado.

“A Coalizão pelo Impacto tem como propósito favorecer a infraestrutura de apoio ao negócio de impacto. São diferentes atores que precisam estar mobilizados e engajados para fazer este campo dos negócios florescer e escalar”, explica Fernanda Bombardi, gerente-executiva do ICE e uma das coordenadoras da iniciativa. “A ideia é acelerar o desenvolvimento desse ecossistema de investimentos e negócios no país”, afirma.

Campinas: um polo de desenvolvimento tecnológico

Em Campinas, a Coalizão contará com o apoio da Fundação FEAC e tem a implementação coordenada pelo Impact Hub São Paulo. A assinatura de termo de cooperação com a PUC-Campinas é um dos primeiros resultados da mobilização de parceiros locais. Por meio do seu Centro de Economia e Administração (CEA) e de seu programa de inovação Mescla, a universidade oferecerá suporte de espaço físico para coworking, além de mentorias, qualificação e formação a empreendedores sociais.

O Mescla foi inaugurado no início de 2020 para incentivar a inovação entre estudantes e aproximar alunos, professores, pesquisadores e empresas do desenvolvimento de novos projetos de interesse social.

A diretora do CEA, Camila Brasil Campos, afirma que os negócios de impacto são parte do projeto pedagógico do curso, que oferece também um mestrado na área de sustentabilidade. “Um dos diferenciais que nós temos é justamente esse olhar para as questões socioambientais. Os negócios de impacto estão muito alinhados com a missão da universidade. São parte da formação dos nossos alunos. Para que eles pensem numa atuação diferenciada na área dos negócios e nos problemas socioambientais, que são muitos”, diz Camila.

O lançamento oficial em Campinas será no dia 16 de agosto, no espaço do Mescla, na PUC-Campinas. No dia seguinte será oferecido um workshop aberto a alunos e à comunidade com palestras e atividades. A agenda desse encontro será divulgada em breve e as inscrições poderão ser feitas a partir de 1º de agosto.  

O superintendente socioeducativo da Fundação FEAC, Jair Resende, observa que no Sudeste, a única cidade participante da iniciativa será Campinas.

“A ideia é termos mais e melhores negócios que ajudem na resolução de problemas sociais e ambientais. Campinas é uma cidade conhecida pelo desenvolvimento tecnológico e empreendedorismo. Temos certeza de que todo o conhecimento acumulado na região poderá criar soluções que ajudem na superação dos desafios sociais e ambientais que enfrentamos”, afirma.

Ecossistema social do século 21

Para Fernanda Bombardi, embora os ecossistemas de negócios de impacto sejam relativamente novos no país, eles já se mostram amadurecidos para a missão. “Um indicador de sucesso, de que o campo está preparado para essa iniciativa, é o fato de termos conseguido mobilizar capital filantrópico de investidores privados na casa de R$ 29 milhões, de nove instituições diferentes”, ressalta.

“Houve o entendimento da importância de aportar capitais filantrópicos, fortalecer as estruturas e, aí sim, ter negócios mais maduros, mais atrativos, para os investidores aportarem capital daqui a dois ou três anos”, explica Fernanda.

No Brasil, esse campo começou a se desenvolver no final dos anos 2000 e nos últimos 15 anos já mobiliza cerca de R$ 13 bilhões em investimentos. O último Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental publicado pela Pipe.Labo, de 2021, a maior pesquisa nacional do mercado de impacto, já contabiliza 1.200 empreendimentos que se classificam como negócios de impacto.

“O impacto não acontece de maneira isolada. Ele requer uma ação coletiva, uma combinação de resultados de pessoas empreendedoras e comprometidas com uma causa”, explica Ruy Camargo, diretor de operações do Impact Hub São Paulo, organização conectada a uma rede global de empreendedores, presente em 101 cidades espalhadas em todo o mundo.

Como será a seleção dos negócios de impacto

A meta da Coalizão é fortalecer 600 negócios de impacto. “Estes projetos serão selecionados em um processo realizado pelas incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos locais. A Coalizão trabalha para fortalecer, justamente, essa infraestrutura local de apoio aos negócios”, explica Fernanda.

O programa dará suporte a incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos, universidades e outras organizações dinamizadoras que ofertam apoio direto a empreendedores sociais e de negócios de impacto. Caberá a eles selecionar quais negócios serão fortalecidos em cada uma das cidades.

Após o lançamento em cada cidade, inicia-se um diagnóstico local conduzido pela consultoria Sense-Lab sobre como é o ecossistema das seis cidades. A partir desse estudo, será elaborado, de forma colaborativa, um plano de ação que vai definir quais são as prioridades para cada município. Os planos devem estar prontos em meados de setembro e a implementação é prevista para outubro.

Agenda da Coalizão

A rodada de lançamentos da iniciativa nas seis cidades começou por Brasília e Porto Alegre e Fortaleza no mês de julho. Segue então para Belém (04/08), Campinas (15-16/08) e Paranaguá (18/08).

Por Natália Rangel

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