Cobertura da mídia sobre educação infantil ainda é inadequada

Por: GIFE| Notícias| 22/10/2001

A Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), em parceria com a Fundação Orsa, o Instituto Ayrton Senna e o Unicef, lançou recentemente a 11ª edição da pesquisa Infância na Mídia.

Com foco na educação infantil, o levantamento observou que a imprensa brasileira não dá a devida atenção ao assunto e às mudanças que vem ocorrendo na área desde a promulgação da Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996. Das 19 mil reportagens, editoriais ou artigos sobre educação de crianças e adolescentes publicados ano passado pelos 50 jornais diarios analisados, 769 tinham como tema principal o atendimento às crianças de 0 a 6 anos.

Veja os principais destaques da pesquisa:

  • O Diário de Natal (RN) foi o jornal que mais publicou matérias sobre educação infantil, seguido pelo Jornal de Brasília (DF);
  • Apenas 2% das 769 reportagens trataram a educação infantil como um direito;
  • 3,8% do material analisado retrata o tema apenas sob a ótica assistencialista, ignorando as diretrizes curriculares que direcionam esta prática pedagógica;
  • 58% das inserções sobre educação infantil trazem como tema as políticas públicas comduzidas pelas diferentes esferas estatais, 32,1% abordam o assunto sob um ponto de vista geral e 9,9% têm como foco as ações empreendidas pelo terceiro setor;
  • Na cobertura das políticas públicas, o próprio governo pautou a mídia. Em 49,3% das matérias o fato gerador foram anúncios oficiais, divulgação de procedimentos de avaliação e respostas a movimentos sociais. Nestes casos, as reportagens tendem a ser pró-governo;
  • Nas 650 matérias em que foi possível identificar as fontes entrevistadas, a presença dos poderes executivos municipais, estaduais e federais é grande (38%). Especialistas na área estão presentes em apenas 16% do material analisado;
  • Segundo a pesquisa, esses índices mostram um problema na cobertura das políticas públicas: ainda são poucas as fontes não-oficiais que podem agregar perspectivas novas e contextualizar a iniciativa com seus aspectos positivos e negativos.
  • Veja a íntegra da pesquisa Infância na Mídia.

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