Colaboradores devem contribuir na criação de programas

Por: GIFE| Notícias| 10/08/2009

Rodrigo Zavala

Apesar de ser consenso para a maioria das empresas que programas de voluntariado trazem benefícios para elas, seus funcionários e para as comunidades, a mobilização de colaboradores ainda traz muita dor de cabeça para os responsáveis pelas ações, principalmente para a área de comunicação.

Afinal, mais do que convidar ou estimular, é preciso levar os funcionários a se envolver pessoalmente – mesmo que de forma pontual – na solução de problemas sociais, tal como é necessário informá-los sobre os compromissos a serem assumidos para isso.

Uma ideia que tem dado certo, apesar do curto tempo de vida, vem da Promon, gigante na gestão de projetos de infra-estrutura pesada (obras de refinarias, portos e aeroportos, por exemplo). Com pouco mais de seis meses, o novo Programa de Voluntariado, uma das ações de investimento social da empresa, já reúne 278 profissionais inscritos, quase 30% de todos os colaboradores.

Para entender o êxito do programa, é preciso conhecer um pouco do contexto de sua criação. Embora já existissem ações desse tipo dentro da empresa, apenas no início de 2009 elas foram alinhadas e estruturadas. Como eram exparsadas, havia pouco monitoramento, o que, por sua vez, levava à falta coordenação dos trabalhos frente ao público interno.

Passo a Passo

Toda essa mudança se deu gradualmente. A princípio, o Programa focou no tema Educação, tal como os demais os investimentos sociais da empresa. Sob essa bandeira, foi realizado um levantamento das entidades sociais no entorno dos escritórios de São Paulo e Rio de Janeiro.

O objetivo era identificar as mais relevantes, que pudessem seguir três critérios simples: trabalhar com educação de crianças e jovens, ser da comunidade em que os escritórios da empresa estão inseridos e que pudessem receber os voluntários.

Ao mesmo tempo a empresa mapeou junto a seus funcionários quais expertises, competências e habilidades poderiam ser utilizadas nas ações do programa. “”Percebemos que as formas mais tradicionais de voluntariado não agradavam o público da empresa. Eles não queriam pintar uma parede ou contar histórias, mas fazer algo mais. Então, ouvimos o que eles queriam fazer””, lembra o coordenador de Programa, Fábio Risério.

Em sessões denominadas “”Mastigando Ideias””, a coordenação conseguiu elencar um leque de atividades, que colaboram com ações educativas, de preparação para o trabalho, infraestrutura e apoio à gestão de entidades sociais. Todas elas foram separadas por tema, público e área de interesse: como, por exemplo, reforço escolar para crianças (11 a 14 anos), preparação para o mercado de trabalho para jovens (15 a 24 anos) e ecoefiência para os adultos gestores de ONGs.

Articulação

Com as bases lançadas, a Promon deu um passo ousado: reuniu os representantes das entidades com seus funcionários, para discutirem as diretrizes do Programa. Participativamente, eles criaram as melhores formas de trabalho. “”Vimos que dá certo colocar todos na mesma mesa. Ouvir o que a organizações têm a dizer, como o voluntariado pode ajudar. Criar essas pontes foi fundamental para dar certo””, acredita Risério.

O trabalho já contabiliza frutos nas 16 entidades beneficiadas. Além disso, também há um benefício interno. Enquanto alguns voluntários passam duas horas semanais em oficinas, aconselhamentos, cursos e reuniões para planejamento estratégico, outros preferem se voluntariar para divulgar, incentivar e reconhecer as ações de seus colegas, seja por meio de palestras, seja por meio de blog, portal e entrevistas disponibilizadas a todos os funcionários.

No entanto, uma das maiores vitórias que pode ser entregue ao programa, e que mostra como o ambiente foi transformado pela iniciativa, pode ser visto nos próprios escritórios. Dificilmente contabilizados por iniciativas do gênero, tratam-se dos “”voluntários dos voluntários””, aqueles colegas que, sem reclamar, “”seguram as pontas”” nas ausências de quem vai dar aula.

O exemplo da Promon serve para mostrar que, quanto mais se ouve o funcionário, quanto mais se abre espaço para suas ideias no planejamento dos programas, mais alta será sua adesão. Quanto maior for seu nível de engajamento, por efeito dominó, maior será o envolvimento da equipe, que mesmo sem sair da mesa pode ser imprescindível para o projeto.

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