*Por Rafael Gioielli – Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Votorantim

Um grupo crescente de empresas tem incorporado aos seus desafios de negócio a questão do desenvolvimento local sustentável. Para contribuir com esse processo, é preciso que as corporações saiam do centro da ação e construam, conjuntamente com a comunidade, uma visão de futuro e um plano de ação de longo prazo. O desenvolvimento local é, em sua essência, um processo endógeno, ou seja, deve começar dentro da comunidade e irradiar. Seu objetivo é aumentar, progressivamente, a qualidade de vida das pessoas, tendo como base uma economia dinâmica, inclusiva e a conservação dos recursos naturais.

Foi em torno dessa temática que a 10ª Expo Brasil Desenvolvimento Local reuniu em Brasília, entre os dias 25 e 27 de abril, mais de 2.000 pessoas, incluindo participantes de todas as regiões do Brasil e convidados de outros países. O investimento social privado foi um dos temas discutidos no evento com a mesa “”Como o investimento social privado pode contribuir para o desenvolvimento local””, que contou com a participação do Instituto Votorantim, Instituto Invepar, Instituto Walmart e de um representante da RedEAmerica.

A conclusão é que o investimento social privado pode, sim, contribuir com o desenvolvimento local. Mas como interagir e que fatores considerar? Partir de uma visão territorial e dialogar com demandas e ativos das localidades parece ser um caminho obrigatório. Além disso, é preciso incorporar aspectos de longo prazo ao planejamento do investimento social, assim como ocorre com a análise de oportunidades de negócio.

Para contribuir com a discussão, o Instituto Votorantim apresentou a estratégia de investimento social do Grupo Votorantim, que tem como cerne a visão territorial. A presença da empresa em determinado município traz, em si, crescimento econômico. Mas como atuar para que o crescimento seja revertido em oportunidades concretas de desenvolvimento?

Na tentativa de responder essa questão, o Instituto Votorantim estruturou o investimento social do Grupo em uma perspectiva territorial organizada em quatro pilares: Capital Humano, Capital Social, Capital Institucional e Dinamismo Econômico. Assim, a empresa reforça o potencial da juventude local, fortalece a Gestão Pública e as organizações de base; promove a concentração dos atores locais, por meio de Conselhos Comunitários; e busca fomentar cadeias produtivas, com base na vocação econômica do território.

Na medida em que uma sociedade desenvolvida traz mais e melhores oportunidades para os negócios, fica clara a importância estratégica do investimento social com foco no desenvolvimento local. O desafio agora é fortalecer conceitos, ferramentas e indicadores que possam guiar a atuação privada nesse campo.