Compromisso intersetorial une sociedade pela educação

Por: GIFE| Notícias| 30/08/2006

Rodrigo Zavala

Com o objetivo de melhorar os indicadores de qualidade da educação pública brasileira até 2022, lideranças da sociedade civil, do setor privado e dos governos municipais, estaduais e federal lançarão o Compromisso Todos Pela Educação, dia 06 de setembro, no Museu do Ipiranga, em São Paulo.

A iniciativa trabalha com projetos e metas definidas, que serão acompanhadas ano a ano. A idéia dos organizadores é que se torne um grande projeto de nação, com base em sua abrangência nacional e da participação de toda a sociedade, que poderá dar sua contribuição no acompanhamento e na construção de propostas pedagógicas criativas.

Segundo Ana Maria Diniz, presidente do Instituto Pão de Açúcar, o que diferencia o Compromisso das últimas iniciativas pela educação realizadas no país está no fato de não se tratar de um projeto específico de uma organização. “”Trabalhamos com a idéia de um pacto nacional, que seguirá cinco metas definidas. Nesse sentido, toda a população poderá participar, pressionando a administração pública para alcançar os parâmetros que serão lançados dia 06″”, explica.

Ela dá como exemplo a alfabetização de todas as crianças até os oito anos de idade. “”Fixar metas é uma forma inteligente de ação, porque as pessoas saberão aonde chegar. Assim, impulsionamos o controle social, em que um pai poderá perceber se o seu filho está aprendendo ou não””, argumenta.

Para criar os indicadores e parâmetros das metas, lideranças da sociedade civil se articularam com o Ministério da Educação, o Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação). Assim, Ana Maria acredita unir não apenas os professores, mas também os gestores de escola.

“”A União aderiu ao compromisso porque sabe que se não tiver o envolvimento da sociedade civil como um todo o dirigente municipal de ensino não conseguirá dar conta do enorme desafio da educação básica de qualidade no Brasil””, diz Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, secretária municipal de educação de Belo Horizonte e presidente da Undime.

Independência – A escolha da data do lançamento também segue a lógica simbólica do bicentenário da Independência do Brasil. Segundo Milú Vilela, presidente do Faça Parte e embaixadora da Boa Vontade da Unesco, o evento da próxima semana será o primeiro passo para um processo não apenas de conscientização, mas de adesão e colaboração.

“”A verdadeira independência está na educação. Por meio dela chegaremos a um país completo, com cidadãos plenos””, acredita Milú, uma das idealizadoras do Compromisso.

As conclusões de Milú Villela partem de uma opinião que se tornou bastante freqüente nas discussões sobre ensino: apesar dos progressos na última década em relação ao maior acesso de alunos à rede pública, a qualidade não acompanhou essa evolução. Prova disso, são as últimas posições do Brasil em domínio de língua, matemática e ciências, nos exames do PISA (Programme for International Student Assessment), da OCDE, que pesquisa 60 países a casa três anos.

A baixa qualidade pedagógica nacional também foi motivo de decepção no anúncio do Prova Brasil, exame realizado pelo Ministério da Educação (MEC), em 2006, que avaliou o desempenho de alunos de quarta e oitava séries. “”Como é possível aceitar que um aluno se forme na 8ª série com o conhecimento adquirido de 4ª?””, critica Antonio Matias, vice-presidente da Fundação Itaú Social, com base nas conclusões do estudo.

De acordo com ele, é preciso que o Brasil crie uma demanda por qualidade. “”Não é possível um país ser tão competitivo no futebol, em que existe uma verdadeira catarse coletiva, e não se importar com o que o filho aprende. Nesse sentido, o Compromisso poderá criar instrumentos para exigir essa qualidade””, acredita Matias.

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