Comunitas lança pesquisa sobre o investimento social no Brasil e anuncia parceria com o GIFE

Por: GIFE| Notícias| 15/12/2014

Pelo sétimo ano consecutivo, a Comunitas – organização social que atua engajando lideranças empresariais em iniciativas ligadas ao investimento social – divulga os resultados do BISC (Benchmarking de Investimento Social Corporativo). O estudo é um acompanhamento anual dos investimentos sociais privados no Brasil inspirado na experiência do Committee Encouraging Corporate Philanthropy de Nova York.

Os resultados da última edição foram apresentados em evento realizado na sede da Comunitas ,em 13 de dezembro. O objetivo da organização é que o BISC funcione como um instrumento que permite a lideranças empresariais e gestores das áreas sociais conhecer, avaliar e comunicar o sentido e o alcance de seu investimento social.

Regina Celia Esteves de Siqueira, diretora-presidente da Comunitas abriu o encontro, contando que a iniciativa tem uma base de comparação com pesquisas internacionais mas é uma iniciativa totalmente brasileira. “O BISC é um instrumento importante para a melhoria contínua das ações empresariais no campo social.”

A representante da Comunitas explicou que as empresas brasileiras estão confrontadas ao desafio de aprimorar a gestão, buscar a qualidade e ampliar o impacto de seu investimento social. E, nesse sentido, o estudo é uma importante ferramenta já que não analisa só dados e indicadores, mas olha também para tendências e permite comparações entre empresas e setores produtivos.

Rafael Gioielli, gerente geral de Planejamento e Desenvolvimento do Instituto Votorantim, mediou um debate durante o evento e reforçou a importância da pesquisa, explicando o quanto esse tipo de estudo é importante para investidores sociais no Brasil.

Anna Peliano, coordenadora geral da pesquisa, lembrou a importante participação dos entrevistados. Comentou que, cada vez mais, a sondagem consegue alcançar as lideranças das companhias, o que permite uma visão muito mais pragmática do investimento social. Essa amplitude mostra também que é crescente a convergência entre a estratégia do investimento social e a estratégia de negócios. “Estamos chegando a um modelo de investimento social que é natural aos negócios e passa a ser visto como investimento mesmo, não apenas como despesa.”

Entre os destaques observados na pesquisa, chama a atenção um dado que mostra queda no valor total do investimento no comparativo com a edição do ano passado. Mas, segundo Anna Peliano, isso já era previsto por conta de certa retração da economia observada em 2014.

Outra tendência observada pelo BISC é a estabilidade dos institutos e fundações empresariais brasileiras. O estudo mostra que não houve enxugamento de quadros, o que reafirma uma característica brasileira que vem se fortalecendo nos últimos 10 anos. “A pesquisa comprova que o fortalecimento e a profissionalização dos Institutos trazem mais estabilidade e qualidade ao investimento social no Brasil”, explicou a coordenadora.

O BISC também olhou para áreas de atuação e os tipos de programas e projetos executados. Atualmente, 40% do investimento social no Brasil é direcionado à educação e 83% das organizações entrevistadas possuem programas de voluntariado corporativo bem estruturados.

A pesquisa aponta ainda que 70% dos conselhos entrevistados estão plenamente satisfeitos ou satisfeitos com o investimento social realizado pelas companhias que representam. Um dado que mostra como os departamentos dedicados à área social estão sendo avaliados nas empresas brasileiras.

Tendências

Sobre mudanças no cenário, o BISC aponta que muitas transformações estão acontecendo alinhadas às variações da economia e aos redirecionamentos das estratégias de negócios. De acordo com Anna Peliano esse retrato mostra o quanto o investimento social hoje é visto como uma área importante no negócio de uma empresa. Segundo ela, a previsão para 2015 é muito otimista, já que a maior parte dos entrevistados afirmou que deve aumentar o investimento no próximo ano.

Olhando para o futuro, o estudo também apontou tendências de atuação no campo social. De acordo com o BISC, uma área que vem ganhando força e deve se firmar como tendência é a de negócios sociais e negócios inclusivos. Essas novas linhas de ação devem aproximar ainda mais institutos e fundações de seus mantenedores, já que a matéria desse tipo de iniciativa é uma aliança entre o pensamento social e o econômico.

Contudo, o BISC também mostra que nem sempre é simples inovar. Os entrevistados afirmam que ainda enfrentam muitos desafios para mobilizar e alocar recursos em atividades de risco como novos projetos sem histórico de resultados, por exemplo.

Cooperação

Uma grande novidade dessa edição foi o anúncio formal da parceria entre Comunitas e GIFE para a colaboração entre o BISC e o Censo GIFE. A ideia é promover sinergias para oferecer dados consolidados ao setor social no Brasil.Um novo número foi divulgado para o investimento social no Brasil, que une as duas pesquisas, sendo de 3,2 bilhões ano.

Confira os resultados na íntegras, incluindo de pesquisas anteriores, no site do BISC.

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