Confiança e compreensão são aspectos fundamentais para o bom relacionamento entre investidores e organizações

Por: GIFE| Notícias| 12/09/2022
Organizações da Sociedade Civil (OSC)

De acordo com o Censo GIFE 2020, confiabilidade, transparência e expertise são os principais critérios de seleção de organizações da sociedade civil para mais da metade dos respondentes. 

Sentimento presente para o coordenador executivo da Iniciativa Pipa, Gelson Henrique. Para ele, é importante que investidores olhem com cuidado para os relacionamentos com as Organizações da Sociedade Civil (OSC), principalmente as de periferias. “Quando o investidor está atento ao que acontece nas pontas, o trabalho chega com maior qualidade e é potente para ambos.”

Elizabeth Jaskow, superintendente da B3 Social, explica que para contribuir para o fortalecimento de organizações apoiadas é essencial ter objetivos claros. “Esse desenho faz com que a seleção de projetos seja assertiva e com que o acompanhamento seja eficiente e construtivo.”

Desafios

Com 35 anos de atividades na Amazônia brasileira, o Projeto Saúde e Alegria (PSA) conta hoje com quase 30 apoiadores. Mas esse número não significa que não existem desafios. Eugênio Scannavino Netto, criador e coordenador do projeto, acredita que o mais importante na relação com o patrocinador, é que este compreenda a realidade, urgências, potencialidades e fragilidades da organização. Para ele, é preciso que se entenda a organização não apenas como um beneficiário, mas como um parceiro para construir os objetivos de ambos.

De acordo com o coordenador, outro desafio é a falta de flexibilidade para cumprir as metas. “Muitas vezes a vida extrapola o planejamento. É difícil atender a burocracia e a realidade das comunidades ao mesmo tempo.” Para esse ponto, defende que os patrocinadores também tenham visão de longo prazo e continuidade, para que seja possível enfrentar problemas e mobilizar políticas públicas. Além disso, considera importante que exista abertura para que a organização possa buscar apoios complementares.

Para Eugênio, também é importante apoiar o fortalecimento das organizações para que possam se capacitar e responder às necessidades burocráticas dos patrocinadores: relatório, indicadores, impactos. 

Partindo do modelo de Filantropia Estratégica, Elizabeth Jaskow destaca que é possível fortalecer a estrutura, a gestão e os processos das organizações com apoio não financeiro também. Desde o formulário de inscrição do processo de seleção das organizações apoiadas pela B3 Social, explica, há uma abordagem sobre temas que ajudam as organizações a refletir sobre sua atuação, desenvolver o olhar para impacto e eficiência dos processos, se atentar à governança e diversidade. “Buscamos contribuir com expertises técnicas e de gestão para potencializar os resultados, desenvolver competências técnicas e gerenciais, realizar conexões e apoios complementares.”

Confiança

Fundada em 2019, a Pipa já observa como primordial a construção da confiança. Eugênio Scannavino concorda. De acordo com o coordenador, os melhores apoios recebidos pelo PSA, que sonha em ter seu próprio endowment, são aqueles em que o patrocinador define a missão, acompanha de perto o desenvolvimento, mas confiam que os recursos sejam aplicados de forma livre

“Eles confiam na gente e dão a verba direcionada a um campo, para que a gente aplique da melhor forma e apresente relatório. Esse é o ideal.”

Para Elizabeth Jaskow, o acompanhamento cuidadoso e a proximidade são a chave para o fortalecimento das OSCs. “Na B3, fazemos isso por meio da sugestão do uso de indicadores, da conexão com parceiros ou áreas técnicas, do compartilhamento de dados, estudos, promoção de eventos formativos, oferta de voluntariado e do cuidado para que em todos os pontos de contato possamos contribuir com o fortalecimento do terceiro setor e gerar impacto social.”

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