Leia cobertura completa do evento

O GIFE reuniu mais de 500 lideranças do terceiro setor em seu 4° Congresso sobre Investimento Social Privado, realizado de 24 a 26 de maio em Curitiba. Produzido em parceria com a 5ª Mostra de Ação Voluntária de Curitiba, o evento proporcionou um ambiente de aprendizagem, debate e construção de parcerias para um público que tinha desde expoentes empresariais brasileiros até dirigentes de uma cooperativa de catadores de lixo.

Segundo o presidente do GIFE, Hugo Barreto, uma das conclusões que se pode extrair do encontro é a importância da articulação entre diferentes atores sociais, um dos grandes desafios para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. “”Ficou clara a percepção de que não vamos conseguir uma verdadeira transformação social se não houver um alinhamento entre o primeiro, segundo e terceiro setores. E que este alinhamento não é numa ou outra área, mas tem que ter o conjunto da sociedade em todas as suas dimensões.””

A discussão permeou quase todas as conferências e debates do evento, principalmente pelo fato de que uma fusão de setores abre possibilidade de aumentar o número de ações sociais de qualidade.””É muito fácil empurrar a responsabilidade para o primeiro e segundo setores e achar que o terceiro setor é apenas um complemento. Esquecemos que o governo somos todos nós. Nós é que escolhemos o Poder e somos responsáveis inclusive pelas questões sociais””, disse Miguel Krigsner, presidente da empresa O Boticário, membro do Conselho de Governança do GIFE e anfitrião do Congresso em Curitiba.

Mesmo na 5ª Mostra de Voluntariado, o tema foi constante. “”A parceria entre o GIFE e o Centro de Voluntariado de Curitiba na organização do evento já mostrou isso. Ela construiu um espaço de diálogo muito rico, que será a tônica do dia-a-dia de todos nós daqui para frente.””

Outra discussão que dominou o debate durante os três dias de intensas atividades foi a preocupação com os resultados das ações financiadas pelo investimento social privado. Pontos que se acentuaram mesa à mesa, como por exemplo, planejamento, avaliação e monitoramento para o alcance de impactos reais e tangíveis.

Na conferência Perspectivas para o Investimento Social Privado, Zezé Weiss, (Banco Mundial), Ruth Cardoso (Comunitas), e a representante do Unicef no Brasil, Marie Pierre Poirier, foram enfáticas ao analisar o futuro do terceiro setor. Para elas, o grande desafio do segmento é saber como atuar diante do diagnóstico das necessidades sociais do país. “”Precisamos sair do impressionismo. Nós sabemos o que precisamos fazer, mas não sabemos onde é que está o gargalo maior. Há inúmeras iniciativas que não alcançam seus objetivos por falta de estudo””, criticou a ex-primeira-dama, Ruth Cardoso.

Entre os pontos altos do evento, pode-se destacar também:

– Lançamento da Carta de Curitiba
– Apresentação do Censo GIFE 2005
– Realização de duas grandes conferências
– Aprofundamento de conceitos em debates
– Reuniões paralelas dos Grupos de Afinidade
– Capacitação de empresas pela FIEP
– Cursos Oficina de Gestão
– Parceria com a Mostra de Voluntariado
– Jantar de articulação com 600 pessoas
– Publicação sobre o terceiro setor