Congresso Internacional Cidades e Transportes discute desenvolvimento sustentável

Por: GIFE| Notícias| 10/08/2015

Como as cidades vão lidar com as mais de 1,5 bilhão de pessoas e 1 bilhão de veículos que irão circular em suas ruais até 2030 em  todo o mundo? Elas estão preparadas para garantir a qualidade de vida de seus cidadãos? Como pensar em soluções mais holísticas e com metas mensuráveis, garantindo políticas nacionais mais inovadoras?

Estas são algumas das discussões que irão nortear a Cúpula de Prefeitos e o Congresso Internacional Cidades & Transportes, eventos promovidos pela EMBARQ Brasil, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), entre 09 a 11 de setembro.

A expectativa dos organizadores é reunir cerca de 300 prefeitos na Cúpula e mais de 800 pessoas entre gestores públicos, especialistas, representantes da iniciativa privada e de organizações da sociedade civil no Congresso para debater e pensar coletivamente alternativas viáveis para o futuro das áreas urbanas.

Rejane D. Fernandes, diretora de Relações Estratégicas e Desenvolvimento da EMBARQ, destaca que o evento faz parte da celebração de dez anos de trabalho da organização sem fins lucrativos, que apoia os governos a realizar as mudanças de que as cidades necessitam para um desenvolvimento sustentável. A EMBARQ faz parte da rede internacional criada pelo WRI (World Resources Institute), que possui escritórios também no México, Turquia, China e Índia. No Brasil, tem atuado em diversos projetos, como a implantação de sistemas BRT, nos planos de mobilidade urbana, nos programas de segurança viária e no incentivo ao transporte não motorizado.

A proposta é, de acordo com a diretora, em um primeiro momento, na Cúpula de Prefeitos, trazer práticas de prefeitos que conquistaram um respeito internacional devido ao legado importante que estão deixando para suas cidades a partir de inovadoras iniciativas.

“Queremos ouvir deles como enfrentaram a oposição, o ceticismo, a burocracia e a falta de investimento, ou seja, como venceram as dificuldades e conseguiram desenvolver projetos relevantes, que projetam soluções para o futuro. Já no Congresso, a ideia é compartilhar metodologias que possam ser replicadas e auxiliem as cidades a avançar num projeto de sustentabilidade, de uma cidade que permita às pessoas terem acesso ao trabalho, lazer, educação etc e sejam de fato felizes”, comenta.

Na Cúpula, cinco prefeitos irão compartilhar suas práticas: Jaime Lerner, que reinventou os espaços urbanos da cidade de Curitiba, implantando um novo sistema de ônibus e despertando a consciência ambiental da população; Ken Livingstone, que estabeleceu a reputação de “fazer o que é certo para Londres”, até introduzir o inovador “pedágio urbano” e o Sistema Oyster card; Mary Jane Ortega, prefeita da cidade de San Fernando, La Union, nas Filipinas, por três mandatos consecutivos (1998-2007), foi agraciada com inúmeros prêmios; Sam Adams garantiu, como prefeito, a inclusão da sustentabilidade em todas esferas de tomada de decisão de Portland, Oregon, integrando o escritório de sustentabilidade ao de planejamento; e Enrique Peñalosa, da Colômbia, que acredita que o transporte urbano não é uma questão de conveniência e economia, mas sim de justiça e equidade.

Já no Congresso, o evento contará com a participação de mais de 80 palestrantes nacionais e internacionais, que estarão reunidos em 16 painéis, além de quatro palestras magnas e eventos paralelos. As discussões terão como foco seis grandes temáticas que devem se consolidar na agenda política para que as cidades cresçam preparadas para o futuro: Vulnerabilidade, Resiliência e Adaptação; Políticas Públicas Inovadoras; Transporte Sustentável e Mobilidade; Novas Tecnologias; Desenvolvimento Sustentável Urbano; e Equidade Econômica.

Entre as atividades programadas, serão debatidas questões como “Governança e participação social no cenário global”; “Marco Regulário para soluções inovadoras de mobilidade”; “Cidades na nova econômia do clima”; “Oportunidades para reduzir a emissão de carbono nas cidades”; entre outras.

Filantropia em destaque

O GIFE estará presente no Congresso à frente do painel “A filantropia como agente de transformação nas cidades”, que contará também com a presença de Shirley Rodrigues, diretora de Mudanças Climáticas da Children’s Investment Fund Foundation (CIFF).

Andre Degenszajn, secretário-geral do GIFE, lembra que muitas inovações em políticas públicas e mecanismos de participação têm se desenvolvido no âmbito das cidades e, os investidores sociais e organizações filantrópicas, podem ter uma contribuição relevante nas dinâmicas locais, seja aproveitando o seu campo de atuação e capilaridade, no caso de institutos ou fundações empresariais, ou contribuindo diretamente com agendas de interesse comum.

“Investidores sociais, além de contribuir com sua experiência e capacidade de articulação, têm a possibilidade de mobilização ágil de recursos para impulsionar ações locais. Além disso, de forma mais indireta, empresas e institutos estão envolvidos em programas de desenvolvimento local, muitas vezes associados às áreas geográficas de atuação das empresas. Com isso, há uma oportunidade nesses arranjos de ampliar as parcerias e a vinculação desses programas às políticas públicas locais, como, por exemplo, no Plano de Metas”, acredita.

Segundo o secretário-geral do GIFE, um desafio que se coloca, com maior urgência em São Paulo, por exemplo, está a atuação filantrópica na gestão sustentável dos recursos hídricos. “Essa pode ser uma oportunidade excelente para construir novas maneiras de articular investidores sociais privados com soluções sustentáveis para as cidades”, pontua.

A diretora da EMBARQ aponta ainda a importância do evento para sensibilizar e apresentar aos investidores sociais possíveis iniciativas que possam vir a receber mais incentivos financeiros para serem desenvolvidas com sucesso nas cidades. “Queremos discutir como alinhar as necessidades da sociedade com a visão da filantropia e entender melhor como as organizações podem se articular a estes doares para ter melhores perspectivas para os municípios”.

Desafios

Apesar das várias experiências e iniciativas que apresentam avanços positivos em busca de cidades mais sustentáveis, na visão da EMBARQ, há ainda alguns desafios a serem enfrentados nesse campo. Segundo Rejane Fernandes, o principal deles seria garantir uma liderança política que consiga tomar decisões que vão além de seus mandatos e busquem perspectivas e planejamentos de longo prazo.

“O prefeito precisa ter uma visão de estadista, pensar no futuro das próximas gerações, de forma mais ampla. Além disso, é preciso ter uma visão de cidade, estabelecer onde queremos chegar e, partir disso, fazer planejamento e trabalhar de forma holística, integrando as diferentes áreas, pois somente com um trabalho conjunto de governo, iniciativa privada e organizações da sociedade civil é que conseguiremos um desenvolvimento das cidade em benefício do cidadão”, ressalta.

Inscrições

Os interessados em participar do Congresso Internacional podem acessar a página do evento para conferir a programação completa e também fazer a sua inscrição. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected].

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