Congresso sobre preservação ambiental tem inscrições abertas

Por: GIFE| Notícias| 15/01/2018

No município de São Paulo restam pouco mais de 26 mil hectares de Mata Atlântica. O número pode parecer alto, mas corresponde somente a 17,47% da vegetação original da região. Parte dessa área preservada deve-se à inúmeras unidades de conservação. Para promover um debate sobre a importância das Unidades para a preservação ambiental, será realizado o IX Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC).

Organizado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, o CBUC tem a proposta de ser um espaço de inovação, tecnologia, sustentabilidade, diversidade e colaboração, voltado ao conhecimento e compartilhamento de informações. A nona edição do evento será realizada nos dias 31 de julho, 01 de 02 de agosto, no Centro de Convenções de Florianópolis (SC).

Segundo Leide Takahashi, gerente de Conservação de Biodiversidade da Fundação, realizar um congresso para debater unidades de conservação é importante, pois ainda é preciso internalizar, tanto na sociedade quanto no poder público, a importância da conservação como um todo.

“A Fundação criou o Congresso há 20 anos, quando percebeu a necessidade de trazer à tona a temática da conservação, já que esse debate era escasso no país. O evento é um espaço para discutir aplicação e geração de conhecimento, além de identificar lacunas de informação, realização e implementação de ações de conservação do meio ambiente. Hoje, o evento é referência para a América Latina”, defende.

Apesar dessa ser a nona edição, Leide argumenta que a motivação para ser realizado continua a mesma: mostrar a relevância e engajar novos atores e influenciadores na discussão. “O nível de degradação e ocupação da natureza continua. Com todos os processos tecnológicos, é cada vez mais fácil degradar uma área. O poder público ainda não se conscientizou da relevância de garantir algumas ferramentas de proteção dos recursos naturais, que são fundamentais para a base da economia e para o desenvolvimento do país”.

Para informar a população sobre a relação que existe entre qualidade de vida e preservação ambiental, a gerente destaca que o Congresso tem adotado debates mais lúdicos, com uma agenda positiva, mostrando o que cada um pode fazer para começar a transformar essa realidade.

Nesse sentido, a escolha do local também têm um papel importante. Segundo Leide, o que mais inspirou a Fundação a escolher Florianópolis para sediar o congresso foi a necessidade de discutir e até mesmo incentivar a criação de novas unidades de conservação marinhas. A gerente defende que o Brasil está muito longe da meta estabelecida pela Convenção da Biodiversidade, que determinou a necessidade de atingir a proteção de 10% das áreas marinhas e costeiras até 2020. Atualmente, apenas 1,5% do território marinho está dentro de alguma unidade de conservação.

“Florianópolis é um laboratório vivo em termos de variedade natural. Lá também existe um pátio industrial grande. Nós sempre escolhemos o local em função do que podemos influenciar. Nesta edição, queremos trazer à tona alguns temas, como economia, conservação e qualidade de vida, uma das características da cidade”.  

Programação

Os três dias do evento seguirão a mesma estrutura. Com a programação distribuída durante o dia todo e um tema guiando os debates, serão sempre duas atividades – painéis ou conferências – na parte da manhã, uma pausa para o almoço, e depois a realização de simpósios simultâneos, seguidos de reuniões técnicas.

O primeiro dia do Congresso terá como tema norteador “A transformação da economia e seu potencial para alavancar a conservação da natureza”. O painel “A conservação como oportunidade real de negócios”, por exemplo, contará com a participação de Jason Clay, vice-presidente sênior para mercados e alimentos do World Wide Fund for Nature (WWF), que irá falar sobre como o mercado pode gerar impacto positivo para a biodiversidade. Nessa mesma seção, Maurizélia de Brito Silva, chefe da Reserva Marinha do Atol das Rocas, irá compartilhar o modelo de sucesso na proteção de áreas naturais no Brasil, enquanto que Paula Saldanha, do Instituto que leva seu nome, falará sobre como a sociedade conversa com a conservação da natureza.

O dia 31 de agosto também terá a presença de Matilda Van den Bosch, da University of British Columbia. Sua conferência irá explicar a relação entre conservação da natureza e saúde pública. “A doutora Matilda tem um trabalho enorme sobre a influência dos espaços naturais na saúde física e psicológica das pessoas. Então ela vai abordar a conservação sob a visão da saúde pública, reforçando a importância de destinar recursos para planejar mais espaços naturais e disponibilizá-los para a sociedade”, defende Leide.

Por sua vez, o segundo dia de reuniões será conduzido pela temática “Benefícios das Áreas Protegidas para a sociedade”. Durante o dia, serão desenvolvidos tópicos como: o fortalecimento da conexão entre conservação e geração de benefícios à sociedade; o compromisso da sociedade brasileira pela biodiversidade e cidadania e áreas protegidas marinhas.

Finalmente, o terceiro dia, terá como assunto central “Inovação e oportunidade: novos modelos para a conservação”.

Já os simpósios, realizados durante os três dias de programação, serão sobre os seguintes temas: ações integradas pela conservação dos oceanos; ecoturismo como estratégia para a conservação de áreas protegidas e investimentos de impacto em conservação da natureza. A programação completa pode ser consultada aqui.

Inscrições

As inscrições para participar do Congresso são divididas em categorias, como estudantes, portadores de deficiência, idosos, doadores de sangue, profissionais públicos ambientais,

profissionais de ONGs, proprietários de RPPNs (Reserva Particular de Patrimônio Natural). Cada categoria conta com um prazo e valor de inscrição diferente. Até 15 de maio, os participantes podem se inscrever com preços promocionais.

Todas as informações podem ser consultadas neste link e as inscrições podem ser realizadas no site.

 


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