Desde o dia 1^o de dezembro, a cidade de Lima, no Peru, está sediando a COP 20 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). O evento representa um momento importante para que os países discutam e reflitam sobre as suas contribuições, nacionalmente determinadas, que deverão ser apresentadas como subsídio para o novo acordo climático global, que será assinado durante a COP 21 (que acontecerá em Paris, na França, entre 30 de novembro e 11 de dezembro de 2015). O novo acordo entrará em vigor depois de 2020, quando se encerra o período de vigência do Protocolo de Kyoto.

A COP 20, que contará com atividades até o dia 12 de dezembro, também tem colocado no centro das discussões uma das questões mais importantes da agenda socioambiental: o compromisso global para diminuição dos gases de efeito estufa.

Várias organizações brasileiras estão colaborando com a conferência. Uma delas é a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que ao longo de sua participação no evento tem procurado estimular reflexões sobre temas como o desenvolvimento sustentável, a cooperação entre países do hemisfério sul e a importância da conservação e restauração na mitigação climática global.

Para a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), além de discutir o novo arranjo climático, a COP 20 é importante para definir formas de financiamento do desenvolvimento sustentável e adaptação às mudanças climáticas. Além disso, o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação e manejo sustentável (REDD+) pode ser mais um aliado para a mitigação das mudanças climáticas, uma vez que o desmatamento é um dos principais causadores das emissões de gases do efeito estufa.

“A COP 20 tem sido vista como uma conferência de estágio, ou seja, de preparação do rascunho do acordo climático que deve ser assinado ano que vem, na COP de Paris. Esperamos que outros avanços sejam alcançados em Lima para que não esperemos Paris. É urgente a definição de mecanismos para ampliar o financiamento para a redução do desmatamento e a melhoria da qualidade de vida das populações que vivem em florestas tropicais”, defende Virgílio Viana, superintendente geral da FAS.

A expectativa é que avanços significativos na definição do arcabouço legal para definir os critérios para apoiar atividades de conservação florestal, incremento de estoques de carbono e desenvolvimento local sejam conquistados.

Papel do Brasil na conferência

De acordo com a FAS, o Brasil tem um papel estratégico nos temas relacionados à floresta, energia e na plataforma de Durban (roteiro de ações para um novo acordo global).

Entre diversos assuntos, um tema que deve ganhar destaque é o desmatamento no país. De acordo com dados apresentados no último dia 26 de novembro pelo Governo Federal, o Brasil mostra redução de 18% do desmatamento na Amazônia. O assunto é polêmico já que outros centros de excelência publicaram números que confrontam esse estudo.

O ano de 2014 marcou uma série de eventos extremos no Brasil, como secas na região sudeste e severas enchentes na região norte. O cenário, marcado por tais crises e catástrofes e o protagonismo das organizações brasileiras ligadas ao tema, deve colocar o desmatamento e seus impactos nas mudanças climáticas no centro dos debates.

Confira a programação da FAS ao longo do evento:

“”Experiências e lições da cooperação Sul-Sul nas áreas de REDD+ e Florestas”” (FAS e Instituto Florestal Europeu)

Data – 11 de dezembro, das 10h30 às 12h30

Local – Pavilhão da União Europeia

Objetivo – nesse evento serão apresentados alguns resultados de iniciativas da FAS com países do Hemisfério Sul, como o Congo, para representantes de governos, como Moçambique e integrantes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Na ocasião, será apresentada a eficácia técnica e financeira dos países envolvidos nessa iniciativa e como todos podem ganhar nesse tipo de articulação, quebrando a ideia que apenas países nórdicos podem ter esta capacidade.

“Sequestro Biológico e Armazenagem (BSS): caminhos para a descarbonização profunda” (FAS, World Resources Institute e Centro de Ensino e Pesquisa em Agricultura Tropical)

Data – 12 de dezembro, das 13h15 às 14h45

Local – Pentagonito, sala 1

Objetivos – discutir a importância do sequestro biológico terrestre (conservação e restauro ecológico) para a mitigação. Será lançada também a iniciativa 20×20 que pretende restaurar 20 milhões de hectares degradados até 2020 na América Latina e Caribe.

Mais informações sobre COP 20 podem ser obtidas no site da iniciativa.

A Fundação Amazonas Sustentável é associada GIFE