COP16: alguns tímidos passos
Por: GIFE| Notícias| 17/12/2010Os mais de 190 países reunidos em Cancún na COP16, deram alguns passos importantes mas insuficientes para se recuperar do fracasso da conferência anterior e avançar na negociação de um acordo global de redução das emissões de gases de efeito estufa. Os avanços conquistados – a criação de um “fundo verde”, voltado para os países em desenvolvimento, e a manutenção do processo multilateral de negociação – não respondem ao desafio maior: reduzir consideravelmente, e de forma consistente, as emissões.
Foram duas semanas de discussões e, em alguns momentos, parecia que o barco naufragaria. Japão, Rússia e outros países defendiam a proposta de “cada um por si e fora Protocolo de Kyoto”. Por isso, quando a comunidade internacional reconheceu enfim a necessidade de seguir negociando um acordo comum, no último dia de conferência, o clima de animosidade arrefeceu. As delegações se congratularam por finalmente deixarem de lado a longa ressaca causada pelo desatsre que foi a conferência anterior.
O acordo de Cancún gira em torno da manutenção do processo dentro da Convenção do Clima. É um ponto importante. Mas insuficiente. “A COP16 pode ter salvo o processo mas não salvou o clima”, afirma o diretor de políticas climáticas do Greenpeace Internacional, Wendel Trio. Não se sabe o mais urgente: como e qual será a natureza do acordo que deverá se seguir a Kyoto, a partir de 2013.
Dos países desenvolvidos, aqueles que historicamente mais contribuíram com o problema, ficou a promessa de que não haverá um buraco entre o fim do Protocolo de Kyoto, em 2012, e a implantação de um novo processo de redução de emissões de gases-estufa. A discussão sobre como cada país deverá contribuir ficou para a próxima conferência, a COP17, em Durban, na África do Sul.
O que se decidiu