Desafios cotidianos para comunicar causas e projetos marcam o debate entre investidores sociais

Por: GIFE| Notícias| 16/05/2016

 

Transparência, relacionamento, prestação de contas. A comunicação estratégica nunca esteve tão em pauta no campo social. Desafios cotidianos para comunicar causas, valores, projetos e resultados marcam o debate entre investidores sociais. Essencial para a valoração da democracia e garantia dos direitos humanos, a área tem cada vez ganhado mais espaço no coração das estratégias de investidores sociais.

Dentro do GIFE, o debate que envolve os desafios e o valor da comunicação virou uma das agendas estratégicas definidas para os próximos anos. Nesse sentido, uma série de iniciativas estão sendo desenvolvidas para dar luz a essa discussão.

Um dos destaques é a websérie COMUM, lançada no último Congresso GIFE para repercutir temáticas que merecem um diálogo além das fronteiras do evento. A iniciativa tem como pauta as oito agendas estratégicas do GIFE e os vídeos trazem breves provocações que poderão ser usadas não apenas em discussões internas do GIFE, que buscam avançar nas temáticas de cada agenda estratégica, mas sobretudo por outros grupos, atores e interlocutores que poderão também construir reflexões pautadas pelo material.

No 7º episódio da série, o tema é a comunicação. No vídeo, o jornalista Bruno Torturra comenta as transformações que a área tem enfrentado. “A era da informação se define essencialmente por uma mudança de paradigma completa da comunicação. A digitalização do mundo, a hiperconectividade, a transformação do cidadão em comunicador. Isso tudo demanda uma reflexão profunda sobre o que é comunicação e sua função em uma sociedade global.”

Os capítulos são lançados sempre às quintas-feiras no canal do GIFE no YouTube e ficam disponíveis também nas páginas das agendas estratégicas no site.

Especialistas refletem sobre os desafios da comunicação

Ao longo de 2015 e nos primeiros meses de 2016, o GIFE promoveu eventos, divulgou publicações e estudos que têm a comunicação como objeto de pesquisa. O assunto nunca esteve tão em alta, mas os desafios para dar valor estratégico à área nas organizações ainda são complexos.

Temos o entendimento de que a Comunicação é central para a sustentabilidade e para a transformação. No entanto, isso parece que não é tão óbvio para todos, que vêem a Comunicação apenas como uma ferramenta para ser utilizada a fim de divulgar uma informação depois que já tem toda a estratégia formada”, comenta Cynthia Rosenburg, gerente de Comunicação do Instituto Arapyau.

Mônica Gregori, sócia da agência Cause, acredita que a área precisa acompanhar com agilidade as transformações do mundo atual. “Estamos todos no mesmo barco – empresas, profissionais de comunicação, organizações da sociedade civil. Como comunicar melhor as nossas causas, propósitos, produtos e serviços num mundo que mudou radicalmente? E não é apenas questão de formato da comunicação, mas é algo mais complexo, pois mudaram os modelos mentais, as formas de se relacionar, as atribuições de valor. Todos estão enfrentando esse desafio agora.”

De acordo com Mariana Moraes, gerente de Comunicação do GIFE, a comunicação, em primeiro lugar, precisa ser clara, simples e acessível. “Acredito que diversas organizações do setor social têm dificuldade de serem compreendidas e o obstáculo está na comunicação, envolvendo desde vocabulário – com termos muito específicos do setor -, a forma, linguagem e momento, ‘timing certo’.”

O GIFE tem trabalhado em diversas frentes em relação à comunicação como agenda estratégica. A primeira delas é buscar identificar os espaços em que a comunicação pode contribuir diretamente para qualificar e fortalecer o investimento social. “A relação do investidor social com as comunidades ou grupos impactados é um exemplo. Uma maior abertura, diálogo e transparência em relação a eles é fundamental para qualificar a relação. Aproximar a comunicação da avaliação dos projetos das organizações também é outra forma de usar a comunicação estrategicamente, de forma a fortalecer o ISP”, explica Mariana.

Outra frente que o GIFE tem investigado é o papel do investidor social na mídia e no fortalecimento do jornalismo. “Sabemos que os veículos de comunicação atual estão passando por uma crise que vai muito além da crise econômica do momento, e o tema querer atenção, uma vez que sociedades democráticas tem no jornalismo um papel fundamental e estruturante.”

O assunto mereceu destaque no último Congresso do GIFE, na mesa O papel do jornalismo em sociedades democráticas.

Confira outras matérias publicadas sobre o tema da comunicação no site do GIFE:

 

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