Desastres relacionados à crise climática obrigaram 220 milhões de pessoas a fugirem de suas casas

Por: GIFE| Notícias| 09/12/2024

Nos últimos 10 anos, desastres relacionados à crise climática causaram 220 milhões de deslocamentos internos. O dado é de um relatório da ACNUR (Agência das Nações Unidas para Refugiados), lançado durante a COP29, em Baku, Azerbaijão.

O cálculo reúne todas as movimentações ocasionadas por eventos climáticos extremos dentro do mesmo país, incluindo remoções temporárias de pessoas. 

Essa é a primeira vez que a ACNUR analisa a relação entre a crise climática e o deslocamento de pessoas forçadas a fugir de suas casas

De acordo com a publicação, as mudanças climáticas podem aumentar os deslocamentos internos, agravando casos em que pessoas buscam outros países devido a conflitos. Um quadro que piora a qualidade já vulnerável de vida dos refugiados que atravessam fronteiras nacionais.

No caso das enchentes no Rio Grande do Sul, o relatório aponta que 580 mil pessoas foram obrigadas a se deslocar de suas casas. Entre os afetados, estão 43 mil refugiados vulneráveis de VenezuelaHaiti e Cuba, que habitavam algumas das áreas mais impactadas por secas e inundações.

Ou seja, pessoas que fogem de seus países vítimas de conflitos e violências, podem ser forçadas a fugir novamente devido a eventos climáticos extremos.

Quadro que deve se agravar até 2040. A previsão é uma escalada da exposição de populações a múltiplos perigos climáticos, particularmente nas Américas, na África Ocidental-Central e no Sudeste Asiático. Segundo o estudo, o número de países projetados para enfrentar perigos climáticos extremos deve saltar de três (Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Omã) para 65, incluindo o Brasil.O relatório mostra ainda que o calor extremo deve aumentar significativamente, com uma projeção de que a maioria dos assentamentos e campos de refugiados enfrentem o dobro de dias de calor danoso até 2050.


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